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Aventura no Vale dos Dinossauros

publicado: 27/07/2023 09h25, última modificação: 27/07/2023 09h25
Escritora Cris Furtado lança obra infantojuvenil, hoje, na Livraria A União, em João Pessoa
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Publicado pela Editora A União, ‘Um amigão chamado Dino’ possui nas suas ilustrações o traço e as cores do artista veterano Tônio - Imagem: Editora A União/Divulgação
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Terceiro livro do gênero da autora, obra tem como cenário o município de Sousa, no Sertão paraibano, e mostra a amizade entre o garoto Naldinho e Dino, um pequeno filhote de tiranossauro rex - Foto: Daniel Medeiros/Divulgação
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por Joel Cavalcanti*

Um mundo imaginário instalado na fronteira entre a realidade dos dias atuais e a que se extinguiu no planeta Terra há cerca de 90 milhões de anos. Essa é a premissa de Um amigão chamado Dino (Editora A União, 24 páginas), uma história de amizade e aventura entre Naldinho e Dino, um pequeno filhote de tiranossauro rex e uma criança sertaneja de 11 anos que o encontra perdido no Vale dos Dinossauros, em Sousa (PB). A obra infantojuvenil da escritora Cris Furtado será lançada hoje, às 17h, na Livraria A União, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, com direito a atrações lúdicas e carrinhos de pipoca e algodão doce.

“Gosto muito de misturar realidade e fantasia porque é isso o que a criança gosta. Consigo conservar em mim esse mundo mágico, típico da infância. Todas as crianças que visitam o Vale ficam imaginando como teria sido aquela região na época em que os dinossauros habitavam ali”, diz a autora, natural do Recife e radicada na capital paraibana desde 2002. No livro, Naldinho costuma ir com os pais todos os domingos para passear no Vale, onde costuma explorar o lugar livremente, quando ele percebe por trás de um arbusto um bichinho assustado e faminto. Rapidamente o menino ganha a confiança da criatura e precisa realizar diversas atividades secretamente para que o filhote de dinossauro não seja levado para estudos longe dali.

Esse é o terceiro livro em literatura infantil de Cris Furtado. Depois de lançar Meus primeiros contos (1984) e O amigo de Daniel (2019), a autora leva agora os pequenos leitores ao período cretáceo, protegido da intervenção dos humanos e que está separado do mundo como o conhecemos hoje por uma passagem mágica escondida em uma caverna no sítio arqueológico paraibano. Enquanto está admirado com a incrível descoberta que acaba de fazer, o garoto precisa se responsabilizar com o frágil amigo e desenvolver seu próprio crescimento pessoal para lidar com sentimentos de amor e saudade. O livro já havia sido apresentado há um ano durante as comemorações pelos 168 anos de emancipação política do município de Sousa, e tem agora seu lançamento realizado pela primeira vez na capital paraibana.

Um amigão chamado Dino possui nas ilustrações de Tônio um aspecto fundamental para a narrativa do livro. Profissional com décadas de atuação e colaborador da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), ele se estabelece mais uma vez como um coautor da obra que ganha traços bem-humorados na construção de personagens carismáticos, como o tímido e dentuço Dino. Um trabalho que amplia o sentido do texto. “O meu estilo combina bem com literatura infantil. Às vezes, faço pesquisas na internet para ter uma referência, mas faço tudo a mão e não uso computação gráfica. Depois, uso nanquim e pinto com aquarela. Só então eu finalizo os desenhos e faço os acabamentos”, explica Tônio sobre seu processo criativo.

A obra foi criada como uma maneira de homenagear a cidade de Sousa, no Sertão paraibano, e foi totalmente escrita durante a pandemia. “Essa foi uma forma de fugir um pouco de todo aquele drama que estávamos vivendo, de toda aquela tristeza”, lembra Furtado, que se dedica a escrever para o público infantil desde a adolescência.

Meus primeiros contos, por exemplo, tem prefácio de Gilberto Freyre e chegou a ser premiado pela Biblioteca Pública de Pernambuco. “São narrativas simples que se passam em nosso cotidiano, mas todos os meus livros têm algo de fantástico”.

Com dois filhos adolescentes, Cris Furtado é servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PB) e ex-vereadora de João Pessoa. “Por meio da leitura você pode viajar para onde quiser. No caso desse livro, essa viagem é para um local bem próximo e acessível. Acredito que a partir do momento que o público infantojuvenil começa a saber que existe esse Vale, e ao visitá-lo, é possível imaginar muitas aventuras. Isso estimula muito a leitura”, afirma Furtado, que complementa: “Escrevo com esse objetivo de despertar nas crianças o interesse pela leitura e é possível, sim, no mundo real, encontrar espaço para a imaginação. Mesmo o adulto pode conservar um pouco desse mundo fantástico”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 27 de julho de 2023.