O material de divulgação da turnê que a cantora mineira Lizandra faz no Nordeste destaca o apelido pelo qual ela ficou conhecida entre os ouvintes e espectadores — “a voz que acalma”. Mas a intérprete revela que a aparente tranquilidade das apresentações, nas redes sociais ou nos palcos, esconde uma personalidade ansiosa: “Com a música, eu consigo voltar a mim”, sustenta. Depois de apresentar-se ontem em Campina Grande, ela chega hoje a João Pessoa, para um show, às 19h, na Vila do Porto, situada no bairro do Varadouro. Os ingressos podem ser adquiridos por meio do site Sympla e custam de R$ 35 (meia) e R$ 70 (inteira).
O repertório que Lizandra preparou para esta turnê inclui faixas como “Cedo demais” e “Pedacim”, extraídas do álbum O Medo Vira Poesia (Ao Vivo) e abre espaço para suas tradicionais “releituras”, com canções de outros artistas — duas delas, “Coisas que eu sei”, de Danni Carlos (cover que lhe garantiu projeção), e “Onde Deus possa me ouvir”, de Vander Lee.
“Tem umas misturas malucas que eu faço, toco Zé Vaqueiro, Zezé di Camargo e Só pra Contrariar. Das autorais que também são importantes para mim cito ‘Amor todinho’ (que chegou ao streaming ano passado)”, detalha.
O último lançamento de Lizandra nas plataformas também foi uma regravação — “Gatinha manhosa”, composta por Erasmo e Roberto Carlos e que fez sucesso na voz do “Tremendão”. Ela divide os vocais com a colega e conterrânea Bia Gullo; conheceram-se por meio da empresa que as representa no mercado.
“Quando a Bia me mandou essa versão, pensando nessa possibilidade de gravarmos, eu fiquei maluca, falei, ‘Me dê esse privilégio, por favor’. Acho que ficou muito sensível mesmo a nossa interpretação desse clássico”, aponta.
A partir da estreia do EP Guia Prático para Amar (De Novo), em 2019, Lizandra decidiu mergulhar fundo na carreira artística. Mas a gênese é anterior: desde 2012, pelo menos, ela persevera em sua trajetória profissional.
“Eu sou formada em Engenharia Eletrônica de Telecomunicações. Foi na faculdade que eu comecei a ter um pouco mais de contato, por conta dos eventos que a própria universidade promovia. O estágio foi um divisor de águas, porque na época, nada me preenchia ou me dava paz. Então falei: ‘Não vai ser mesmo engenharia’”, relembra.
Sobre “a voz que acalma”, a cantora assinala que decidiu “abraçar” o título. A música em si também é utilizada pela artista como ferramenta de concentração e apaziguamento.
“Com ela, consigo desligar todos os pensamentos. Eu viajo muito, me imagino cantando no palco, uma coisa que eu faço desde a adolescência. Dentre os artistas que tenho gostado de ouvir, que estou viciada, está Dominguinhos. Também sou muito fã de João Gomes e de Maestrinho”, cita.
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*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de Outubro de 2025.