Ele costuma definir a sua arte como movimento propulsor; aquilo que lhe move e que dá sentido à vida. Sempre perseguindo a inventividade de uma “canção inédita”, o cantor e compositor pernambucano Almério se apresenta hoje em João Pessoa pelo Projeto Seis e Meia. O Show acontece a partir das 18h30, no Teatro de Arena do Espaço Cultural José Lins do Rego, em Tambauzinho. Os ingressos estão sendo vendidos na loja Broomer do Mag Shopping e pela internet (olhaoingresso.com.br), nos valores de R$ 140 (inteira), R$ 70 (meia) e R$ 100 (solidário + 1 kg de alimento não perecível). O show de abertura fica a cargo do grupo paraibano Quadrilha.
A opção estética pelo show acústico começou despretensiosamente em Belo Horizonte e desde então passou a ser muito solicitada. Não serão tocadas todas as doze canções que compõem seu último e mais importante trabalho, Nesse Exato Momento, álbum lançado em abril de 2024 com participações do calibre de Maria Bethânia, mas a noite é mesmo de celebrar o disco, mesclando as faixas acerca do cotidiano brasileiro com coisas que Almério gosta de cantar. “Vai ser no modo voz e violão, um lugar muito confortável e de muito aconchego que quero levar para o público”, afirma o cantor, que estará acompanhado pelas oito cordas do violão de Rubem França.
Da noite o músico tem conhecimento de sobra. Afinal já vem tocando nela há exatos 13 anos, primeiro em Caruaru, depois em Recife e de lá para o mundo. “A noite é uma escola para todo cantor. Me formei cantando na noite”, atesta ele.
Apadrinhado pela paraibana Elba Ramalho e pelos pernambucanos Alceu Valença e Geraldo Azevedo, Almério guarda entre suas principais influências as cantoras da música popular brasileira dos anos 1990 e um pouco de Chico Science. Comumente comparado com Ney Matogrosso – o timbre e a forma com que canta lembra muito o veterano – se diz lisonjeado com a aproximação.
“É uma honra ser comparado a Ney. Ele veio do futuro pra nos ensinar a viver. É um bicho-camaleônico-potente-intergalático”, pontua Almério, que tinha Ney como espelho desde a infância, apesar do receio de vê-lo e ouvi-lo. “Era uma criança veada e queria negar a minha sexualidade. Lutava pra não sentir o que sentia. Escutava de tudo, menos Ney, e fui me endurecendo até pegá-lo lá na frente e dizer, ‘Vem, vou te dar um abraço’”, destaca, lembrando da faixa “Brasil”, de seu álbum Tudo é Amor (2021), na qual canta junto com Matogrosso.
Sua estreia no mercado fonográfico foi com o álbum homônimo Almério (2013), seguido de Desempena (2017) – também gravado ao vivo em 2020 –, Acaso Casa Ao Vivo (2019), o citado Tudo é Amor – trabalho dedicado ao cancioneiro de Cazuza –, Almério e Martins Ao Vivo no Parque (2022).
Com um próximo projeto em mente, se diz imparável – “tenho que ter muitas cartas na manga”. Já sabe até a data em que vai lançá-lo (não revelada), muito embora ainda precise encontrar a sonoridade que trará o produto.
“Ser este vetor de transformação é o que conduz a minha arte. Eu amo João Pessoa. Convido o público, que é o coração de tudo, a se permitir, deixar se atravessar pela poesia da noite e estar presente nesse exato momento”, conclui Almério, prometendo a sensação de liberdade de um “sextou” em plena quinta-feira.
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*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 07 de agosto de 2025.