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Filme sobre o 'Golpe de 2016' estreia no Cine Bangüê

publicado: 17/05/2018 00h05, última modificação: 17/05/2018 09h41
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Documentário sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi custeado pela Nofoco, produtora responsável por filmes anteriores da cineasta - Foto: Divulgação

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Jamarrí Nogueira

A história política brasileira recente ganhou a tela grande. E com aplausos da plateia e da crítica internacional. ‘O processo’ terá estreia nacional nesta quinta-feira, dia 17, com exibições também na Paraíba. O filme sobre o golpe sofrido pela ex-presidenta Dilma Rousseff pode ser visto no Cine Bangüê da Fundação Espaço Cultural da Paraíba, em João Pessoa, em duas sessões: 17h30 e 20h. Os ingressos da estreia (R$ 10 inteira e R$ 5 meia) podem ser adquiridos a partir das 16h30. A classificação indicativa é livre. O filme segue em cartaz no Cine Bangüê até junho, com sessões semanais.

Em fevereiro deste ano, o documentário sobre o impeachment de Dilma ficou em 3º lugar na premiação do público no Festival de Berlim. O filme de Maria Augusta Ramos (também diretora de ‘Seca, ‘Justiça’, ‘Juízo’ e ‘Morro dos prazeres’) tem duas horas e 20 minutos de duração e faz um passeio aquilino na Câmara e no Senado federais, focando os protagonistas do histórico processo que destituiu Dilma, dia 31 de agosto de 2016 (em movimentação iniciada em abril).

Em cerca de 450 horas de material filmado e meses de trabalho, Maria Augusta Ramos registrou, inclusive, reuniões a portas fechadas com a presença do advogado José Eduardo Cardozo, sua equipe, e os senadores e assessores da liderança do PT e da minoria no Senado. São imagens dos bastidores nunca mostradas em noticiários de cadeia nacional. Os acusadores preferiram não falar à Maria Augusta.

O documentário não tem voz em “off” nem entrevistas. Sem focar em Dilma e sim no processo de impedimento, o filme faz do advogado José Eduardo Cardozo e da senadora Gleisi Hoffmann, que é a atual presidente do PT, protagonistas da obra.  Assistir ao filme ajuda a compreender melhor o golpe aplicado contra a democracia brasileira e contra políticas públicas que beneficiavam as camadas mais populares da população.

Protestos em festivais

Berlim parece um palco perfeito para alertas e denúncias. Ano passado, vários cineastas brasileiros alertaram para a ameaça que representava para a cultura o governo de Michel Temer, que, vice de Dilma, assumiu a Presidência.

Uma declaração assinada por mais de 300 personalidades do audiovisual brasileiro pediu o apoio dos representantes do cinema internacional, da mesma forma que, meses antes, a equipe do filme “Aquarius”, dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho, havia denunciado no Festival de Cannes o que consideravam um golpe de Estado.