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Pesquisadores sul-americanos debatem estratégias de conservação do boto vermelho

publicado: 15/06/2017 00h05, última modificação: 15/06/2017 01h23
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O boto vermelho é ameaçado em cinco países da América do Sul, conforme a União Internacional para a Conservação da Natureza - Foto: Instituto Mamirauá

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Pesquisadores de cinco países da América do Sul debateram até essa quarta-feira (14) uma estratégia regional de conservação do boto vermelho. Durante o workshop, organizado pelo WWF Brasil em Manaus (AM), especialistas do Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia tentaram preencher algumas lacunas no conhecimento científico do boto. Na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o boto vermelho (Inia geoffrensis) e o tucuxi (Sotalia fluviatilis) constam com dados insuficientes, uma demonstração da limitada quantidade de informações sobre população, ecologia e taxa de mortalidade.

“O animal sofre as mesmas ameaças em todos os países. Além disso, existem os mesmos tipos de gap de distribuição e dinâmica populacional. Então, são pontos nos quais se pode começar a atuar em conjunto. Existe muita expertise na região, mas este conhecimento está disperso”, afirmou a pesquisadora Miriam Marmontel, do Instituto Mamirauá.

“Queremos reunir esses pesquisadores para formar um grupo de governança e formatar uma iniciativa regional de conservação desses animais”, acrescentou o especialista em conservação do WWF-Brasil, Marcelo Oliveira.

Além do Instituto Mamirauá, o workshop “Estratégias Regionais para Estudo e Conservação dos Botos da Amazônia” reuniu representantes da Fundación Omacha, da Colômbia; da FaunAgua, da Bolívia; do Pro Delphinus, do Peru; e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Cepam/ICMBio).

Mamirauá

Um dos projetos do Instituto Mamirauá para conservação do boto é desenvolvido em parceria com o WWF-Brasil para testar e aprimorar técnicas para a utilização de drones em pesquisas científicas. O projeto integra a iniciativa Ecodrones Brasil e propõe estabelecer um protocolo para a realização de uma estimativa populacional de botos amazônicos.

Outra iniciativa apresentada no workshop foi a utilização de “tags satelitais” para o monitoramento de botos em vida livre. “São transmissores que permitem acompanhar os animais em longo prazo e, principalmente, remotamente, via satélite. Começaremos com um projeto pequeno em pontos estratégicos, para iniciar a gerar informações, que, de outra forma, são bem difíceis de se obter, muito onerosas em termos de tempo, esforço de campo e equipe”, explicou Miriam.

A expectativa é que sejam instalados cinco localizadores em bacias hidrográficas estratégicas em cada um dos países no próximo semestre.