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Arte Naïf é tema de mostra coletiva aberta em JP

publicado: 20/06/2017 00h05, última modificação: 20/06/2017 07h33
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Os visitantes da exposição podem contemplar mais de 30 obras de artistas da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte - Foto: Edson Matos

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Guilherme Cabral

Mais de 30 obras - entre, por exemplo, pinturas, esculturas e objetos em papel machê - de 14 artistas integram a exposição intitulada Coletiva Naïfs da Região, que permanece aberta para o público na Galeria Gamela, localizada na cidade de João Pessoa, até o final deste mês de junho. A maioria das peças - algumas são, inclusive, produções recentes - pertence aos próprios participantes da mostra. A visita pode ser feita de segunda a sábado, das 9h às 19h; e, no domingo, e - eventualmente - em dia de feriado - por meio de agendamento pelos números de telefones (83) 3226-1436, 9962-7969 ou, então, 8815-5944.

Dois artistas que estão expondo na coletiva, Célia Gondim e Guariguazi, são naturais de Pernambuco e Rio Grande do Norte, respectivamente, mas estão radicados na Paraíba, de onde é originário o restante que participa do evento. São os seguintes: Analice Uchoa, Alexandre Filho, Adriano Dias, Clovis Junior, Denise Costa, Dalva e J. Lucena (ambos in memoriam), Gildo Xavier, Josenildo Suassuna, Madriano Basílio, Marby Silva e Tadeu Lira.

“Alguns desses artistas que participam da coletiva, inclusive, foram agraciados em grandes eventos. Gildo Xavier, Madriano Basílio, Adriano Dias e Marby Silva estão participando da Primeira Bienal Internacional de Arte Naïf, na cidade de Socorro, em São Paulo, e outros dois artistas paraibanos foram selecionados: Geo e Joilson Pontes. Josenildo Suassuna está participando de exposição Naïfs, no Sesc Belenzinho (SP), e Adriano Dias também está se destacando no Festival der Arte Naïf na Polônia”, ressaltou para o jornal A União a marchand da Galeria Gamela, Roseli Garcia, para quem tais feitos demonstram que “a Paraíba vem se destacando na arte Naïf no Brasil e internacionalmente”.

Roseli Garcia disse que escolheu o título da coletiva como uma forma de prestar homenagem e “valorizar” os artistas da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco que atuam produzindo obras no estilo Naïf, por entender que precisam ser cada vez mais divulgados para a população. Nesse sentido, ela lembrou que a Paraíba vem, já há um bom tempo, se destacando nos cenários nacional e internacional, nessa área, por intermédio de nomes “reconhecidos e qualificados”, a exemplo de Alexandre Filho e Clóvis Júnior.

No momento, a marchand quis ressaltar a beleza do trabalho do artista Gildo Xavier, que participa da exposição com a pintura intitulada A Arca da Diversidade, a qual é composta por quatro telas, as quais representam a diversificação das culturas e podem ser apreciadas pelo público que visitar a galeria até o dia 30 deste mês de junho. “Vínhamos acompanhando o trabalho de Gildo e, agora, estamos adicionando-o à Gamela”, disse ela.

Originado na França e cujo significado é para definir uma arte considerada ingênua, o termo Naïf - ou Arte Primitiva Moderna - define o estilo ao qual pertence a pintura de artistas sem formação acadêmica sistemática. A palavra foi utilizada pela primeira vez na virada do século XIX, com o objetivo de identificar a obra do pintor autodidata francês Henri Rousseau, que era admirado pela vanguarda artística da época, dentre os quais se incluíam os gênios Picasso e Matisse. “O Naïf se caracteriza pelas cores fortes, a expressividade espontânea e o foco no regionalismo da cultura popular, religiosidade, folclore, num registro que abrange a nossa realidade popular”, observou Roseli Garcia.