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Academia Paraibana de Letras realiza sessão em homenagem a Virgínius da Gama e Melo

publicado: 09/08/2017 00h05, última modificação: 08/08/2017 23h03
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A APL concedeu o título de Acadêmico Post Mortem ao escritor, legitimando e reconhecendo a importância de suas obras - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

Sessão solene com o tema geral “Tributo ao Menestrel” será realizada nesta quinta (10), a partir das 18h, pela Academia Paraibana de Letras (APL), em sua própria sede, que se localiza na cidade de João Pessoa, com o objetivo de homenagear o saudoso escritor, jornalista e crítico literário Virgínius da Gama e Melo (1922 - 1975). Além de palestras, a programação do evento - cujo intuito é lembrar o transcurso dos 42 anos da morte do intelectual - ainda inclui exposição de obras do autor e documentário fotográfico.

“É um painel de caráter evocativo, mas também o que se pretende é fazer um registro crítico da obra de Virgínius da Gama e Melo, um escritor paraibano e intelectual de diversas facetas”, disse para o jornal A União o escritor e crítico literário Hildeberto Barbosa Filho, que será um dos participantes do evento, durante o qual vai discorrer sobre o tema “Virgínius e seu universo crítico”. Os demais palestrantes são os seguintes, com os respectivos enfoques a serem abordados: Gonzaga Rodrigues (“O cronista Virgínius da Gama e Melo”); Raquel Nicodemos (“Virgínius, um lorde professor”); José Octávio de Arruda Mello (“O romance histórico em Virgínius”) e Wills Leal (“Réquiem para Virgínius: o guru “cultogênico”).

Hildeberto Barbosa Filho elogiou a iniciativa da APL em prestar esse tributo ao Menestrel. “Virgínius da Gama e Melo anda meio esquecido. Há como que uma indiferença das autoridades e, para se dar um exemplo, a casa onde nasceu (de número 171), localizada na Avenida General Osório (então rua Nova), está em ruínas. Por isso, a Academia Paraibana de Letras faz muito bem e cumpre sua missão de ser o elo da cultura com a comunidade”, disse ele, que, durante sua palestra, pretende mostrar a relevância da veia crítica de Virgínius, reconhecida em âmbito nacional.

“Além de crítico, professor, cronista, animador cultural e boêmio, Virgínius da Gama e Melo escreveu vários livros, a exemplo dos intitulados Tempo de vingança, que enfoca os bastidores da política da Revolução de 1930, incluindo as cenas violentas que se sucederam na capital, após a morte de João Pessoa, e A vítima geral, um romance biográfico e do assassinato do político Félix Araújo, em Campina Grande. No entanto, poucos sabem, mas Virgínius foi um homem de teatro, tendo escrito as peças intituladas A modelação e Os seres”, ressaltou, ainda, Hildeberto Barbosa Filho.

Sobre o homenageado

Oriundo de famílias tradicionais na política paraibana, Virgínius da Gama e Melo é filho único de Pedro Celso da Gama e Melo e de Severina Figueiredo da Gama e Melo, e nasceu no dia 19 de outubro de 1922, na então cidade de Parahyba, atualmente denominada João Pessoa. Professor, crítico literário, jornalista, escritor e teatrólogo, ele construiu sua base intelectual em Pernambuco, mas veio morar em definitivo na Paraíba, onde manteve intensa participação na cena cultural. No dia 9 de outubro do ano 2000, quando, na época, a Academia Paraibana de Letras era presidida por Joacil de Britto Pereira (1923 - 2012), na ocasião da posse do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna (1927 - 2014) na Cadeira de nº 35, a APL também concedeu o título de Acadêmico Post Mortem a Virgínius, legitimando e reconhecendo, assim, a importância da obra cultural que ele legou - de modo particular - para a Paraíba, mas também ao restante do Brasil.