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‘Sincronicidade do eu’ mostra nova safra de fotógrafos da PB

publicado: 26/04/2018 00h05, última modificação: 26/04/2018 08h56
Sincronicidade do eu.jpg

Fotografia captada pela lente do fotógrafo Eduardo Santos em um campo de futebol de um bairro popular da capital - Foto: Eduardo Santos

tags: sincronicidade do eu , fotógrafos , paraíba , thercles silva , luz em vênus


Jãmarrí Nogueira

Abre nesta quinta-feira (26), às 19h, a exposição fotográfica coletiva ‘Sincronicidade do eu’. A mostra pode ser vista até o dia 18 de maio, na galeria do Casarão 34, na praça Dom Adauto, na avenida Visconde de Pelotas, no Centro de João Pessoa. Destaque para os trabalhos dos fotógrafos Eduardo Santos e Thercles Silva.

A mostra representa um apanhado da produção da nova leva de fotógrafos paraibanos. A curadoria foi feita pelo fotógrafo Ricardo Peixoto. O fio condutor da mostra, conforme a curadoria, são as possibilidades de narrativas da imagem em seu vasto campo experimental. São narrativas visuais em diversos conceitos estéticos e técnicos em torno da ressignificação.

A coletiva ‘Sincronicidade do eu’ é um laboratório de práticas sensoriais vivenciadas e compartilhadas a partir da experiência pessoal de cada artista. São séries, objetos, ensaios, rascunhos, pesquisas, acervos, investigações e instalações. Alguns fotógrafos, mesmo jovens, já conquistaram espaço junto à crítica e público. Outros, buscam afirmação.

Estarão expondo no Casarão 34 os seguintes artistas: Anatil Maux, Geissy Reis, Eduardo Santos, Li Vasc, Bruno Chacon, Luanna Polari, Karla Noronha, Gerlande Muniz, Pedro Feitosa, Roan Nascimento, Mirna Nóbrega, Isa Silveira, Acelina Silva, Rogeux, Yedda Oliveira, Thercles Silva, Geane de Oliveira, Wallison Medeiros, Isis Mariana, Luiza Bié e Régia Maia.

A exposição é resultado de uma vivência sensorial e fotográfica realizada pelo fotógrafo Ricardo Peixoto. Em 2017, foram selecionados 26 artistas para participar durante duas semanas de uma imersão no universo da criação, narrativas de imagens, e produção experimental em fotografia.

Periferia em evidência

Quatro meninos jogando bola em um campo de barro, no bairro de Mandacaru, em João Pessoa. Cena do cotidiano. Mas, para as lentes de Eduardo Santos, torna-se um registro fantástico. Uma crônica pictórica. Imagem do agora. Eduardo é um dos fotógrafos na coletiva ‘Sincronicidade do eu’. Ele está expondo 12 fotos.

“As ruas são meu estúdio. Mas, Mandacaru realmente me inspira muito a fotografar seu cotidiano. Gosto de capturar as pessoas do bairro em suas lutas, resistência e poética. Fotografar na rua me oferece a oportunidade de vivenciar o cotidiano em sua mais pura autenticidade”, disse Eduardo, diagramador do Diário Oficial do Estado e fotógrafo freelancer.

Ele acredita que clicar o dia a dia do bairro onde mora é uma forma de falar para o mundo. “Afinal, as periferias são bastantes parecidas por todo o mundo. Enfrentam seus vários problemas, mas estão sempre mostrando suas belezas e qualidades. São capturas poéticas e, também, de protestos sociais”, concluiu o jovem fotógrafo.

Luz em Vênus

Quem também está entre os fotógrafos na exposição é Thercles Silva, da assessoria de imprensa da Fundação espaço Cultural da Paraíba. Thercles já é conhecido por integrar equipes de realização de filmes paraibanos. Fora da tela grande, seu projeto mais conhecido é o Luz em Vênus, onde retrata o empoderamento feminino através da nudez.

Ele está com três fotos na exposição ‘Sincronicidade do eu’. Todas elas destacam a nudez feminina como forma de libertação e leveza (no caso, a ‘modelo’ é Hirina Renner). As fotografias em exposição mostram uma mulher em contato com a natureza, em simbiose com o meio ambiente. São ensaios que destacam as experiências tácteis e sensoriais, ‘sem poses’.

“O Luz em Vênus é um espaço de experimentação fotográfica em torno do corpo e no estágio atual do projeto, está focado no corpo feminino. A ideia nasceu da vontade de criar a partir de experimentações um ambiente propício, onde cada participante possa ser fotografada de forma simples e verdadeira, com representações de suas personalidades”, disse Thercles.

Thercles iniciou sua trajetória na fotografia profissional em 2011, quando começou a participar de exposições coletivas. Em 2012 fez sua primeira exposição individual no qual resultou num convite para ir fotografar na França. Em 2014, expôs e ministrou oficina em Belém (PA).

Após três anos sem produzir, ‘Sincronicidade do eu’ marca um retorno artístico para Thercles, que também pretende lançar seu primeiro livro este ano. O livro trará as experiências vivenciadas no primeiro ano do projeto Luz em Vênus.