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Flávio Venturini apresenta o show "Paisagens Sonoras" em JP

publicado: 08/07/2017 00h05, última modificação: 08/07/2017 10h02
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O show “Paisagens Sonoras” traz aos palcos um recorte do que o músico pôde absorver e apreender com a música e com a natureza - Foto: Divulgação

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Rodolfo Amorim - Especial para A União

Com quase 40 anos de uma história que foi construindo a partir de suas experiências musicais e viagens, o cantor e compositor Flávio Venturini apresenta o seu novo projeto em João Pessoa. O show “Paisagens Sonoras” traz aos palcos um recorte do que o músico pôde absorver e apreender com a música, além de uma relação afável com a natureza. Flávio, que ficou conhecido também por compor o Clube da esquina, canta suas canções neset sábado (8), às 20h, no Teatro Paulo Pontes, que fica na Fundação Espaço Cultural. Os ingressos custam R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia).

“Paisagens Sonoras” tem uma relação direta com o que o músico canta, ouve ou ouviu em toda sua trajetória, é como se um mundo próprio fosse criado, unindo as letras e as melodias de sua autoria e também dos parceiros. Nessas canções, ele consegue expressar o romantismo e conduzir paixões, revelando as diversas vertentes que possui como artista. Enquanto estava em Recife, preparando-se para dois shows na capital pernambucana, Flávio Venturini falou com A União. Segundo ele, esses shows fazem parte de uma preparação para um novo disco, no qual acredita ser chamado também de Paisagens Sonoras, que será lançado ainda este ano.

Além da relação forte com a natureza, a música instrumental sempre esteve presente na vida do artista. Na companhia de um acordeon, um instrumento característico da música nordestina, Venturini viveu, na adolescência, um período de descoberta da sua veia musical. O talento e a aptidão foram se aprimorando quando ganhou, então, um piano de seu pai, outro instrumento pelo qual o artista tem um vínculo significativo. No show deste sábado, Flávio vai passando páginas de sua carreira, onde fala de suas viagens, como na música “Andarilho de Luz”, em que fala de uma viagem que fez ao Peru. Além de músicas gravadas com Caetano Veloso e interpretadas por Milton Nascimento, Beto Guedes, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Pat Metheny, entre outros. Assim como músicas inéditas.

Após o lançamento do álbum “Nascente” (1982), Flávio Venturini teve um destaque maior como compositor e autor. Suas letras que promovem a inspiração, o romantismo e embalam muitas gerações. Mas ele contou que não tem uma disciplina específica para compor. É sentado em frente ao piano, que muitas vezes as melodias e letras tomam forma. “Meu processo de construção das músicas não é tão disciplinado, eu gosto muito de compor junto ao piano, ouvindo o som e imaginando como desenvolvê-lo”, revelou.

Sobre tocar na capital paraibana, o músico destacou o apreço que tem pela cidade e disse que João Pessoa é um lugar muito bacana, ele chega aqui com uma expectativa de que o público possa gostar muito do show. Flávio destacou também que a Paraíba é uma terra de excelentes músicos, lembrou-se de Chico César.

Clube da Esquina: uma universidade de música 

É inevitável a lembrança do Clube da Esquina na vida de Flávio Venturini. Um movimento que evidenciou a música de Minas Gerais, e com jovens que já pensavam a frente de seu tempo, o Clube fez parte da iniciação de Venturini, numa geração de artistas que começaram a se reunir para fazer canções que misturava bossa nova, rock, jazz e tendo os garotos de Liverpool, os Beatles, como referências. O músico lembrou-se do período e destacou a voz inconfundível de Milton Nascimento. “O Clube da Esquina é muito presente, afinal eu considero como uma universidade de música pra mim”, contou.

Flávio disse ainda que o contato com os integrantes do Clube, tanto Milton quanto os irmãos Borges, ainda existe. Apesar de não haver mais uma parceria efetiva de trabalho, eles participam de projetos uns dos outros indiretamente.

Romero Ferro faz participação especial

O show conta também com a participação especial do cantor pernambucano Romero Ferro, que tem se destacado também no cenário nacional. Após o lançamento do seu primeiro disco “Arsênico”, o artista recebeu elogios da critica e tem feito turnê pelo país. Romero Ferro também foi indicado ao 28º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor cantor de Canção Popular. Nascido em Garanhuns, ele começou mesmo sua carreira com o EP autoral “Sangue e Som”, em Outubro de 2013. Flávio Venturini contou que conheceu Romero ano passado e destacou a qualidade artística do cantor. “Conheci o Romero no ano anterior, eu o considero um músico maravilhoso. Dividir o palco com ele será um prazer, cantarei uma música dele e ele uma minha”, revelou.

Cantor paraibano Wister faz abertura do evento

O show de Flávio Venturini em João Pessoa terá a abertura feita pelo músico paraibano Wister. Ele, com dez anos de carreira, passou por metamorfose do romantismo musical e dos sons brasileiros, chegando a influências dos anos 1960 e 1970. Wister já realizou apresentações e aberturas de shows de outros nomes consagrados, como Maria Gadú e Marcelo Camelo, além de parcerias, em um projeto para o YouTube chamado “Vivo no Estúdio”, com artistas como Lucy Alves. Desde muito cedo, o cantor e compositor mostrou uma empatia imensa com a música. Aos 11 anos, cantarolava, com afinco, canções de Gilberto Gil, Caetano Veloso e nomes da MPB.

Nascido em João Pessoa, a voz de Wister tem um destaque notório na cena musical da cidade. Seu primeiro disco, “Novos Rabiscos” (2007), marcou o início de uma caminhada que lhes permitiu, e permite até hoje, bons frutos, o disco é composto por dez faixas que passeiam por quase todas as influências do músico, Jazz, Blues, MPB, Reggae e Forró. Com essa bagagem, Wister se sente completo quando sobe no palco e divide alegrias com o público.