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Assunto de família

publicado: 05/06/2024 09h09, última modificação: 05/06/2024 09h09
O drama ‘A Filha do Palhaço’ estreia hoje no Cine Bangüê, onde haverá debate com o diretor Pedro Diógenes
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Renato (Démick Lopes), trabalhando como humorista na noite cearense, reencontra a filha Joanna (Lis Sutter)| Foto: Divulgação/ Embaúba Filmes

por Renato Félix*

Joanna é filha de pais separados e precisa passar uns dias com o pai, Renato. Uma situação vivida por inúmeras crianças e jovens. No entanto, como viviam muito afastados, esse arranjo vai servir para que os dois se aproximem e efetivamente se conheçam. Por exemplo, Joanna acompanha a rotina de trabalho do pai: no filme cearense, Renato é um ator que ganha a vida fazendo show de humor travestido pelos bares de Fortaleza. Esta é a trama do filme A Filha do Palhaço, que estreia hoje em João Pessoa. A sessão é no Cine Bangüê do Espaço Cultural, às 19h, e contará com a presença do diretor Pedro Diógenes, que conversará com a plateia após a sessão.

Pai e filha estão afastados há muito tempo, desde que ele se apaixonou por outro homem e deixou o casamento com a mãe da garota. Joanna (Lis Sutter) não sabe dessa história: ela vai descobrir a homossexualidade do pai  (Démick Lopes) no decorrer dessa nova convivência.

Esse dado coloca um peso extra nesse reencontro. Ela ainda guarda rancor pelo abandono, ele carrega uma culpa por ter se afastado, e existe esse segredo entre eles. A Filha do Palhaço trata todos esses sentimentos com delicadeza e empatia.

SESSÕES
- Hoje – 19h
- Sábado – 15h
- Segunda – 19h
- Quinta, 13/6 – 19h
- Domingo, 16/6 – 19h
- Sábado, 22/6 – 19h

Dança de emoções

A história não traz nada de mirabolante, é basicamente a dança de emoções entre essas duas pessoas, embalada  por uma caminhada já conhecida no cinema que segue pelo crescente entendimento entre os dois. O pai começa a acompanhar um drama amoroso da filha, enquanto ela começa a partilhar do cotidiano difícil dele, desde a saudade do amor perdido até lidar com pessoas mal-educadas nas plateias dos shows, realizados às vezes em locais insalubres para um artista.

A FILHA DO PALHAÇO
- Brasil, 2024. Dir.: Pedro Diógenes. Elenco: Démick Lopes, Lis Sutter, Jesuita Barbosa.
- No Cine Bangüê (Espaço Cultural, Rua Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho, João Pessoa)
- Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
- Classificação indicativa: 16 anos.

É fácil seguir junto com o crescimento dessa relação e o fortalecimento desse laço. Com direito até a uma canção para amarrar as pontas soltas, não por acaso um sucesso marcante da cantora Joanna, e justamente “Tô fazendo falta”, que depois reverbera pelo filme.

A peculiaridade fica por conta da ambientação na noite de Fortaleza. De fato, os créditos finais fazem questão de registrar que a escrachada personagem Silvanelly, encarnada por Renato em seus shows, é inspirada em Raimundinha, interpretada por mais de 30 anos por Paulo Diógenes, primo do diretor, que morreu em fevereiro, aos 62 anos, de complicações pulmonares. Ou seja: a ambientação não é só uma ambientação para o diretor, existe toda uma ligação familiar com a própria cena humorística da noite da capital cearense.

O filme entra em cartaz hoje no Bangüê e tem mais cinco exibições este mês (veja o quadro), alternando-se com os demais filmes em cartaz no cinema do Espaço Cultural.

Através do link, acesse o trailer do filme no YouTube 

Afastados por muitos anos, Joanna e Renato aprendem a fazer parte da vida um do outro | Fotos: Divulgação/ Embaúba Filmes

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 05 de junho de 2024.