Lucas Silva - Especial para A União
Proporcionando ao público paraibano hoje no Teatro Pedra do Reino um verdadeiro espetáculo e fazendo uma homenagem ao grande Rei do Baião ou mais conhecido como Luiz Gonzaga, o violinista pernambucano Antônio Nóbrega promete fazer grandes façanhas em seu show “Lua”. Com apresentação marcada para as 21h30, o artista trará ao show músicas com arranjos modernos e uma nova cara. Os interessados em participar da performance podem adquirir seus ingressos no ponto de vendas (Casa de Taipa Produções ) ou na compra online. Os valores variam de R$ 40 a R$ 100.
Fora isso, o show “Lua” é uma ação que irá oferecer 50% de desconto no bilhete valor cheio, ou seja, de valor inteiro, para as pessoas que levarem 1kg de alimento não perecível no momento da compra. A iniciativa é uma maneira de ajudar a Vila Vicentina com donativos. Algo importante a se ressaltar é que o desconto não é cumulativo para meia- entrada.
Conhecido por ser um artista multifacetário, o pernambucano Antônio Nóbrega subirá ao palco acompanhado de uma banda formada por sete versáteis músicos. Além disso, o artista dará um toque especial às canções de Luiz Gonzaga fazendo com que elas ganhem modernos arranjos criados pelos músicos Edmilson Capelupi, Edson Alves e José A. Sobrinho.
Performando clássicos do Rei do Baião, o artista irá passear por algumas canções como Qui nem giló, Vida do viajante, Juazeiro, entre outras. Outro pouco interessante do show é que o Nóbrega interpretará canções pouco conhecidas como Facilita e Acauã dando maior visibilidade às composições de Luiz Gonzaga. Acompanhado a tudo isso, Antônio Nóbrega irá executar músicas instrumentais, a exemplo de 13 de Dezembro e Araponga.
A ideia em homenagear o Rei do baião surgiu por meio de seu apelido Lua. Além disso, Luiz Gonzaga é homenageado não apenas como o grande compositor e intérprete nordestino — revelador e divulgador de inúmeros ritmos e gêneros musicais, como o xote, o xaxado, o chamego e, sobretudo, o baião – mas, sobretudo, como um dos grandes músicos fundadores da música brasileira de todos os tempos.
A iniciativa em fazer um show de homenagem surgiu em 2012, com o intuito de celebrar o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga.
Trajetória do artista
Nascido em Recife em 1952, Antônio Nóbrega no final dos anos 1960 participava da Orquestra de Câmara da Paraíba e da Orquestra Sinfônica do Recife quando, convidado por Ariano Suassuna, passou a integrar, como instrumentista e compositor, o Quinteto Armorial - grupo precursor na criação de uma música de câmara brasileira de raízes populares.
A partir dos anos 70 percorreu quase todo o Brasil estudando as manifestações populares, aprendendo cantos, toques instrumentais, danças, modos de representar dos brincantes, folgazões e demais artistas populares.
Fruto desse envolvimento, a partir de 1976 começou a desenvolver um estilo próprio de concepção em artes cênicas, dança e música, apresentando a partir de então os espetáculos “A Bandeira do Divino”, “A Arte da Cantoria”, “Maracatu Misterioso”, “Mateus Presepeiro”, “O Reino do Meio-Dia”, “Figural”, “Brincante”, “Segundas Histórias” e “Na Pancada do Ganzá” com grande sucesso no Brasil e exterior, recebendo diversos prêmios como “Shell”, “APCA” e “Mambembe”.
Revelando-se um fenômeno, ao conseguir unir a arte popular com a sofisticação, o artista é, literalmente, um homem dos sete instrumentos, capaz de cantar, dançar, tocar bateria, rabeca e violão. Realizou espetáculos memoráveis em teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo, com destaques para Figural (1990) e Brincante (1992). Figural é um espetáculo em que Nóbrega, sozinho no palco, muda de roupa e de máscaras para fazer uma das mais ricas demonstrações da cultura popular brasileira e mundial.
Terminou em 12 de novembro de 2006 a temporada paulistana do espetáculo 9 de Fevereiro, e, em seguida, iniciou a temporada carioca. Este espetáculo, cujo nome é uma alusão ao carnaval pernambucano e um trocadilho com frevo, explora várias formas de se tocar frevo: com uma orquestra de sopro, com um regional, com violino e percussão etc. Também há várias das formas de se dançar frevo: com apenas um dançarino (Nóbrega) em passos estilizados de dança moderna, com vários dançarinos em passos de frevo, com e sem sombrinha e até o público todo, em ciranda de frevo. Como não poderia faltar em um espetáculo enciclopédico sobre o frevo, há pelo menos dois momentos didáticos: em um a orquestra explica várias modalidades e costumes do frevo, e Antônio Nóbrega ensina uma pessoa da plateia a dançar frevo (fazer o passo).