O jornalista André Cananéa é o novo membro da Academia Paraibana de Cinema (APC). Ele foi eleito ontem pela manhã, no pleito realizado na sede da entidade (na unidade Tambaú da Fundação Casa de José Américo) para ocupar a cadeira 27, vaga desde a morte do também jornalista Carlos Aranha, falecido em novembro de 2024. O jornalista venceu a eleição recebendo 10 votos, contra três para o pesquisador José Nilton da Silva e um para o realizador Daniel Rosas. O quórum foi de 14 votantes — a eleição foi apenas presencial.
André Cananéa tem uma estrada no jornalismo paraibano quase sempre dedicada à cultura. Pelos veículos impressos em que passou, sempre teve o cinema entre os assuntos abordados em seus textos, seja em matérias, entrevistas ou artigos. Além disso, foi editor de cadernos culturais, do suplemento literário Correio das Artes e foi gerente-executivo de mídia impressa de A União, no qual permanece como colunista.
Atualmente, é o gerente de conteúdos e de programação da Rádio Parahyba FM, emissora integrante da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC). Lá, ele desenvolveu o programa Ouça um Filme, em que entrevista cineastas e cinéfilos, e tem uma coluna, Em Cartaz, na qual dá dicas e comenta a programação dos cinemas.
“André foi eleito em função do trabalho cotidiano com a cultura, e em particular com o cinema. Desde jovem sempre refletiu sobre a cultura cinematográfica”, apontou o cineasta e professor João de Lima Gomes, atual presidente da APC. “E ainda tem a coincidência de ele ser neto de Simeão Cananéa, desembargador que sugeriu a Linduarte Noronha subir a Serra do Talhado”. Um ano depois, em 1957, Linduarte escreveu a matéria sobre as oleiras do Talhado, que foi a base para Aruanda”, aponta gomes.
Cananéa comentou que a paixão pelo cinema começou por influência do pai cinéfilo. “Mas profissionalmente iniciei pela porta da música”, aponta. “Mas acho que, a partir de 2019, quando entro na EPC, é quando me entrego completamente ao cinema. Essa eleição para suceder Carlos Aranha vem nesse momento em que tenho dado uma contribuição maior ao cinema, seja como espectador, através das reflexões que faço na coluna, seja através da troca de informação nas entrevistas na Parahyba FM ou nas reportagens — que eu continuo fazendo”, pontou .
A decisão de se candidatar, ele conta, partiu da provocação de Naná Garcez, diretora-presidente da EPC, e contou com o apoio da diretoria.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 3 de julho de 2025.