Guilherme Cabral
O trabalho da paraibana Ana Lúcia Pinto, que completa 24 anos de atividades como artista plástica em 2016, se caracteriza por ser abstrato, com linhas contemporâneas e conceitual. O público vai ter a oportunidade para conferir isso a partir de hoje, quando ela - em clima de comemoração - abre, às 18h, no 1º piso da Estação Cabo Branco, localizada em João Pessoa, a exposição intitulada Simetria do Tempo. A individual - composta por cerca de 30 obras, entre pinturas, objetos, esculturas e cerâmicas, algumas em grandes dimensões - permanecerá à visitação até o próximo dia 20 de novembro, nos seguintes horários: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e, aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
“Sou uma artista intuitiva, e não acadêmica, pois as coisas afloram e os trabalhos são resultado de pesquisa e leitura. As linhas das obras são abstratas e informais, pois não me prendo a normas e fico livre para criar”, confessou Ana Lúcia Pinto, que também se inspira nos acontecimentos que observa. Nesse sentido, a individual é integrada por obras - em diversos suportes - que abordam algumas questões, a exemplo da ecologia, especificamente o problema das queimadas, o risco de se soltar balões, por causa da possibilidade de se provocar incêndios, e a atividade do garimpo, por causa da utilização do mercúrio, que contamina o meio ambiente, o que, indiretamente, também leva para os aspectos sociais, econômicos e políticos.
O título da exposição foi escolhido de maneira proposital. “Cortei meu tempo em etapas, daí Simetria do Tempo. É uma mistura das minhas atividades com os fatos sociais e com o que eu vivo”, esclareceu Ana Lúcia Pinto, observando, ainda, que, em suas obras pictóricas, predominam cores ocres, ferrugem, com linhas mais terrosas. Ela já participou de diversas mostras em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Recife e Natal. E, em âmbito internacional, nos Estados Unidos.
“A busca por novos caminhos marca a trajetória da artista Ana Lucia Pinto. Comprometida com a história e com a representação das emoções mais nobres do ser humano, suas obras são criadas a partir do diálogo e da vivência com o contexto social, político, econômico e filosófico em que está inserida”, destacou a curadora da Estação Cabo Branco, Ciência, Cultura e Artes, Lúcia França. Ela ainda disse que “Ana expressa as inquietações com as dores humanas típicas dos grandes artistas, que se revelam em múltiplas linguagens em suas aguadas, perfis, esculturas e cerâmicas”. E ainda fez a seguinte observação: “A exposição Simetria do Tempo é, de certa forma, a busca da centralidade, um marco na vida da artista que, ao longo dos anos, utiliza elementos da natureza e o cotidiano como inspiração, dispositivos para a sua produção contemporânea”.