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Luis Nassif apresenta palestra e participa de sarau em JP

publicado: 11/08/2017 00h05, última modificação: 11/08/2017 08h34
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O jornalista aproveita a visita a João Pessoa para, depois da palestra que realiza no Espaço Cultural, comparecer a um sarau - Foto: Divulgação

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Alexandre Nunes

Seminário e sarau em João Pessoa. É assim que o jornalista Luís Nassif anuncia, no blog GGN, de sua propriedade, a presença nesta sexta-feira (11), na Capital, para participar como palestrante do projeto “Pense – Ciclo de Debates Contemporâneos da Paraíba”, quando dialogará sobre o tema “Justiça e Cidadania: extremos, riscos e desafios da crise brasileira”. 

Na palestra, Nassif trará uma abordagem crítica sobre os caminhos da desconstituição da cidadania e do processo de judicialização da política e de politização da Justiça. Além disso, refletirá sobre cidadania, democracia ameaçada, recriação e outras estratégias para a transformação democrática e cidadã dos sistemas e dos poderes no Brasil. 

O jornalista aproveita a visita a João Pessoa para, depois do evento no Espaço Cultural, comparecer a um sarau, provavelmente no tradicional Bar do Baiano, no bairro dos Bancários, onde músicos professores, alunos, artistas de todas as modalidades e os poetas errantes se reúnem todos os finais de semana, numa espécie de trincheira cultural para seus saraus intermitentes.

O jornalista paraibano Walter Santos lembra que um dos traços marcantes de Luís Nassif, que ele considera como um dos mais importantes intelectuais da contemporaneidade, é a sua predileção por música instrumental de qualidade. Como músico, Luís Nassif tem o seu trabalho registrado em disco lançado em 1996, pelo selo RGE. O CD Roda de Choro foi relançado em 2004, com belíssimos choros executados por Nassif e seu regional, destacando-se as músicas Feia e Remelexo, de Jacob do Bandolim.

Luís Nassif nasceu em Poços de Caldas-MG, no dia 24 de maio de 1950. Como jornalista, foi colunista e membro do conselho editorial da Folha de S. Paulo, escrevendo por muitos anos sobre economia neste jornal. Nas composições que faz dos possíveis cenários econômicos, não deixa de analisar áreas correlatas que também são relevantes na economia, como o sistema de Ciência & Tecnologia. Ele foi vencedor do Prêmio de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita do site Comunique-se nos anos de 2003, 2005 e 2008, em eleição direta da categoria. Também recebeu o Prêmio iBest de Melhor Blog de Política, em eleição popular e da Academia iBest.

Em abril de 2013, Nassif lança uma iniciativa independente da sua Agência Dinheiro Vivo: o piloto do jornal eletrônico GGN, “o jornal de todos os Brasis”, um projeto jornalístico cujo propósito é aprofundar temas relevantes pouco abordados pela mídia convencional, tais como gestão, inovação, direitos sociais, justiça de transição etc., além de fazer uma cobertura comentada das notícias do dia. No mesmo ano, em outubro, fecha uma parceria de conteúdo do GGN com o iG, que por cinco anos hospedara o seu Blog do Nassif.

O jornalista começa a também publicar no portal uma coluna com análises políticas e econômicas de temas apresentados e discutidos no GGN. Posteriormente, o GGN torna-se um portal independente, dedicado à “produção de conteúdo crítico, a partir da construção coletiva de notícias ligadas a cidadania, política, economia, cultura e desenvolvimento”, com a participação efetiva dos especialistas no conteúdo. 

O portal desenvolve um modelo de jornalismo colaborativo, procurando, segundo Nassif, escapar da “dicotomia esquerda–direita que tem caracterizado o jornalismo online”. O portal tem, ainda, como um dos seus propósitos declarados, “a montagem de mini-redes sociais especializadas, com os principais grupos de discussão — do setor público e privado — para aprofundar os temas relevantes do Brasil do século XXI, cobrindo não apenas o factual, mas as visões estratégicas de país”.

Saiba mais sobre a trajetória profissional de Nassif

A primeira experiência jornalística de Nassif foi aos treze anos de idade, editando o jornal do Grupo Gente Nova, de Poços de Caldas. Aos quinze, fez estágio no Diário de Poços, durante o período de férias escolares. Depois de se formar no segundo grau, em 1969, na cidade de São João da Boa Vista, passou no vestibular para a Escola de Comunicações e Artes (ECA) e começou a trabalhar profissionalmente em 1º de setembro de 1970, como estagiário da revista Veja. Foi efetivado no início de janeiro de 1971. Em 1974 tornou-se repórter de economia da revista. No ano seguinte, ficou responsável pelo caderno de finanças.

Em 1979 transferiu-se para o Jornal da Tarde, na qualidade de pauteiro e chefe de reportagem de economia. Lá, criou a seção “Seu Dinheiro”, primeira experiência de economia pessoal da imprensa brasileira, e o caderno “Jornal do Carro”. Em 1983 mudou-se para a Folha de S. Paulo, onde no fim do ano criou a seção “Dinheiro Vivo” e participou do projeto de criação do Datafolha.

No início dos anos 1980 foi um dos apresentadores do programa “São Paulo na TV”, ao lado de Paulo Markun e Sílvia Poppovic, umas das primeiras experiências de produção independente na TV aberta brasileira. Produzida pela editora Abril, era veiculado na TV Gazeta de São Paulo, canal 11 VHF. Em 1985 criou o próprio programa na TV Gazeta de São Paulo chamado “Dinheiro Vivo”. Em 1987, a partir do programa, nasceu a Agência Dinheiro Vivo, de informações de economia e negócios. Em 1986 ganhou o Prêmio Esso, categoria principal, com a série de reportagens sobre o Plano Cruzado. Em 1987 saiu da Folha, retornando em 1991 como colunista de economia. Em 2006 o seu contrato não foi renovado.

Luis Nassif foi, ainda, comentarista econômico da Rede Bandeirantes de Televisão e da TV Cultura de São Paulo. Também atuou no rádio, como um dos apresentadores do Jornal Gente, na Rádio Bandeirantes de São Paulo, ao lado de José Paulo de Andrade e Salomão Ésper. Apresentou o programa Brasilianas.org na TV Brasil, rede que faz parte da empresa estatal Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), criada em 2007 pelo governo Lula. O programa foi exibido até 2016.