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Bangüê retorna hoje com doc musical

publicado: 10/04/2024 10h43, última modificação: 10/04/2024 10h43
Sala do Espaço Cultural volta à programação diária com filme sobre o movimento do Clube da Esquina
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A importante cena musical mineira liderada por Milton Nascimento é contada no documentário ‘Nada Será como Antes’| Foto: Juvenal Pereira

por Sheila Raposo*

A partir do álbum Clube da Esquina (1972), considerado um dos melhores discos de todos os tempos pela crítica musical, a diretora Ana Rieper filmou o longa documental Nada Será Como Antes – A Música do Clube da Esquina, retrato falado e cantado daquele encontro de artistas geniais, em meados do século passado. É com esse documentário que o Cine Bangüê  reabre as suas portas para o público, hoje, às 19h.

Surgido em 1963, o grupo de músicos, compositores e letristas nunca foi uma banda fixa, mas um encontro de artistas com fortes influências do jazz, do rock, da música erudita, da bossa nova e da música folclórica. Desse encontro, vieram clássicos como “Cais”, “Clube da esquina nº 2”, “Paisagem da janela” e “Nada será como antes”, entre outras canções emblemáticas.

No filme de Rieper, Milton Nascimento, Lô Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva, Flavio Venturini, Wagner Tiso e Márcio Borges falam sobre suas músicas e contam histórias e curiosidades acerca dessa longa parceria.

Carioca, a diretora é amiga de infância de Zé Roberto Borges, filho de Márcio Borges. O desejo de registrar a história desse movimento musical mineiro em filme nasceu depois de um encontro casual entre ambos. Da ideia inicial até o lançamento do documentário, ocorrido no dia 28 do mês passado, passaram-se dez anos.

Manutenção

De acordo com Gian Orsini, diretor e programador do Cine Bangüê, a programação regular do cinema foi suspensa em outubro passado, depois de alguns problemas com o projetor. Duas empresas foram contratadas para avaliar a máquina, mas deram laudos técnicos distintos, e eles tiveram de buscar uma terceira opinião. “Vale frisar que duas destas três empresas são de fora do Nordeste, o que ilustra a dificuldade na prestação de serviços especializados para reparo de equipamentos deste porte”, explicou.

Mesmo sem as sessões regulares de cinema, o espaço se manteve ativo. Realizou a mostra A Cinemateca É Brasileira, até a segunda semana de novembro, com a exibição de vários clássicos do cinema nacional; promoveu as oficinas de audiovisual que integraram a programação do Festival Pretitudes; e ofereceu ações formativas durante o projeto Férias Funesc, em janeiro passado.

O cine também publicou o edital Curta Bangüê, que selecionou, por meio de curadoria externa, 20 filmes paraibanos para integrar a programação de 2024, e está finalizando o catálogo Curta Bangüê, com críticas e informações sobre os filmes a serem exibidos. “Ao longo do ano, teremos sessões referentes a esse edital, com exibição de curtas-metragens paraibanos e presença dos realizadores selecionados. Também estamos articulando sessões e mostras especiais, com debates e filmes importantes da cinematografia mundial e brasileira”, adiantou.

Para Orsini, o Bangüê é um importante instrumento de educação, que viabiliza e oportuniza, para diversos públicos, o contato com culturas e produções de vários países. “Espaços como o Bangüê são janelas abertas para o mundo”, ressaltou. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 10 de abril de 2024.