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Banda Paralamas do Sucesso lança o CD ‘Sinais do Sim’

publicado: 24/09/2017 00h05, última modificação: 25/09/2017 08h56
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Bi Ribewro, Herbert Vianna e João Barone formam os integrantes do Paralamas - Foto: Divulgação/Mauricio Valladares

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Kubitschek Pinheiro

Especial para A União

Os Paralamas do Sucesso acabam de lançar disco depois de oito anos trabalho inédito. “Sinais do Sim”. Em março eles já haviam dado sinais anunciado a novidade através da página no Facebook. O CD foi produzido por Mario Caldato Jr na cidade de Los Angeles e vem pra suceder “Brasil Afora”, lançado em 2009. O disco é bom de ouvir, dançar e pensar. O selo é da Mangaba Produções e Universal Music. A turnê de “Sinais do sim” vai começar dia 30 deste mês em Curitiba.

Nesses oito anos sem gravar, a banda formada por Herbert Vianna, guitarra e voz, Bi Ribeiro, baixo, além de Barone não parou de tocar nas capitais com celebrações dos trinta. “Sinais do Sim” chega para marcar os trinta e quatro anos da sólida formação.

“A gente não parou. E observamos um pouco esse dado de oito anos sem lançar discos. Mas tivemos a turnê dos trinta anos, fizemos vários shows pelo país e gravamos CD e DVD ao vivo, que é o resultado de nossa produção pregressa. E nesse período Herbert sempre produzindo e a gente foi trabalhando a ideia de lançar um disco e chegou o momento”, avaliou Barone.
O novo disco mostra que os Paralamas estão cada vez mais juntos e Barone ressalta essa assertiva: “Juntos sempre. Esse processo criativo nos une a cada dia, a maneira como Herbert escreve as letras e a gente vai dando a nossa cara, isso sempre acontece desde o início premente a esse barro, essa união”, diz Barone

Na verdade ouvindo “Sinais do Sim” a gente vai buscando canções que estão ritmos e melodias que nos remete para “Severino”, “O Passo do Lui”, “Cinema Mudo”, “Big Bang” e “Uns”, entre outros. “Isso aí é o Paralamas puro. A gente trabalha com os mesmos sentimentos, por essa unidade, formulando, crescendo, dando o melhor da gente”, disse Barone.

Das 11 faixas de “Sinais do sim”, oito são de autoria dos Paralamas. As letras são todas de Herbert e as músicas assinadas pelo trio. A faixa que dá nome ao disco que eles já lançaram o clipe do single do trabalho, que é todo feito com desenhos de pinturas, inclusive da própria banda, traz frases fortes como: “deixar para trás a poeira da dor”.

“Isso vem do discurso do Herbert e nós estamos juntos desde o acidente dele (em 2001, quando a queda de um ultraleve matou a mulher do cantor e o deixou numa cadeira de rodas) é sentir que ele é capaz de transformar a visão que tem do mundo em algo interessante. As perdas que ele sofreu as cicatrizes estão alguns versos. É um trabalho que é uma depuração de todos nós. Ele mesmo tem dito que esse disco mostra o sabor dos ventos. Estamos vendo onde ele vai nos levar.”

Entre as canções que não são dele, está a segunda faixa “Medo do Medo”, que foi apresentada por Hermano Vianna, irmão de Hebert. A letra e o ritmo é cara do Paralamas. É da rapper portuguesa Capicua, de 2007 e os efeitos de Kassin dão uma forma poderosa a versão do Paralamas. “Exato. Essa música Capicua já tinha gravado e Hermano nos apresentou e aceitamos na hora. É muito forte, tem um\ pancada política e vem exatamente focada para a situação em que o nosso país está passado. Medo de tudo”, avisa.

A segunda faixa do “Itaquaquecetuba” traz os metais de Bidu Corderiro no trombone e o saxofone de Monteiro Junior e os teclados de João Fera. Segundo Barone é funk branco, um misto de Led Zeepelin e James Brawn. “É pela roupagem da batida”, disse.

A quarta faixa “Não posso mais”, foi um presente que Nando Reis deu aos amigos paralamas. “Ele chegou com essa letra, voz e violão. Nando é um compadre velho, desde os Titãs. A gente já tinha gravado dele Pétalas no CD Longo caminho. Já fizemos shows juntos. A canção dele chegou e a gente incluiu na hora”.

Segunda Guerra

João Alberto Barone Reis e Silva, o João Barone, é um especialista na Segunda Guerra Mundial e tem livros e documentários lançados sobre o tema. É dele “Um brasileiro no Dia D”, de 2006, “O caminho dos heróis” de 2014 e autor do livro “1942 – O Brasil e sua Guerra Desconhecida” com selo da Nova Fronteira.

“Meu pai (João de Lavor) é ex-combatente. Acabou que eu me envolvi demais com esse tema e gosto muito, mesmo sabendo que o nosso Brasil é um país sem se memória. Eu sai de casa para comprar uma moto e comprei um Jeep da Segunda Guerra, que é como uma cápsula do tempo”.

Barone não para. Além do trabalho com a banda, ele tem registros em vários shows e gravações de discos, como o de Rita Lee cantando Os Beatles. “Volta e meia eu estou por aí. No começo Rodrigo Sato, do Barão Vermelho me chamou para tocar com o guitarrista do The Police e estamos sempre por aí tocando”, fecha.