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Operação Irerês: oposição apresenta documentos que baseiam denúncias

publicado: 29/06/2017 00h05, última modificação: 29/06/2017 08h00
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Segundo os parlamentares, os documentos e fotos apresentados comprovam a denúncia de tráfico de influência na obra da Lagoa - Foto: Reprodução

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A bancada de oposição ao prefeito Luciano Cartaxo (PSD) na Câmara Municipal de João Pessoa apresentou nessa quarta (28), durante entrevista coletiva no anexo da Casa de Napoleão Laureano, documentos e fotos que, segundo os parlamentares, comprovam a denúncia de tráfico de influência que pode ter colaborado para o superfaturamento da obra da Lagoa. A denúncia, feita há cerca de um mês, trata de uma rede de relacionamentos que envolveria a esposa do secretário de infraestrutura, Cássio Andrade, Luciana Torres Maroja, a irmã dela, Flaviana Maroja e seu esposo Marcos Rodrigues Santos Júnior.

Participaram da coletiva os vereadores Bruno Farias (PPS), líder da oposição, Humberto Pontes (PTdoB), Léo Bezerra (PSB), Eduardo Carneiro (PRTB) e Marcos Henriques (PT).

Segundo a denúncia dos vereadores oposicionistas, Luciana Torres Maroja, esposa do secretário, é funcionária da Caixa Econômica Federal, do setor Gigov (Gerência de Governo) que libera pagamentos para obras públicas; sua irmã, Flaviana Maroja, trabalha na ouvidoria da Secretaria de Infraestrutura (responsável por receber denúncias contra a pasta) e seu esposo, ou seja, concunhado de Cássio Andrade, trabalhava na Compecc, empresa responsável pela obra, e operavam entre si para facilitar os pagamentos a obra sem a devida comprovação das medições.
O secretário negou a denúncia a época em que foi feita, alegando que sua esposa nunca participou da liberação dos pagamentos para a obra da Lagoa e que seu concunhado, trabalhava no setor administrativo da Compecc e não teria envolvimento na execução da obra. Ontem, a oposição apresentou documentos e fotos que comprovariam a denúncia.

De acordo com os documentos apresentados pelos parlamentares, a esposa do secretário Cássio Andrade, Luciano Maroja, participou da liberação de dinheiro do convênio da obra da Lagoa para pagamento a Compecc até a 10ª medição (Até novembro de 2015), época em que a CGU começou a investigar a obra. A partir de então, ela não participou mais das liberações.

Já o concunhado do secretário, Marcos Rodrigues do Santos Júnior, que era funcionário da Compecc durante a execução da obra, aparece em fotos de visitas do prefeito Luciano Cartaxo a obra da Lagoa, durante a reforma, o que vai de encontro ao que disse o secretário, que ele não teve participação na reforma. Hoje, Marcos Rodrigues também trabalha na Secretaria de Infraestrutura.

Investigação

A obra de requalificação do Parque Solon de Lucena (Lagoa) é alvo de investigação por parte da Polícia Federal, que desencadeou a Operação Irerês, no último dia 2 de junho, e apontou superfaturamento de R$ 6,4 milhões, e pelo Ministério Público Federal. As investigações tiveram início após a Controladoria Geral da União apontar irregularidades na execução da obra.

Caixa

A Superintendência da Caixa Econômica Federal na Paraíba divulgou uma nota alegando que "A liberação de recurso está condicionada a apresentação, pelo contratante, de toda documentação legal prevista em contrato, conforme legislação vigente. O ente tomador é o único responsável pela apresentação do projeto técnico, pela licitação, execução e fiscalização das obras". A Caixa esclareceu ainda que "estas atividades são acompanhadas por equipe multidisciplinar e são realizadas com base na documentação apresentada pelo Proponente/Tomador".

Situação

A bancada de situação, através dos vereadores Helton Renê (PCdoB), líder do governo na Câmara, e Milanez Neto (PTB), minimizou as denúncias e as classificou como políticas. Para Helton, a gestão tem alta aprovação da população e, por isso, a oposição tenta desgastar a imagem do prefeito Luciano Cartaxo. Já Milanez, acha que as denúncias são requentadas e que no final a gestão sairá fortalecida.