Jamarrí Nogueira
Em setembro do ano passado, eles fizeram um rebuliço no Centro Histórico. Durante quatro dias, André Luiz Maia e Sidney Pereira realizaram a primeira edição do 'Circuito teeteto' (como forma de comemorar o aniversário de um ano do site (que aborda cultura, diversidade e comunicação). Pois bem. A segunda edição do 'Circuito' não vai esperar a primavera chegar. O 'Circuito teeteto' começa nesta quinta-feira (15) e vai até domingo (18), saindo do Centro Histórico. Desta vez, as atividades vão acontecer na Zona Sul de João Pessoa: Bancários, Mangabeira e Castelo Branco.
Nesta quinta-feira, a partir das 18h, a Paralelo Companhia de Dança apresenta seu espetáculo de improvisação 'Experimento Pina' pelos arredores do Mercado do Castelo Branco, local que receberá também um cortejo de maracatu do Baque Mulher JP, que conduzirá o público até a Casa Laranja para a Mostra de Cinema teeteto. Com curadoria dos cineastas Paulo Roberto e Diego Lima, o objetivo dessa mostra é ressaltar a pluralidade da produção cinematográfica paraibana dos últimos anos. São quatro curtas-metragens: ‘Sociedade do Cloro’ (2015), de Ana Bárbara Ramos; ‘Redemunho’ (2016), de Marcélia Cartaxo; ‘Atrito’ (2017), de Diego Lima; e ‘Ultravioleta’ (2018), de Dhiones Nunes. Programação desta quinta é toda gratuita.
“A primeira edição do circuito foi no Centro Histórico porque o local é ícone da cena cultural paraibana. Então, realizar a programação lá fez muito sentido”, declarou André Luiz Maia. E complementou: “Só que depois o circuito acabou se tornando algo além da cena cultural, não sendo apenas lazer e show”. O jornalista e produtor cultural disse que a escolha da zona sul da cidade leva em conta o fato da cena cultural ser efervescente nessa região. “Nosso objetivo é privilegiar a vivência com os espaços públicos. Essa relação entre cultura e ambiente urbano é reflexo dos dois idealizadores do circuito”, falou André, que é jornalista. Sidney é arquiteto.
André adiantou que está nos planos do teeteto levar o circuito para outras cidades paraibanas. “Fazemos em João Pessoa porque somos da cidade, mas também por uma questão financeira. Fazemos na raça!!! Temos plano de levar para Campina Grande e articulações em outras cidades. Mas precisamos viabilizar isso financeiramente”. Primeira edição do circuito foi em setembro do ano passado e a segunda edição acontece agora em março. Questionado sobre a antecipação, André explica: ”2018 é ano eleitoral e fazer em setembro seria muito em cima das eleições. Também é ano de Copa do Mundo. Muito turbulento!”, finalizou ele.
Música, teatro, dança, contação de histórias e uma feira criativa são algumas das atividades que poderão ser encontradas durante os quatro dias de programação cultural gratuita, com eventos em ambientes abertos e ao ar livre.
Sexta de dança, teatro e música
Na sexta-feira (16) também começa com um espetáculo de dança, ‘Se essa rua fosse minha’, com direção e concepção do bailarino e coreógrafo Victor D’Olive. Enquanto acontece essa performance na Praça da Paz, o ator Thardelly Lima, do Ser Tão Teatro, se prepara para apresentar seu monólogo ‘Suçuarana’, na Praça Coronel Heitor Cabral, no Castelo Branco. A noite se encerra na Budega Arte Café, onde Nathalia Bellar apresenta uma versão acústica de seu show ‘Catavento’.
Pobrechó
A Budega também recebe o Pobrechó, que mais uma vez se alinha à programação do circuito, sendo realizado no sábado (17). Em uma parceria entre teeteto, o grupo Iyálodê e o Ilê Axé Omilodê, de Mangabeira, o circuito terá a programação do Tambores da Paz 2018, realizado no 'Dia Estadual da Cultura Afro-Brasileira', com encerramento à noite na Praça do Coqueiral.
Paralelamente, na Casa Laranja, uma oficina de graffitti para mulheres será ministrada por Priwitch. O público também poderá conferir - ao longo da tarde - atrações na Praça da Paz, como o ‘Rolê Pra Desenhar Errado’. A praça também é ponto de encontro para ciclistas interessados em participar do De Bar em Bike. Depois de um percurso por vários pontos da região, a pedalada acaba no Bar do Contorno, em frente à UFPB, contando com discotecagem no fim da atividade.
Domingo beneficente
O encerramento do 'Circuito teeteto Zona Sul' será no Quintal Mágico da família Limeira, nos Bancários. O Projeto Contação da Rua, organizado por Dany Danielle e Érica Maria, leva contação de histórias e promove o lançamento do disco 'Borboletês', com canções de ninar. A escola Fazendo Arte também está presente no domingo com ‘Plenitude’, projeto elaborado por alunos do Laboratório de Pesquisa Aérea.
Na área da música, tem uma discotecagem com os DJs Aires e Parajeau e a performance do grupo feminino Tanto Canto, que encerra a programação com uma mescla de repertório autoral e leituras de clássicos da música brasileira. Antes, o projeto de cantores e compositores paraibanos - ‘Sanhauares’ - reúne nomes como Chico Limeira, Nina Ferreira, Titá Moura, Guga Limeira, Lucas Dourado, Débora Malacar e Zé Neto.
Durante o evento, acontece o Armazém teeteto, feira cultural promovida por teeteto e Laysa Santos que apresenta as iniciativas que fortalecem a economia criativa local, divulgando empreendedores que investem na criatividade e em seus diferentes modos de distribuição. Nesta primeira edição, haverá a presença das seguintes marcas e iniciativas: Baderna, Camisaria Baderna, Concretinhos, Editora Escaleras, Gris, Sou Dizer, Papuiê Ateliê, Opium, Cerveja Gameleira, Acarajazz, Cassaco, Queer Bazar, Fany Caligrafia e Chocolate Tupã.
Os alimentos doados no domingo do 'Circuito teeteto Zona Sul' serão direcionados à Escola Viva Olho do Tempo (Evot), que realiza programas e projetos embasados na formação e capacitação de pessoas do Vale do Gramame, em João Pessoa. Confira a programação completa no endereço eletrônico https://teeteto.com.br/circuito-teeteto-zona-sul-divulga-programa.