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Vendedores ambulantes fazem protesto no Centro da capital

publicado: 11/01/2018 00h05, última modificação: 11/01/2018 05h24
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Manifestantes seguiram até o Paço Municipal para tentar audiência com o prefeito ou com o secretário da Sedurb - Foto: Edson Matos

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José Alves

Em razão do protesto dos vendedores ambulantes, o trânsito no Centro da capital, no Parque Solon de Lucena e nas Ruas Guedes Pereira e Padre Meira, ficou um caos durante toda a manhã dessa quarta-feira (10). Segundo a presidente da Associação dos Ambulantes e Trabalhadores de João Pessoa, Márcia Medeiros, o movimento foi realizado para mostrar que a categoria quer que os agentes da Secretaria do Desenvolvimento Urbano (Sedurb) trabalhem desarmados e que a prefeitura faça um cadastramento e um crachá para identificar quem realmente é camelô.

"Nos últimos três dias, uma vendedora ambulante ficou acuada, porque um dos agentes da Sedurb estava ameaçando ela, utilizando um punhal para apreender as telas dela", informou Márcia, ressaltando que essa agressão culminou com o protesto dos camelôs nessa quarta-feira no Centro da capital. Segundo a presidente sindical, trabalhando no Centro de João Pessoa existem cerca de 300 camelôs, “mas caso seja feito o cadastramento vamos ter nas ruas apenas 150 pessoas que realmente fazem parte da categoria”. Ela afirmou que o protesto é para garantir que os camelôs possam trabalhar e fez questão de destacar que eles não são bandidos, “mas quem vem com arma na mão para tomar a mercadoria de um trabalhador é bandido”, disse Márcia Medeiros, revoltada.

Ainda sobre o cadastramento, a presidente da Associação disse que com a utilização de crachá vai saber quem é camelô, “e vai descobrir quem são os donos de lojas que estão expondo seus produtos nas calçadas, colocando a culpa nos ambulantes", afirmou Márcia, denunciando que também existem pessoas que têm boxes dentro de shoppings populares vendendo produtos nas ruas.

Proposta recusada

Márcia disse ainda que a proposta do secretário da Sedurb, João Furtado, é que os vendedores ambulantes parem as vendas por 15 dias para que a prefeitura encontre uma solução para o impasse, mas essa proposta foi recusada pelos camelôs, porque eles são pais de família e sobrevivem das vendas realizadas no dia a dia. Com o trânsito no Centro da cidade sendo interrompido das 9h até o início da tarde da quarta-feira na Rua Guedes Pereira em direção ao Viaduto Damásio Franca, os agentes da Semob foram chamados para desviar o trânsito pela Avenida General Osório, enquanto os manifestantes ocupavam a Padre Meira. Logo após o protesto, os vendedores ambulantes seguiram em caminhada até o Paço Municipal para tentar uma audiência com o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) ou com o secretário da Sedurb, João Furtado, mas não conseguiram ser atendidos.

Denúncias

Sobre as denúncias feitas pela presidente da Associação, o secretário da Sedurb disse que desconhece que existam agentes da Secretaria trabalhando armados, mas quem está acusando pode procurar a Polícia Militar para fazer a queixa formal, para que ela possa ser apurada. Quanto ao cadastramento dos camelôs, o secretário da Sedurb disse que o cadastro já existe, só que precisa de um prazo de 15 dias para fazer o reordenamento dos vendedores ambulantes no entorno da Lagoa. Ele disse também que o movimento dos camelôs em interditar as ruas de João Pessoa foi inoportuno e que não havia necessidade.