Notícias

Burgo e banda se apresentam no Projeto Cambada, no Espaço Cultural

publicado: 21/10/2016 00h05, última modificação: 21/10/2016 14h52
foto.jpg

O trompetista Burgo revelou que está em fase de preparação para um novo trabalho, que deve ter a participação de músicos e Djs - Foto: Divulgação

tags: Burgo e banda , Projeto Cambada , Governo da Paraíba


Lucas Silva - Especial para A União

Com musicalidade marcada pelo Jazz, mas com um pé na sonoridade fusion e nas livres improvisações, o músico e compositor Hidemburgo Hipólito ou popularmente conhecido como Burgo sobe ao palco do Projeto Cambada hoje, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira do Espaço Cultural, para mesclar ritmos e mostrar que, além de tocar jazz em seu fiel instrumento - o trompete, é capaz de fazer ponte com os ritmos populares do Nordeste. A apresentação tem início às 21h, e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do evento nos valores de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). A bilheteria abre uma hora antes de o evento ter início.

Apresentando um show composto por oito músicas autorais, Burgo traduz com seu repertório o universo estético no qual foi criado. Indo mais além, o artista cruza os continentes, alinha culturas, funde ritmos, transita entre o tradicional e o contemporâneo, para criar suas canções. O que chama atenção em suas apresentações é que todas as canções que compõem as performances foram feitas na ponte Brasil - Alemanha, quando Burgo passou uma temporada em Berlim, em 1994.

“As minhas composições tradicionalmente tem um ritmo base provido da Paraíba ou de Pernambuco, então a partir deles me vem às melodias na cabeça já influenciadas pelos ritmos do maracatu, tribos indígenas, caboclinho e por aí vai”, descreveu o músico quando questionado sobre a construção de suas músicas.

Em cima disso, a música do show evolui e as referências tornam-se ainda evidentes promovendo dessa maneira um resultado quase que esperado pelos seus fãs - uma vida dedicada ao jazz, à cultura popular e a seu próprio aprimoramento técnico.

Falando um pouco das canções que fazem parte do setlist da performance podemos encontrar “Tanauê”, “Xamã”, “Cangonha na Cocada”, “Bom de Improvisar”, “De Recife a Berlim”, “Free” – que é uma música de livre improviso, “Gráfico” e “Na Hora da Macumba”, música essa que dá nome ao seu disco lançado em 2015. Esse rico universo criativo é a marca forte do show, imprimindo estilo próprio ao grupo, criando uma sintonia pulsante entre seus integrantes.

Pra quem for conferir o show pela primeira vez, verá que o ponto alto do show é quando Burgo dá início as improvisações feitas com sua banda. Muitas vezes elas são realizadas de momentos devido ao calor das músicas, mas também, elas não fogem muito da regra e têm começo, meio e fim.

“As improvisações são feitas de momento, mas sempre dentro de uma sonoridade bacana, sem desperdício de notas e arranjos e muitas vezes são feitas seguindo uma regra que tenho comigo desde o início da minha carreira que é ter começo, meio e fim”, completou.

Saindo um pouco da apresentação, uma novidade que o artista contou ainda durante a entrevista foi que já está preparando um novo disco. Até o momento não se tem data de lançamento, mas Burgo adiantou que o novo trabalho vem acarretado de mixagens do Dj Chico Correia e a participação especial de outros Dj’s.

Formado em 2012, o grupo conta atualmente com grandes músicos da cena paraibana, como o guitarrista Uirá Garcia, o baterista Victor Ramalho, o baixista Eddy Gonzaga, o pianista Marcos Deparis e o percussionista João Cassiano. Com essa formação, Burgo promove o encontro de gerações de músicos, com ricas experiências pelo Brasil e pelo mundo.

Quem é Burgo?

“Antes de ir pra Alemanha, participei de um grupo lá em Pernambuco e nos tocávamos muito free jazz. Embora tivesse influências da cultural popular, eu fiz essa ponte entre o jazz e as expressões culturais para criar o meu som”, disse Burgo.

O trompetista Hidemburgo Hipólito vive atualmente em João Pessoa. Voltou em 2011 de sua jornada residência por 17 anos. Nestes anos, atuou fortemente como um agente divulgador da cultura nordestina, sendo fundador de diversos bois de carnaval e um dos precursores do famoso der Kulturen (Carnaval das Culturas), verdadeira Embaixada Cultural, acolhendo a trabalho o título de “Embaixador Honorário da Cultura Pernambucana em Berlim”. Fundador do grupo Boi da Caipora Doida, virado e baque solto, ciranda, caboclinho, frevo, além de vários ritmos de bumba funk, coco de roda e outras expressões.