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Servidores “fantasmas”: MPPB ajuíza ação contra ex-prefeitos de Patos

publicado: 18/01/2018 14h15, última modificação: 18/01/2018 14h15
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A ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra os ex-prefeitos é de iniciativa do promotor de Justiça Alberto Cartaxo Cunha - Foto: Arquivo

tags: improbidade administrativa , servidores fantasmas , ex-prefeitos , patos , francisca motta , mppb


Da redação com Assim-MPPB

A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Patos, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra os ex-prefeitos de Patos Francisca Gomes Araújo Motta e Lenildo Dias de Morais e contra duas ex-servidoras da prefeitura, Rebeca da Rocha Brito Pessoa Medeiros e Ana Glória da Rocha Brito Pessoa. A ação tramita na 5ª Vara Mista de Patos com o número 0800147-95.2018.8.15.0251.

Segundo o promotor de Justiça Alberto Cartaxo Cunha, a ação é resultado de um inquérito civil que investigou denúncia de que a então prefeita Francisca Motta, em março de 2015, e visando obter influência política junto ao então vereador Jardelson Pereira Medeiros, nomeou Rebeca Pessoa e Ana Glória Pessoa, respectivamente, esposa e sogra do vereador, para exercerem cargos comissionados na Prefeitura de Patos, sem que elas viessem a prestar qualquer serviço para a prefeitura.

Durante o inquérito, foi verificado que Lenildo Dias de Morais, ao ter assumido a Prefeitura de Patos em setembro de 2016, diante do afastamento da ex-prefeita, demitiu e recontratou Rebeca Pessoa Medeiros como funcionária fantasma da prefeitura durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2016.

O promotor destaca que Francisca Motta e Lenildo Dias causaram danos ao erário ao nomearem pessoas para cargos sabendo que receberiam salários, mas não prestariam serviços para o ente municipal.

Foi constatado ainda que Rebeca Medeiros foi nomeada por Francisca Motta para o cargo comissionado de chefe do Setor Coureiro e Calçadista da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Habitação, tendo permanecido como funcionária fantasma na folha de pagamento da prefeitura no período de março de 2015 até agosto de 2016 e ainda nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016. A ausência dela no mês de setembro de 2016 ocorreu porque o ex-prefeito Lenildo Dias a exonerou e nomeou novamente no final do mês de setembro de 2016.

Já em relação a Ana Glória Pessoa, detectou-se que foi nomeada, em março de 2015, para o cargo comissionado de coordenadora do Núcleo de Recursos Hídricos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, tendo recebido salários sem trabalhar, a partir de março de 2015 até agosto de 2016.

Ainda de acordo com a ação, Rebeca Medeiros recebeu ao todo, durante os meses em que permaneceu no cargo, R$ 40.600,00 e Ana Glória, R$ 45 mil. Ambas confessaram em depoimento realizado na Promotoria que recebiam sem trabalhar. “Considerando que as promovidas receberam os seus respectivos salários, sem que tenham prestado qualquer serviço para a Prefeitura de Patos, resta evidente a prática de atos de improbidade administrativa na vertente do enriquecimento ilícito”, destaca o promotor.

Pedidos

A ação pede a condenação dos ex-prefeitos nas sanções previstas na Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), entre as quais perda de função pública, suspensão de direitos políticos e ressarcimento do dano ao erário e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais. Quanto à Rebeca Medeiros e Ana Glória, pelo fato de terem confessado, a ação requer o ressarcimento ao erário e perda da função pública pelo prazo de oito anos.