A 18ª edição do Festival Audiovisual de Campina Grande – Comunicurtas UEPB, cujo tema é “O cinema em Super-8: Experimentações e Fruições”, começa hoje e se estenderá até o próximo domingo (dia 17). A abertura oficial ocorre a partir das 19h, no Cine-Teatro do Sesc, no Centro da cidade, com as presenças da reitora da Universidade Estadual da Paraíba, Célia Regina Diniz, e do secretário de Estado da Cultura (Secult-PB), Pedro Santos, entre outras autoridades. Em seguida, às 19h30, serão exibidos dois longas-metragens: o drama de ficção Represa, do cineasta Diego Hoefel (CE), e o documentário Tota, dos diretores Rafael Leal e Kleyton Canuto (PB). Haverá também outras atividades antes da abertura (confira a programação completa no box abaixo), a exemplo do longa Black Rio! Black Power!, documentário dirigido por Emílio Domingos (RJ).
No total, ao longo do evento gratuito deverão ser exibidos 74 filmes, entre curtas, longas e experimentais, além de reportagens de telejornais, oriundos de vários estados do Brasil e de outros países, como Estados Unidos, México, Irã, Argentina, China e Colômbia.
Coordenador-geral do Comunicurtas, o cineasta Hipólito Lucena informou que o filme Tota é uma biografia sobre o ex-deputado estadual do Partido Verde campinense Tota Agra (1956-1999), considerado um dos personagens mais icônicos e controversos da política paraibana nas décadas de 1980 e 1990, por defender novas pautas, como a ambiental e a legalização da maconha. Quanto ao drama de ficção Represa, ele disse que o filme foi exibido em janeiro passado, no Festival de Cinema de Roterdã, e é ambientado nas paisagens da velha e da nova Jaguaribara, município do Sertão do Ceará, onde famílias foram removidas para a construção do Açude Castanhão. No filme, o cineasta registra imagens das ruínas da antiga cidade, que começaram a emergir a partir de 2015, após anos de sucessivas secas. Já o documentário Black Rio! Black Power! foca os bailes de soul music dos subúrbios do Rio de Janeiro, na década de 1970, o que originou o movimento Black Rio.
O coordenador ainda comentou sobre destaques da edição. “Será exibido o filme de Super-8 Closes, dirigido por Pedro Nunes, que fala sobre a cultura queer na Paraíba, nos anos 1980”, ressaltou ele. “A novidade desta edição é que estamos abrindo espaço para diversos coletivos da cidade de Campina Grande. Um deles é o Coletivo de Mulheres Empreendedoras e outro é o Coletivo Ballroom, com o Baile do Brilho, que terá seis categorias que representam a força e o brilho de cada um que irá caminhar durante o evento. O Comunicurtas chega à maioridade como um evento consolidado e que, há quatro anos, inclui a exibição de filmes internacionais em sua programação e isso aconteceu muito em função da Unesco ter concedido o selo de Cidade Criativa, na categoria Artes Midiáticas, para Campina Grande”.
Hipólito Lucena justificou a escolha do tema para este ano. “O Super-8 não morreu. É uma atividade que, depois de um período mais restrito, por causa do aparecimento do VHS, está sendo retomado no país, assim como vem acontecendo com a produção dos discos em vinil. O Super-8 é mais rudimentar, pois os recursos técnicos não oferecem estabilidade na imagem, além de não ter foco automático. Era usado rolo de filme de oito a 10 minutos de duração e, depois, enviar para revelação. Por isso, já se tinha na cabeça a ideia de filmar num plano-sequência direto, sem parar, e normalmente eram registros analógicos de vídeos caseiros, como festa de aniversário. Havia um cuidado muito grande. Já o celular também vem sendo utilizado com essa função de filmar, mas com a diferença de ser digital e possuir mais recursos tecnológicos”, explicou o realizador paraibano.
A edição do Festival Comunicurtas, que é promovido pela Universidade Estadual da Paraíba, por meio da Coordenadoria de Comunicação, Departamento de Comunicação e realizado pela Ypuarana Cultural, Parque Tecnológico da Paraíba e outras entidades parceiras.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO EVENTO
14/12 (QUINTA-FEIRA)
Sesc Centro
- 15h – Mostra Tropeiros
- 15h30 – Mediação audiovisual: “Quando eu soltar a minha voz: inquietações e atravessamentos do Cinema para além da tela”, com Fabi Melo
- 16h – Mostra de Longas ‘Black Rio! Black Power!’ – Emílio Domingos (RJ)
- 19h – Abertura oficial
- 19h30 – Mostra de Longas ‘Tota’ – Rafael Leal e Kleyton Canuto (Campina Grande, PB) e ‘Represa’ - Diego Hoefel (Fortaleza, CE)
MAPP
- 18h30 – Mostra Território e Liberdade de vídeo arte
- 22h – Cine After (Bar do Tenebra)
- Art digital
15/12 (SEXTA-FEIRA)
MAPP
- 9h – Lançamento de livros
- 10h – Exibição de ‘Closes’, debatido por Rômulo Azevedo e Júnior Pinheiro, e ‘23 Barões’, debatido por Rebeca Souza e Thais Samara
Sala Paulo Pontes
- 14h – Mostra Tropeiros de telejornalismo
- 19h – Mostra Tropeiros de Curta paraibanos e Mostra Brasil de curtas
MAPP
- 20h30 – Baile do Brilho Cultura Ballroom de Campina Grande
16/12 (SÁBADO)
MAPP
- 9h – Mesa de debates sobre Cinema: “Inter-mediação: proposta de mediação em audiovisual”, com Hipolito Lucena e Rebeca Souza
- 10h – Exibição do curta ‘Zezita Artes e Nuvens’, com João de Lima Gomes, Zezita Mattos, Everaldo Vasconcelos, Rosa Carlos e Romero Azevedo. Painel: “Academia Paraibana de Cinema – ontem e hoje”
Sala Paulo Pontes
- 15h – Mostra Tropeiros de Curta paraibanos
- 19h – Mostra de Curtas Brasil
MAPP
- 18h30 – Mostra Território e Liberdade de vídeo arte
- 22h – Cine After (Bar do Tenebra)
- Juba Valença, DJ Virgulino e Gitana Pimentel
17/12 (DOMINGO)
MAPP
- 10h – Debates com realizadores
- 15h – Debates com realizadores
- 19h – Samba Tap
- 20h30 – Cerimônia de premiação e encerramento
- 22:30 – Cine After (Bar do Tenebra)
- Art digital e DJ Yan
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 14 de dezembro de 2023.