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Hoje, em João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba apresentará o museu dedicado à obra do renomado artista

Casa Hermano José é inaugurada

publicado: 01/07/2022 09h21, última modificação: 01/07/2022 09h21
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Foto: Marcos Russo

por Guilherme Cabral*

“O Museu nasce com a missão de difundir o legado da vida e obra de Hermano José, que foi uma figura multifacetada, tendo atuado na área das artes plásticas, teatro, literatura e como ecologista”, disse Alexandre Santos, coordenador do Museu Casa de Cultura Hermano José (MCCHJ), cuja inauguração a Universidade Federal da Paraíba realiza hoje, a partir das 16h, na cidade de João Pessoa. O evento integra as ações de celebração ao centenário do artista visual (1922-2015) é gratuito e acontece na sede do equipamento, localizado na Rua Poeta Luiz Raimundo Batista de Carvalho, 805, no Bairro Jardim Oceania. O Museu funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Já visitas de grupos escolares e de turismo serão atendidos, preferencialmente, por meio de agendamento, através do e-mail mcchj@reitoria.ufpb.br.

Durante a solenidade de inauguração, que contará com as presenças do reitor da UFPB, Valdiney Gouveia, e da vice-reitora, Liana Filgueira, entre outras autoridades, o Coral Gazzi de Sá, sob a regência de Eduardo Nóbrega, apresentará ao público repertório formado pelas músicas ‘Asa Branca’ (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), ‘Anel Mágico’ (Marcos Viana), ‘Cores do Vento’ (Alan Menken e Stephen Schwartz), ‘Sangrando’ (Gonzaguinha) e ‘Nascemos para Cantar’ (Shambala e Daniel Moore), cujos arranjos são de Eduardo Carvalho e Tom K. O grupo foi criado em 1963 e é ligado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade.

O coordenador do Museu, Alexandre Santos, destacou que Hermano José, nascido na cidade de Serraria, além, de artista visual, foi conselheiro do Iphaep, tendo atuado basicamente no tombamento de prédios históricos pelo interior do Estado, numa época em que tal ação se voltava mais para João Pessoa. Como ecologista, lembrou que o artista contribuiu para o zoneamento da costa paraibana, resultando na lei dos espigões, que impedia a construção de prédios na orla da capital. “Esse é um legado que vai ser contado no Museu, que é dividido em três acervos: museológico, arquivístico e bibliográfico. Abrir as portas desse equipamento cultural em pleno ano do centenário de Hermano José é muito simbólico, pois concretiza seu sonho de ver nascer um museu de arte em João Pessoa e, ao mesmo tempo, é o ponto alto das celebrações dos seus 100 anos”, disse ele.

Alexandre Santos informou que, com a abertura do Museu, no qual foram investidos, desde o início da gestão da atual Reitoria, no final de 2020, recursos na ordem de R$ 205.029,00 na reforma dos espaços do equipamento, o público poderá apreciar duas exposições com acervo da Pinacoteca da UFPB: Hermano e os amigos, prazer em compartilhar, com curadoria de Gabriel Bechara e que reúne obras de artistas como Fred Svendsen, Martinho Patrício, Flávio Tavares e Clóvis Júnior; a outra, Ao mestre, com carinho, com curadoria de Alexandre Santos, Bernardina Freire e Bertrand Martins, contém gravuras produzidas por artistas que foram alunos de Hermano José. Ambas permanecerão abertas à visitação até 31 de outubro.

O gestor Alexandre Santos disse que o Museu é resultado de doação realizada em vida por Hermano José à UFPB, em 2015, meses antes de seu falecimento. Na ocasião, o artista doou sua residência-ateliê, suas coleções de arte e seus variados acervos. No total, ele informou que são mais de 7.500 itens, divididos entre os três tipos de acervos. Entre os objetos que podem ser apreciados estão coleções de louças chinesas, árabes e portuguesas, arte sacra erudita e popular e móveis de estilo colonial de madeira de lei. O coordenador do equipamento cultural observou que o acervo será mostrado ao longo do tempo aos visitantes. 

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 1 de julho de 2022.