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Santana fará show histórico em Carrapateira

publicado: 26/04/2017 00h05, última modificação: 25/04/2017 23h51
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Cearense de Juazeiro do Norte, Santanna destacou a importância de uma obra que traz progresso à população do interior paraibano - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

“É um show histórico e um momento muito emocionante participar da inauguração de uma estrada que vai dar mais acesso e trazer progresso e inclusão social para lá. Como uma simples estrada tem efeito tão magnífico! Ser lembrado e ter sido convidado pelo governador Ricardo Coutinho para participar desse evento, que contribui para o desenvolvimento do nosso Estado da Paraíba, foi, para mim, uma grande honra”. A confissão foi feita, em entrevista ao jornal A União, pelo artista cearense Santanna, o Cantador, referindo-se à apresentação que realizará na próxima segunda-feira, 1º de maio, Dia do Trabalho, durante a solenidade de entrega, pelo governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), da rodovia que tirará do isolamento asfáltico a última - do total de 54 - cidade paraibana, Carrapateira, localizada no Sertão do Estado.

Santanna lembrou para A União já ter se apresentado em cidades consideradas pequenas, cujas populações não costumam ter a oportunidade de assistir eventos do porte como este do qual participará, no Dia do Trabalho. No caso de Carrapateira, por exemplo, trata-se de um Município situado na microrregião de Cajazeiras, distante 384 Km da capital do Estado, João Pessoa, e que possui população estimada - dados de 2014 - em 2.566 habitantes. Ele disse se considerar “uma ponta de lança artística” por ter a chance de chegar a tais localidades levando sua música. E antecipou a expectativa quanto à interação com os carrapateirenses, durante o show: “Eu espero que agrade. Como diz meu sogro avô, Abel Fraga, é melhor cair na graça do que ser engraçado”.

O artista cearense - natural da cidade de Juazeiro do Norte, mas que também possui cidadania paraibana, conferida pela Assembleia Legislativa em abril do ano passado - mencionou mais um exemplo das oportunidades que vêm aproveitando como “ponta de lança” para penetrar em pequenas cidades interioranas. Santanna informou que, hoje, gravará, como âncora, no Município de Pesqueira (PE), um dos quatro programas, todos da Rede Globo Nordeste e com o mesmo título de Causos e Cantos, para serem exibidos - cada qual sempre nos sábados - no próximo mês de junho. Os outros três serão comandados por Geraldinho Lins, Nádia Maria e Petrúcio.

“No Dia do Trabalho haverá o fechamento de um ciclo, onde o paraibano vai poder bater no peito e dizer, com orgulho, que não há mais nenhuma cidade isolada na Paraíba”, fez questão de enfatizar o governador Ricardo Coutinho ao antecipar, na última segunda-feira (24), durante o Programa Fala Governador, transmitido em cadeia estadual pela Rádio Tabajara, a inauguração da estrada de Carrapateira. A propósito, esse município, que tem área territorial de 73 km², IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,603 - dados de 2013 - e assim é denominado por derivar da quantidade de mamona encontrada na região, emancipou-se politicamente em 11 de dezembro de 1961, já que, inicialmente, pertencia à cidade de São José de Piranhas, e a instalação, pelo então governador Pedro Gondim (1914 - 2005), aconteceu no dia 28 daquele mesmo mês.

Poesia: A estrada

No intuito de ressaltar a importância de que se reveste a inauguração da rodovia em Carrapateira, Santanna, o Cantador, recitou pelo telefone, durante a entrevista concedida para o jornal A União, o poema musicado do paraibano - nascido em Sumé - Zé Marcolino (1930 - 1987), cujo título é A estrada e diz o seguinte: “Seu moço, eu sou a estrada / Que você vive a pisar / Sem a curiosidade / De nem uma vez pensar / Que eu sou a passagem das coisas / Nas devidas direções / Que seguem suas funções / Cada uma em seu lugar. É por mim que se vai tudo / Mensagem do mal e do bem / Os outros resolvem as coisas / Você resolve também / Eu, lentamente aceitando / Pelo direito e a razão. / No corpo imenso da terra / Eu sou um traço no chão / E no livro aberto da vida / Sou ponto de exclamação. / Se às vezes ganho uma roupa / Que tem o nome de asfalto / É pra o longe vir pra perto / Ficando a distância um salto. / Dão a mim, brilha nos outros / E não me serve a lerdeza / Eu sou o centro econômico / Que leva e traz a riqueza / Veja bem como trabalho / Pra você sem ganhar nada / E disposta a receber / Do mais fraco ao mais possante / Você é o viajante / Seu moço, eu sou a estrada”.