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‘Como ser autônomo’ é tema da nova edição do Tertúlia HQ

publicado: 10/11/2017 20h05, última modificação: 10/11/2017 20h10
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O Projeto Tertúlia HQ surgiu no mês de abril de 2016 e já se constitui como um dos mais importantes espaços para a modalidade - Foto: Thercles Silva

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Guilherme Cabral

'Como ser autônomo' é o tema da edição do 'Projeto Tertúlia HQ' deste mês de novembro. O evento, cuja entrada é gratuita para o público, acontece neste sábado (11), a partir das 16h - e se estendendo até as 18h -, na Gibiteca Henfil, instalada nas dependências da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego (Funesc), localizada na cidade de João Pessoa. Na ocasião, os participantes terão oportunidade de conversar a respeito de aspectos relacionados à área da História em Quadrinhos, a exemplo da eventual necessidade, se for preciso, em alguns momentos - ou em todos eles -, da vida, de manterem essa paixão pela arte trabalhando por conta própria.

A quadrinista Thaïs Gualberto, chefe do Núcleo da Gibiteca Henfil da Funesc, esclareceu para o jornal A União que, durante esta edição do evento, frequentadores assíduos do local e com mais experiência na área vão repassar dados a respeito de como os que estejam iniciando no segmento, por exemplo, possam trabalhar de forma autônoma no mercado da HQ. “Como o nome já diz, não será uma palestra, mas uma conversa entre os participantes para que sejam divulgadas informações importantes que possam contribuir para que tanto iniciantes quanto os mais experientes possam se aperfeiçoar nesse trabalho”, disse ela.

“A educação financeira no Brasil é algo distante da realidade da maioria e, às vezes, cometemos equívocos e nos prejudicamos por falta de informação. Por isso, nessa edição, vamos conversar sobre a profissionalização do trabalhador autônomo de histórias em quadrinhos, trocando dicas, compartilhando dúvidas e proporcionando contatos para que, em momentos posteriores ao encontro, todos possam ter a quem recorrer quando tiverem suas dúvidas”, acrescentou Thaïs Gualberto.

Quem decide se tornar um quadrinista, ilustrador ou roteirista precisa estar ciente de que são trabalhos que exigem um conhecimento específico. Na busca dessa preparação, alguns fazem cursos de Letras, outros de Design ou Artes Visuais e há, ainda, os que se formam em áreas distintas, embora a paixão pelo universo da criação de HQ (história em quadrinhos) não demore a se sobressair.

Mas o que todas as pessoas que empreendem por esse caminho têm em comum é o fato de que poderá ser necessário, em algum momento, terem que se virar como trabalhadores autônomos, mas sem possuir nenhuma formação para o exercício da tarefa. Essa questão deverá ser colocada na roda de conversa que ocorre neste sábado, na Gibiteca Henfil, além de outras, a exemplo do preço que se deve cobrar pelo serviço; a necessidade - ou não - de se adquirir cadastro na condição de MEI (microempreendedor individual) e se tornar pessoa jurídica, bem como quais as vantagens e como fazê-lo; a aposentadoria; impostos; e a retirada da nota fiscal.

No Brasil, em relação ao segmento da HQ, a conjuntura atual é de que poucos são os profissionais da área contratados via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “Na Paraíba, como no restante do país, não conheço alguém que viva apenas como quadrinista. A maioria acaba trabalhando em outras áreas, para complementar a renda. Mas a internet e as redes sociais são ferramentas que contribuem para que oportunidades de trabalho sejam abertas para quem atua na área de história em quadrinhos”, disse Thaïs Gualberto para A União.

Sobre o projeto

Criado para que entusiastas das histórias em quadrinhos possam discutir, na Gibiteca Henfil da Funesc, os diversos temas relacionados a este universo, a primeira edição do 'Tertúlia HQ' ocorreu no mês de abril de 2016. Ao longo desse período, o evento - que tem se estabelecido como um espaço para o diálogo a respeito dessa arte - já realizou, dentro de sua programação, a comemoração das quatro décadas da personagem Maria, de Henrique Magalhães, discutiu as obras do saudoso Cristovam Tadeu (1962 - 2017), do Coletivo WC e, também, a possibilidade de criação de uma revista autoral, intitulada 'Choque Térmico', pelos quadrinistas que costumam frequentar as reuniões no Espaço Cultural.