Notícias

Pesquisadoras da UFPB lançam livro que retrata trajetória de Políbio Alves

publicado: 29/10/2016 00h05, última modificação: 29/10/2016 06h55
Políbio.jpg

O paraibano Políbio Alves é autor de sete livros e considerado um dos maiores nomes da literatura do Estado - Foto: Edson Matos

tags: Políbio Alves , Políbio Alves: um homem, um arquivo, uma trajetória


Guilherme Cabral

"A homenagem que estou recebendo em vida, com o lançamento deste livro, é algo muito significativo”. A confissão foi feita para o jornal A União pelo poeta e contista paraibano Políbio Alves, referindo-se à obra intitulada Políbio Alves: um homem, um arquivo, uma trajetória, escrita pela docente Ana Cláudia Cruz Córdula, sob a orientação da professora e doutora Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira, publicada pela Editora da UFPB e cujo lançamento ocorreu no último mês de setembro no auditório da Central de Aulas da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa. Na ocasião, a Profª Drª Roselis Batista Ralle, da Universidade de Reims Champagne –Ardenne, na França, proferiu palestra sobre a vida literária do escritor. 

O poeta Políbio Alves, que nasceu em 1941, no bairro de Cruz das Armas, em João Pessoa, disse estar “imensamente grato” pelo que considera como “generosidade” por parte das professoras Ana Cláudia Cruz Córdula e Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira. “Claro que vou participar do lançamento”, antecipou o ficcionista para A União. A propósito, essa não é a primeira vez que ele - autor, por exemplo, dos livros intitulados Varadouro (poesia), O Que Resta dos Mortos, Os Ratos Amestrados fazem acrobacias ao amanhecer (ambos de contos) e de La Habana Vieja: olhos de ver, um longo poema que é sua sétima obra, lançada recentemente - é alvo de tributo através da publicação de uma obra literária.

“Em 2010, a jornalista Molina Ribeiro organizou e publicou O ofício de escrever e outras vertentes: diálogos com Políbio Alves, fortuna crítica de toda minha trajetória de escritor e poeta. E mais, um constante diálogo sobre o ato de escrever. Molina Ribeiro costumava dizer que eu era “o operário da palavra”. Exatamente um autor singular, dono de uma obra aberta. O livro enfatiza a função do escritor numa sociedade excludente, um dossiê sobre o Varadouro, tendo como matéria-prima entrevistas, depoimentos, reportagens, ecos da crítica, trabalhos literários de professores críticos de arte”, lembrou Políbio.

Quanto ao livro que foi lançado na UFPB, seu texto se originou da pesquisa da dissertação de mestrado escrita por Ana Cláudia Cruz Córdula, aliada, também, a outros trabalhos já desenvolvidos pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Cultura, Informação, Memória e Patrimônio (GECIMP), liderado pela mesma professora Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira, que a orientou no projeto cujo resultado foi a obra sobre Políbio.

Nesse sentido, o livro intitulado Políbio Alves: um homem, um arquivo, uma trajetória é considerada uma obra instigante, por abordar um tópico original e altamente relevante, aprofundando a hipótese de que o homem nasce, vive e reúne documentos, os quais terminam se transformando em memórias de uma temporalidade. No caso específico desta obra, as autoras trazem, à tona, o retrato “literocultural” e social do escritor paraibano que lhes serviu de inspiração para a prestação da homenagem, de quem as professoras abordam diversos aspectos, a exemplo do movimento de sua vida, obra, pensamento, lidos em passagens, por meio de itens documentais pertencentes a um primoroso arquivo pessoal.

A propósito, não faz muito tempo que, também na capital, o poeta Políbio Alves recebeu outra homenagem, por iniciativa da parceria entre o Serviço Social do Comércio (Sesc) e a (Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O escritor foi o escolhido para marcar o retorno do Projeto Parede Poética / Estação Poesia, que ambas as instituições realizaram no período de 14 de julho a 18 de agosto último, quando painéis em banner permaneceram em exibição aos passageiros que circulassem na Estação João Pessoa. Durante o evento, o público pode ler alguns poemas do autor. Lançado pelo Serviço Social do Comércio Paraíba em 2009, o Parede Poética objetiva inovar e ampliar as possibilidades de difusão da produção literária paraibana, principalmente a poesia.