Guilherme Cabral
A exibição de um clássico nacional, o filme intitulado Vidas Secas, dirigido por Nélson Pereira dos Santos, marca, hoje, em sessão a partir das 18h, na sede da entidade, localizada em João Pessoa, a inauguração do Cineclube Verbo e Imagem, da Academia Paraibana de Letras (APL). Na ocasião, o longa-metragem será comentado pelos acadêmicos Jomard Muniz de Brito, Carlos Aranha e Hildeberto Barbosa Filho e a iniciativa também objetiva comemorar os 75 anos de fundação da APL, que se completam nesta mesma data.
“O Cineclube é uma ideia que nós tínhamos há mais de oito meses. A entrada será gratuita para o público e serão exibidos filmes cujos roteiros sejam baseados em obras literárias. Ou seja, a ideia é projetar filmes relacionados com a literatura na tela e promover o debate em torno dessas obras”, disse, para o jornal A União, o presidente da Academia Paraibana de Letras, professor Damião Ramos Cavalcanti, que, a propósito, foi reeleito para o terceiro - e último - mandato consecutivo, referente ao biênio 2016 - 2018. O pleito ocorreu na última sexta-feira e, dos 27 votantes, sua chapa obteve 23 sufrágios. E ainda houve os registros de dois votos em branco e outros dois nulos.
Damião Ramos ainda ressaltou que a inauguração do Cineclube da APL representa a continuidade do movimento de resgate de cineclubes, principalmente na cidade de João Pessoa, deflagrado por ele mesmo há pouco mais de um ano, quando, como presidente da Fundação Casa de José Américo, cargo que também exerce, criou o Cineclube O Homem de Areia, cujas sessões são gratuitas e ocorrem sempre na primeira quarta-feira de cada mês.
Dentro da programação - comandada pelo presidente Damião Ramos Cavalcanti - comemorativa dos 75 anos de fundação da Academia Paraibana de Letras, que foi fundada em 14 de setembro de 1941, além da exibição do filme Vidas Secas, que inaugura o Cineclube Verbo e Imagem, ainda haverá a exposição fotográfica intitulada Vida e Obra de Virgínius da Gama e Melo, o relançamento do livro Verbo e Imagem, de Wills Leal, Virgínius da Gama e Melo e Jomard Muniz de Brito, e o lançamento do projeto “Revivendo Virgínius da Gama e Melo”.
Lançado no dia 4 de maio de 1963, o filme Vidas Secas, um drama dirigido por Nélson Pereira dos Santos e com 1h43 de duração, é adaptado do livro homônimo - escrito pelo alagoano Graciliano Ramos (1892 - 1953) - e retrata a situação de uma família miserável, que tenta escapar da seca no Sertão do Nordeste do Brasil. Tangidos pelas dificuldades, os personagens Fabiano - interpretado pelo ator Átila Iório - e a esposa, Sinhá Vitória (Maria Ribeiro), acompanhados dos seus dois filhos, além da cadela Baleia, vagam sem destino e já quase sem esperança pelos confins do interior, sobrevivendo às forças da natureza e à crueldade dos homens.
O presidente da APL, Damião Ramos Cavalcanti, ainda informou que o Cineclube Verbo e Imagem, o qual é dirigido pelo acadêmico Wills Leal, exibirá gratuitamente ao público, a partir das 18h, sempre um filme - nacional ou internacional - baseado em obras literárias, seguido de comentários, nas segundas quintas-feiras de cada mês.