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Capital ganha novo espaço para divulgar artes visuais

publicado: 24/02/2018 20h05, última modificação: 24/02/2018 20h59
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A artista Renata Cabral se inspira no universo feminino, tudo envolto em cores vibrantes e formas simetricamente equilibradas - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

A artista plástica paraibana Renata Cabral inaugurará seu ateliê no próximo dia 23 de março na casa que se denomina Jardim Mariah, localizada no Bairro do Cabo Branco, na cidade de João Pessoa. No intuito de celebrar essa nova etapa da carreira - que ainda inclui mostras a serem realizadas em salões, num circuito por cinco países da Europa, durante este primeiro semestre -, ela está programando marcar o evento com a abertura de sua exposição de pinturas 'As Fases do Sol', além da coletiva 'No Rastro do Caracol', composta por bordados contemporâneos, e a individual 'Santas Coloridas', com esculturas sacras estilizadas que ganharam formas pelas mãos da artista visual Eliz.

“A casa Jardim Mariah, que abriga o meu novo ateliê, está em reforma para abertura ao público no dia 23 de março. O ateliê vem sendo estruturado para oferecer aos visitantes exposições variadas e venda de obras de arte e artesanais, inovando ao oferecer os serviços de confeitaria para o desfrute gastronômico dos frequentadores, além de reunir relíquias de moda, garimpadas e disponibilizadas no brechó, no mesmo endereço. Em suma, o ambiente transmite arte em todas as formas!”, disse a artista plástica Renata Cabral para o jornal A União. “No entanto, a galeria promoverá exposições temporárias de outros artistas de talento inquestionável, sendo mais um ponto de visitação para moradores e turistas da cidade”, assegurou ela, que é a responsável pela concepção e curadoria do projeto.

Três artistas que vão participar da coletiva 'No Rastro do Caracol' são naturais da cidade de João Pessoa: a própria Renata Cabral, que é a anfitriã do novo ateliê, MIchele Almeida e Cristina Carvalho; há, ainda, outra paraibana, Luiziane Lemos, de Campina Grande; as outras são Clara Nogueira e Clarissa Machado, ambas de Recife (PE), e outras duas de São Paulo, Léa Picelli e Andrea Lourenço.

“A proposta da exposição 'No Rastro do Caracol' objetiva levar ao público obras que destacam a reinvenção do bordado, manifestação tão tradicional, surgida na pré-história e reconhecida como uma das primeiras manifestações das artes plásticas. Atualmente, o bordado deixou de ser relacionado apenas ao “artesanato da vovó” e assume um papel inovador: uma linguagem livre, reconhecida por artistas reais, que, em suas obras, tratam de questões diversas de relevância histórica e social, que merecem, cada vez mais, destaque e visibilidade para o devido alcance de sua produção”, ressaltou Renata Cabral.

Renata ainda esclareceu a razão da escolha do tema da exposição coletiva. “O título remete à beleza da lição trazida pelo caracol em sua trajetória: o rastro que deixa ao se locomover, rastejante e lento, só se revela à luz solar, apresentando um brilho cintilante e de grande beleza. Assim como o caminho do caracol, os trabalhos em bordados são elaborados de maneira paciente. Os pontos, que juntos formam a obra, são cuidadosamente estudados um a um pelo autor, mostrando-nos que esses “caminhos”, por mais tortuosos e “longos” que tenham sido, podem se tornar grandes lições, se olhados com ternura e tenacidade, desde que os olhos utilizem a luz devida. Pois o bordado, presente na história humana desde os primórdios, nos leva a refletir: onde deverá estar o nosso coração, se não em nossas raízes? Quando aprendemos a valorizar esse “rastro”, podemos enxergar que, além da beleza existente nas suas linhas brilhantes, há ricas experiências e a tradição que chegaram até os dias de hoje através dessa arte, pelos costumes e pela valorização devida”, disse ela.

“A exposição 'No Rastro do Caracol' será uma excelente oportunidade de mostrar os trabalhos de artistas reconhecidas nesse ramo e de revelar novos nomes de talento, grande criatividade e estilo próprio já percebidos, como a jornalista Michele Almeida e a designer de moda Luiziane Lemos, ambas paraibanas”, garantiu Renata Cabral. A propósito, ela mesma também enveredou por esse nicho e passou a inserir o bordado na pintura. “Foi algo que aconteceu de maneira intuitiva e natural, já que sempre usei as palavras em minhas obras, passando a experimentar novos suportes. O bordado - tão utilizado na obra do ícone Leonilson - trouxe à minha obra um ar de contemporaneidade e valorização do fazer manual e poético”, confessou ela, cujas pesquisas que desenvolveu sobre o tema resultaram na estruturação do livro de sua autoria, cujo título é 'Do Cruz ao Caos', ainda em fase de elaboração.

Além desse projeto de relocalização e expansão do seu ateliê, que considera um fator que vai potencializar sua trajetória artística, Renata Cabral se prepara para, ao longo deste primeiro semestre de 2018, expor suas obras em diversos salões pela Europa. A primeira mostra será na cidade de Roma, na Itália, de 24 a 31 de março; depois, em Londres, Inglaterra (de 11 a 18 de abril); Viena, Áustria (de 25 de abril a 2 de maio); Amsterdã, na Holanda (de 12 a 19 de maio) e Paris, França (de 25 a 27 de maio). Autodidata, Renata se inspira principalmente no universo feminino - a exemplo de aspectos como a feminilidade, maternidade e a sensualidade, tudo envolto em cores vibrantes e formas assimetricamente equilibradas - para criar seus trabalhos. É o caso das Madonas neo expressionistas, que estão espalhadas pelo mundo desde que realizou sua primeira exposição no ArtBrazil, na Flórida, nos Estados Unidos, em 2014. Depois esteve em Portugal, Espanha e na França, quando participou do Art Shopping no famoso museu do complexo Louvre, em 2016.