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Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto

publicado: 17/08/2023 10h57, última modificação: 17/08/2023 10h57
Concerto ‘Valencianas II’ será apresentado, hoje, no Teatro Pedra do Reino, em João Pessoa
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Projeto nasceu em 2014 para comemorar os 40 anos de carreira de Alceu Valença, e chega à segunda edição sendo sucesso de público - Foto: Íris Zanetti/Divulgação
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Alceu Valença e o maestro Rodrigo Toffolo, da Orquestra Ouro Preto - Foto: Íris Zanetti/Divulgação
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Biografia do artista também será lançada, hoje, em JP - Imagem: Divulgação
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por Guilherme Cabral*

Em turnê nacional, o cantor e compositor pernambucano Alceu Valença e a Orquestra Ouro Preto (OOP), com regência do maestro Rodrigo Toffolo, sobem hoje ao palco na capital paraibana para a realização de concerto da segunda edição do projeto Valencianas. A apresentação acontece às 21h, no Teatro A Pedra do Reino, e, no repertório, o público poderá ouvir, além de novas músicas, clássicos da carreira do artista, a exemplo de Como Dois Animais e Dia Branco, com arranjos especialmente elaborados por Mateus Freire, que também propõe uma nova ‘Suíte Orquestral’ para a abertura do espetáculo.

Escolhidas de forma criteriosa pelo próprio Alceu Valença, as obras do repertório do show possuem o intuito de surpreender e emocionar os fãs da poesia do artista pernambucano com ainda mais beleza e sonoridade musical, embaladas por arranjos orquestrais. Sucessos do cantor e compositor que ficaram de fora da primeira edição do projeto, entram agora, a exemplo de Solidão, Tesoura do Desejo, Táxi Lunar e Pelas Ruas que Andei. O objetivo do Valencianas II é proporcionar um encontro inesquecível entre a música de concerto e a música de Alceu Valença, como forma de homenagear o artista e a brasilidade da sua obra.

O repertório do concerto demonstra a versatilidade do cantor e compositor pernambucano, ressaltando os elementos seminais da canção nordestina presentes na sua obra, bem como o diálogo com outros gêneros, a exemplo da Bossa e do Fado, adaptados à linguagem camerística. O sucesso da parceria entre a MPB e a música de concerto tem surpreendido os envolvidos no projeto desde a primeira edição, com ingressos esgotados e salas lotadas por plateias encantadas com a performance de Alceu e Orquestra.

O nascimento do Valencianas

A primeira edição do espetáculo Valencianas foi concebida com o intuito de celebrar os 40 anos de carreira de Alceu Valença, a partir do encontro do artista com Paulo Rogério Lage, que há tempos planejava proporcionar contornos orquestrais à obra de Alceu, e com o maestro Rodrigo Toffolo, regente da Orquestra Ouro Preto (OOP), fundada no ano 2000 e considerada uma das formações de mais prestígio no Brasil. Essa iniciativa contribuiu para que o trabalho do compositor pernambucano ganhasse um tratamento que resultou numa experiência inédita na sua carreira.

Em 2014, com a gravação do CD e DVD intitulado Valencianas: Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto, o trabalho foi elogiado pela crítica e bem recebido pelo público, o que levou o projeto a ganhar, no ano seguinte, o Prêmio da Música Brasileira, na categoria de melhor disco de MPB, justamente a de maior prestígio do tradicional evento. Em virtude do êxito da parceria entre a OOP, Alceu, e o diretor de cena, Paulo Rogério Lage, foi decidido dar continuidade ao projeto, que circulou por todo o Brasil e no exterior, sempre com apresentações de lotações esgotadas. Dessa iniciativa surgiu um novo registro: o CD e o DVD Valencianas II, gravado durante concerto realizado em 20 de janeiro de 2020, na Casa da Música, na cidade do Porto, em Portugal, e que passou a ser disponibilizado nas plataformas de streaming em agosto do ano passado. A segunda edição do projeto foi retomada agora, depois de começar em 2020, a partir da gravação do álbum em Portugal, e ter sido a turnê interrompida em 2022, por causa da pandemia da Covid–19, após duas apresentações realizadas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que reuniram aproximadamente 100 mil pessoas.

Biografia de Alceu Valença

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Biografia do artista também será lançada, hoje, em JP - Imagem: Divulgação

O jornalista carioca Júlio Moura lança hoje, às 16h, em João Pessoa, o livro Pelas ruas que andei - Uma biografia de Alceu Valença (Cepe; R$ 70), na Livraria do Luiz, no Mag Shopping. A obra revela histórias de vida e de 50 anos de carreira do cantor, compositor, instrumentista, diretor de cinema, ator e advogado, mas que prefere se considerar “um grande poeta”. Na ocasião, o autor, que é assessor de comunicação do artista desde 2009, vai participar de um bate-papo sobre o livro com o cantor e compositor paraibano Mestre Fuba.

O autor contou que “essa é a primeira biografia de Alceu Valença e é um livro que escrevi praticamente durante a pandemia da Covid–19. Desde que comecei a conviver com Alceu, em 2009, eu já imaginava fazer uma biografia. Eu sempre fui um leitor voraz de biografias, principalmente na área da cultura brasileira, e sobretudo na área da música. E logo que comecei a trabalhar com Alceu eu entendi que ele era o melhor personagem para um possível livro meu. Então, desde janeiro de 2009, quando veio lançar o álbum Ciranda Mourisca em Olinda, eu já guardava todas as reportagens que saiam no arquivo, já com essa intenção de usar aquele material para elaboração de uma biografia. Desde então, além das histórias que ele me conta, tive acesso a uma pesquisa muito completa de entrevistas e matérias, sempre de opiniões categóricas e contundentes, material que vem desde 1969, quando ele participa do Festival Internacional da Canção com ‘Acalanto para Isabela’”.

Sobre o conteúdo da obra, Júlio Moura afirmou que procura abordar duas vertentes, histórias pessoais a partir de convivências, embora não seja um livro de memórias, e o diálogo do artista com a imprensa, com o jornalismo cultural. “Também procurei dissecar toda a discografia dele até os dias de hoje, quando está num momento espetacular, uma espécie de novo auge, redescoberto pela geração da internet, um público cada vez mais jovem. Alceu tem, hoje, 260 milhões de visualizações da música a La Belle de Jour no YouTube, o que é mais que a população brasileira”, afirmou o autor, que na obra ainda aborda a infância de Alceu, os estudos, a cidade de São Bento do Una, a família, o posicionamento político, o Nordeste, os amores, as viagens, a cidade de Olinda, a carreira, o mundo, seu processo de criação e como ele se tornou universal, sem abdicar de suas características regionais e autenticidade.

O Mestre Fuba disse estar lisonjeado com o convite do jornalista Júlio Moura para participar do bate-papo na Livraria do Luiz. Ele comentou que vai apresentar o autor ao público pessoense e falar sobre a biografia de Alceu Valença, relembrando momentos que compartilhou com o cantor e compositor pernambucano. “Já fiz apresentações com Alceu e tenho uma ligação grande com ele, iniciada pelos anos 1970, no Rio de Janeiro”, disse Fuba.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 17 de agosto de 2023.