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Roda de conversa

A União traz nova edição do 'Pensar'

publicado: 14/06/2023 09h57, última modificação: 14/06/2023 09h57
Hoje, na capital, evento promoverá o debate “Conversas sobre a Morte: o Luto e os Rituais de Despedida”
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Suplemento do Jornal A União reúne informações reflexivas em torno de temas importantes, com análises de especialistas, pesquisadores e profissionais nas mais variadas áreas do conhecimento - Foto: Edson Matos
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Com mediação do jornalista Jorge Rezende, debate terá as psicólogas Monik Monteiro, Deborah Nobrega, e a ialorixá Renilda Bezerra - Foto: Edson Matos
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Psicóloga Monik Monteiro - Foto: Acervo Pessoal
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Psicóloga Deborah Nobrega - Foto: Acervo Pessoal
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Ialorixá Renilda Bezerra - Foto: Acervo Pessoal
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Um dos temas abordados na edição do ‘Pensar’ é o luto, além de economia, desperdício, indiferença, sexualidade, mobilidade urbana, educação, etarismo, autoconfiança, gordofobia e partidos políticos - Foto: Edson Matos
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Com mediação do jornalista Jorge Rezende, debate terá as psicólogas Monik Monteiro, Deborah Nobrega, e a ialorixá Renilda Bezerra - Foto: Edson Matos
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por Guilherme Cabral*

“Conversas sobre a Morte: o Luto e os Rituais de Despedida” é o tema da quarta edição do projeto Roda de Conversa, organizado pela Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) e que se realiza hoje, a partir das 18h30, na Livraria A União, localizada no Espaço Cultural José Lins do Rego, na cidade de João Pessoa. Na ocasião, as psicólogas Monik Monteiro e Deborah Nobrega da Silva Leal, com a ialorixá Renilda Bezerra de Albuquerque, participarão do evento, com mediação do editor do caderno Pensar, o jornalista Jorge Rezende. Durante a programação, cuja entrada é gratuita, vai ser lançada, a terceira edição da revista Pensar (40 páginas, R$ 12), suplemento do Jornal A União. O debate é um dos assuntos abordados na publicação.

O caderno Pensar é publicado mensalmente pelo jornal e circula sempre no penúltimo domingo, levando aos assinantes do diário e aos leitores, de uma forma geral, informações reflexivas em torno de temas importantes, com análises de especialistas, pesquisadores e profissionais nas mais variadas áreas do conhecimento. A revista nasceu com o objetivo de reunir as matérias dos principais assuntos abordados nos 12 meses e disponibilizar aos leitores textos aprofundados que incitem a reflexão e a crítica.

Nesta terceira edição ganharam destaque os temas: luto, economia, desperdício, indiferença, educação, sexualidade, mobilidade urbana, etarismo, autoconfiança, gordofobia e partidos políticos. O tema escolhido para a Roda de Conversa foi o luto, o qual fez parte, de forma intensa, da vida de milhões de pessoas no mundo, nos recentes anos da pandemia da Covid-19. Durante o debate, as participantes convidadas, Monik Monteiro, psicóloga clínica com formação em psicanálise e pós-graduação em diversas áreas; Deborah Nobrega da Silva Leal, psicóloga clínica e mestre em psicooncologia e cuidados paliativos; e a ialorixá Renilda Bezerra de Albuquerque, presidente da Federação Independente dos Cultos Afros Brasileiros do Estado da Paraíba, abordarão o assunto pelos pontos de vista pessoal e social.

“Os temas do caderno Pensar são previamente definidos para, em seguida, serem escolhidos dois repórteres – ou mais – para a produção de matérias aprofundadas, ouvindo especialistas. Os temas são trabalhados como se fosse um debate impresso. Eu mesmo defino 70% das pautas e o restante surge por sugestões do pessoal da redação, através de enquete, ou de outros editores e da diretoria”, explicou Jorge Rezende. “O caderno foi criado em abril de 2019 e, quando chegou no final daquele ano, a diretora-presidente da EPC, Naná Garcez, teve a ideia de reunir tudo que foi publicado naquele ano em uma revista. Em 2019 surgiu a primeira edição e, em 2020, a segunda edição. Em 2021 e 2022 isso não ocorreu, por causa dos problemas da crise sanitária. Para recuperar o tempo, agora está sendo lançada a terceira edição”, comentou o jornalista, que, em novembro de 2018, passou a editar, no mesmo jornal, o caderno Memorial, que traz notícias relacionadas à morte, a exemplo do obituário.

Uma das convidadas do debate de hoje, Monik Monteiro disse que pretende abordar “a naturalização do processo de luto, a validação da dor, o tempo do luto para cada pessoa. Os lutos que fazemos ao longo da vida, não só em relação a falecimento, mas os lutos dos ciclos da vida”.

A psicóloga acha importante falar sobre o assunto. “Até porque a gente não é preparada para lidar com a morte, com o processo de luto de perda, de um modo geral. A gente faz lutos ao longo da nossa vida: luto da infância; luto da adolescência; luto de uma fase adulta; luto de emprego. São fechamentos de ciclos, onde eles são necessários. A gente precisa enfrentar isso da melhor maneira possível e o falecimento e só mais um luto que a gente acaba vivenciando. E esse processo de dor precisa ter um lugar de fala, precisa ser trabalhado. Como eu digo sempre na clínica: o luto é um lugar de passagem, ele não é um lugar para a gente ficar. Então, é necessário passar pela dor, é preciso atravessar isso, mas não é um lugar onde a gente tenha que fincar raízes”, afirmou Monik Monteiro.

A profissional destacou outro aspecto do tema a ser abordado na Roda de Conversa. “Eu achei interessante a outra psicóloga ser da oncologia, pois eu perdi o meu sogro quinta passada, também um paciente oncológico. Meu sogro era um paciente oncológico, ele tinha mieloma, um câncer que não tem cura, e passou 13 anos, entre os cuidados paliativos, a quimio como uma tentativa de prolongar a vida. De dois meses para cá ele estava internado e entrou justamente nessa reta final, onde a família, a gente se preparou muito para esse momento e entendendo o seu sofrimento. É tanto que a missa de sétimo dia será amanhã (hoje) e eu vou estar aí com vocês”, disse Monik Monteiro.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 14 de junho de 2023