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Geraldo Vandré lança livro editado em A União

publicado: 21/04/2018 08h51, última modificação: 21/04/2018 08h51
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Livro de Vandré está sendo vendido por R$ 30 na sede da Academia Paraibana de Letras - Foto: Edson Matos

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Jãmarrí Nogueira

O cantor, compositor e poeta paraibano Geraldo Vandré lançou, ontem à noite (20), o livro de poemas ‘Poética’, produzido durante seu exílio no Chile, em 1973. A obra - originalmente intitulada “Cantos Intermediários de Benvirá” - ganhou sua primeira edição brasileira por meio da editora A União. O lançamento aconteceu na Academia Paraibana de Letras, em João Pessoa.

“Estou na Paraíba a convite do governador Ricardo Coutinho para a realização de um coro sinfônico. E [através de ação do Governo do Estado] realizei dois concertos no Espaço Cultural [mês passado, com Beatriz Malnic e Alquimides Daera e participação da Orquestra Sinfônica da Paraíba]”, disse Vandré, destacando que escreveu poemas porque teve a oportunidade de entrar em contato com a erudição.

Vandré ainda questionou as canções de protesto e destacou que países sem acesso à erudição são países subdesenvolvidos. Declamando um dos poemas do livro – ‘Somos todos iguais’ - o autor finalizou sua fala: “Minha morte foi marcada. Minha vida foi parada. Morri naquela fronteira”.

Superintendente do jornal A União, a jornalista Albiege Fernandes disse ser uma honra para a editora ser responsável pela versão brasileira desse livro de Vandré. “Há uma tarefa do Governo do Estado em aproveitar o momento de Geraldo Vandré em sua terra-natal”, declarou Albiege.

“Geraldo Vandré é um marco na resistência popular. É um emblema do passado, do presente e para as gerações futuras”, enfatizou a superintendente do jornal A União. O livro está sendo vendido por R$ 30 e pode ser adquirido na própria APL, que funcionará como um ponto de venda.

Para o crítico literário Hildeberto Barbosa Filho, que apresentou o livro de Vandré, os poemas que estão no livro ‘Poética’ são bem musicais. Ainda conforme Hildeberto, há redondilhas com clara influência da cultura popular. Ele comparou Vandré a Vinícius de Moraes e também ao ex-presidente Lula, a quem definiu como ‘’intelectual orgânico’.

“Vandré não é mais um ser humano. É uma ideia. Eu vejo Vandré assim. Sua obra – produzida entre as décadas de 1960 e 1970 – permanece atual, o que dá dimensão permanente às suas músicas e aos seus textos”, comentou o professor universitário, escritor e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho

Presidente da Academia Paraibana de Letras, o professor Damião Ramos Cavalcanti classificou o evento de lançamento da obra de Vandré como “um momento histórico memorável”. Ele também destacou a importância do artista e de sua obra. “Geraldo é nosso. Porque um artista dessa dimensão não se pertence”, disse Damião.