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Atleta paraibano é campeão mundial sub-21 no vôlei de praia

publicado: 05/06/2016 00h05, última modificação: 03/06/2016 21h48
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A opção do atleta pelo vôlei de praia, começou em casa, através do pai, José Américo Bezerra Wanderley, que jogava nos finais de semana - Foto: Divulgação/CBV

tags: Vôlei de Praia , Federação Paraibana de Voleibol


Wellington Sérgio

A opção do atleta pessoense George Souto Maior Wanderley, de 19 anos, pelo vôlei de praia, começou em casa, através do pai, José Américo Bezerra Wanderley, que jogava nos finais de semana. O início de uma trajetória positiva de um garoto que sempre foi determinado nas suas decisões. Ao 14 anos começou a treinar e se dedicar ao que mais gosta e admira, sempre focando um dia se tornar um grande atleta profissional. Com total apoio dos pais, George faz de tudo para não decepcionar e dar muitas alegrias para aqueles que sempre estiveram na torcida organizada. A recompensa veio. No mês passado se sagrou campeão do mundo de vôlei de praia sub-21, na Suíça.

“Não posso jamais decepcionar aqueles que foram os grandes incentivadores, em especial ao papai, que me levou a decidir pelo vôlei de praia. Sempre faço o possível para dar alegrias aos familiares, amigos e aos paraibanos”, disse. Como sempre acontece com quem está começando no esporte, George sempre admirou o baiano Ricardo, que mora em João Pessoa há muito tempo, e os conterrâneos, Álvaro Filho e Vitor Felipe, que estão nas disputas nacionais e internacionais. “São atletas de qualidade que sempre admirei e torço pelo sucesso de todos. Tenho mais aproximação a Álvaro e Vitor, amigos do meu pai há muitos anos”, observou.

Durante o período que vem jogando o atleta não participou de cursos, mas desde os 12 anos esteve em competições organizadas pela Federação Paraibana de Voleibol (FPV). O grande “guru” e professor de George foi “Galego”, um ex-atleta paraibano que ensinou vários fundamentos que são importantes para quem está em evidência. “Foi um paizão que sempre me levava à praia e ficava horas ensinando e observando se realmente estava aprendendo. Devo muito ao Galego até onde cheguei no esporte”, frisou. As disputas locais serviram de testes para George, que começou a participar de desafios nacionais para pegar mais experiência.

Segundo ele, competiu cinco vezes fora do País, onde a maior conquista foi o Circuito Mundial Sub-21, quando obteve a primeira colocação, ao lado do catarinense Tiago. A dupla venceu na final Bruno e Hevaldo (AM/CE), por 2 sets a 1, parciais de 15/21, 21/17, 15/10), em 50 minutos de partida. “Foi emocionante e inesquecível vencer a primeira disputa internacional da vida no local tão distante de casa. Chorei de emoção e felicidade, onde dediquei o título aos familiares, amigos e aos paraibanos”, comentou. O primeiro parceiro de George foi Artur Lanci, onde aconteceu a “química” do entrosamento e adaptação entre os dois atletas.

“Parecia que tínhamos jogado há muito tempo com boas relações dentro e fora das quadras. Sabe aquela coisa que dá certo de primeira e marca a nossa história no esporte”, frisou. Desde que vem competindo, o paraibano tem obstáculos complicados e difíceis para quem almeja chegar entre os melhores do Estado e do País. Ele ressaltou que as duplas da Rússia e Venezuela foram os maiores obstáculos no Circuito Mundial da Suíça, além do clima que sempre foi gelado.

“Foram competidores que deram mais trabalho para chegar ao pódio e consequentemente conquistar o título. Faz parte de qualquer esporte, onde sempre teremos adversários qualificados”, disse.

Revelações paraibanas em alta no esporte nacional

Em relação ao esporte da Paraíba, George disse que vem crescendo há muito tempo, revelando valores que estão fazendo sucesso nas competições. Segundo ele, exemplos como Álvaro Filho, Vitor Felipe, Jô, Galego, Bruna e tantos outros estão caminhando para o sucesso. “A Paraíba sempre foi um celeiro de talentos no esporte com revelações que estão fazendo história. Fico feliz por fazer parte deste contexto e quero colaborar ainda mais no fortalecimento do vôlei de praia”, observou.

Para George, entre os destaques está a dupla Álvaro Filho/Vitor Felipe, que faz um trabalho exemplar, conseguindo manter a parceria, coisa que é sempre complicado para vários atletas de ponta do esporte nacional. “Poucos conseguem manter parcerias por muito tempo, principalmente aqueles que estão no topo do esporte nacional e até internacional. São praticamente irmãos fora e dentro da quadra, com uma união que fortalece ambos para brigarem pelos títulos”, comentou. Por falar em parceria, George joga ao lado do catarinense Tiago Barbosa, que se prepara para as próximas disputas.

Segundo ele, desde que começou no esporte teve cinco parceiros, que foram importantes para o aprendizado de cada um. “Aprendemos todos os dias com jogadores que tem estilos diferenciados que nos ajudam nos treinamentos e adaptações. Gosto muito de aprender e adquirir novas experiências no vôlei de praia”, admitiu. No próximo semestre, George começa a treinar para os próximos desafios, quando terá pela frente campeonatos brasileiros, torneios de challenger e disputas fora do País. “Quero estar pronto para brigar por títulos, afinal, sinto que a temporada é positiva. Será um semestre de muitas emoções e se Deus quiser novos títulos”, avaliou.

Sobre a saída de atletas da Paraíba, George ressaltou que a falta de patrocinadores para motivar o esporte é o fator preponderante para que alguns deixem a terrinha para tentar a sorte em outras regiões. “Se houver um investimento dos empresários em relação aos atletas o pessoal ficará ao lado dos familiares e ficará na Paraíba. Consegui um título mundial e até o momento não houve atenção pelos empresários para motivar os atletas locais”, observou.

De acordo com George o foco para 2017 é o Circuito Mundial Adulto (falta definir o local), que será mais um desafio na carreira do atleta. “Outro desafio que pretendo chegar pronto para conquistar outra façanha para o esporte brasileiro e em especial para o Estado. A expectativa é a melhor possível, onde os sonhos não podem parar jamais”, enfatizou George.