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Cineclube da Fundação José Américo exibe o documentário Pina

publicado: 31/10/2017 22h05, última modificação: 31/10/2017 22h52
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O documentário lançado no Brasil no ano de 2012, aborda a vida e a carreira de Pina Bausch e mostra incríveis atuações de sua companhia - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

O filme intitulado Pina, uma produção em conjunto da Alemanha, França e Reino Unido e que é dirigida por Wim Wenders, será exibido nesta quarta-feira (1°), em sessão única - e também gratuita para o público, com Classificação Indicativa Livre - a partir das 19h30, na sede da Fundação Casa de José Américo (FCJA), localizada na cidade de João Pessoa, dentro da programação do Cineclube O Homem de Areia. Trata-se de um documentário que enfoca a vida e a carreira da coreógrafa alemã Pina Bausch, além de mostrar atuações de sua própria companhia. Na ocasião, quem vai comentar o longa-metragem é a escritora Ana Adelaide Peixoto, que também convidou a amiga e coreógrafa Ângela Navarro para participar do evento.

“No início do ano, eu indiquei o documentário Pina para a programação do Cineclube da Fundação Casa de José Américo porque é um filme querido, indispensável e que me impactou quando o assisti em João Pessoa, no ano de 2012, na época em que foi lançado no Brasil, por mostrar uma dança revolucionária, por sua beleza plástica e a estranheza da coreografia, com elementos transgressores e que se inspira no cotidiano do espaço urbano. Fiquei estonteada quando vi esse filme. Gosto muito de dança. O movimento me encanta e indiquei esse filme para a FCJA por dois motivos: primeiro, porque não há acesso para esse tipo de arte; e, segundo, por desejar compartilhar com o público esse documentário sobre um dos nomes mais importantes da dança no século XX”, confessou para o jornal A União a escritora e professora universitária cearense - radicada na Paraíba - Ana Adelaide Peixoto.

Autora do texto cujo título é Pina: Dançar, Dançar & Dançar!, publicado no ano de 2012, em seu blog hospedado no wscom, a escritora e professora Ana Adelaide Peixoto antecipou para A União que pretende comentar com o público, durante a sessão de hoje do Cineclube, suas impressões a respeito do documentário. Ela esclareceu que convidou a amiga, Ângela Navarro, que é coordenadora de Dança da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), para que, caso necessário, possa falar para a plateia aspectos técnicos da arte da saudosa coreógrafa alemã Pina Bausch (1940 - 2009).

Filmado em 3D, o documentário Pina - cujo elenco inclui, dentre outros, Malou Airaudo, Ruth Amaranto, Josephine Ann Endicott - é um espetáculo que reúne dança e teatro, mas inspirado pelo trabalho de Pina Bausch. Nesse sentido, o recurso da tecnologia em 3D só realça os detalhes, as formas e as cores da trama, que é estrelada por dançarinos da cidade de Wuppertal e seu entorno, local de origem da saudosa coreógrafa, que a considerava como sua força criativa.

“Depois que assisti ao filme Pina, comprei a trilha sonora, que tem um balé com uma música de Caetano Veloso. Sou fã e admiradora dela e senti muito quando ela morreu prematuramente, pois tinha 68 anos de idade”, confessou, ainda, Ana Adelaide, lembrando que o filme italiano - lançado em 1983 - E la nave va, dirigido por  Federico Fellini (1920 - 1993), inclui Pina no elenco.
Já o presidente da Fundação Casa de José Américo, Damião Ramos Cavalcanti, teceu as seguintes considerações a respeito do documentário sobre a coreógrafa alemã. “Vivemos num mundo enlouquecido e a essas loucuras o cinema tem nos indicado uma saudável terapia: dançar, dançar e dançar. É o que se vê em ‘Zorba, o grego, veja-se isso em Dançando na chuva; Pina também leva água para dentro do palco, como se estivesse lavando a alma; e a dança, libertando-nos de pesadelos desse mundo convulsionado”, disse ele.

“Varia-se o ritmo, mas, contudo, todos neles se encontra a leveza de passos expressivos, às vezes tresloucados, mas sublimes. Pina caminha, corre, voa, flutua no ar, em acrobacias originais e desvairadas. O diretor Wim Wenders, ao seguir, repetidas vezes, esse roteiro, deve ter se submetido a um verdadeiro ‘spa mental’: Num mundo de loucos, imagine-se um deles e logo você se tornará normal... Filme que, mesmo sendo um documentário, é original, emocionante, dinâmico, contrário a qualquer monotonia. Teatro? Melhor dizer: dança teatro filmado. Um teatro de angústias, curadas pela dança de Pina; são coreografias que, pela imaginação, levam-nos ao mundo dos sonhos: dançando, sonhando e dançando...”, observou Damião Ramos.