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Festival Alumiô

Virada Cultural ocupa Centro Histórico de João Pessoa neste fim de semana

publicado: 23/09/2023 00h00, última modificação: 22/09/2023 13h45
Programação gratuita reúne mais de 40 atrações e se estende até meia noite do domingo
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por Joel Cavalcanti*

Uma Virada Cultural para iluminar o Centro Histórico. A segunda edição do festival Alumiô chega com uma estrutura de quatro palcos e mais de 40 atrações em um formato inédito que acontece entre as 16h deste sábado (23) até a meia-noite do domingo. As 32 horas de programação gratuita serão marcadas pela diversidade da música paraibana, com ritmos que vão do rap ao jazz, do reggae ao samba, do coco à música eletrônica, do rock ao funk. “Esse é um festival para diversos públicos. Isso é para que a ocupação do Centro Histórico seja permanente durante todo esse horário. Nós queremos mostrar que aqui é um local seguro”, destaca Ramon Suarez, curador do festival.

As atrações são divididas em quatro áreas, todas próximas umas das outras: Palco Centrô, Palco Vila, Palco Largo e Palco Mofado. É por lá onde vão passar nomes conhecidos como Escurinho, Nathalia Bellar, Val Donato e também com novos destaques da cena paraibana como Greativa e Dj Tuz1n. Bellar vai apresentar um repertório inteiramente dedicado aos clássicos do Axé, enquanto Escurinho segue com o show em comemoração aos 20 anos do lançamento do álbum ‘Malocage’. A banda tem a formação original da gravação que se tornou um marco na música local. O festival vai ser especial também para a roqueira Val Donato. Acompanhada por um power trio, ela leva seu projeto em que apresenta releituras de sucessos do reggae, como Bob Marley, Natiruts e Planta Raiz.   

A programação é extensa. No palco principal, localizado no Largo São Pedro, após o cortejo do Maracatu Pé de Elefante, irão se apresentar As calungas, com participação de Vó Mera, DJ Acarajow, Mari Santana, Filosofino, Parahyba Ska Jazz, FurmigaDub, Freetozz, Sanhauá Samba Clube em parceria Poty e Kojak, DJ Guirraiz e a Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste. O palco Vila do Porto vai receber Burgo, Luanda Luz, DJ Claudinha Summer, Barata, Helton Souza, DJ Zebb, Head Spawn e Seu Zé Quer Coco. Já o palco Centrô vai abrigar Dead Nomads, Gaby Blue, La Jarana, Forró Fininho, Dj LomBRa, Allmeidinha, Dj Tuzin, Menestreis MCS, Berg Menezes e Clube do Samba. Já no Bar do Mofado o rock rola solto com Incessante, Sistema Brutal, Azerdna, Musa Junkie e Coalizão.

“Esse é um modelo que já rola em vários outros lugares e estamos trazendo essa proposta para cá. A Virada Cultural altera a experiência do público, que vai acompanhando o dia correndo e as atrações vão rolando”, acrescenta o curador. “Na seleção estamos sempre buscando a maior diversidade possível levando também em consideração a qualidade sonora do pessoal. E acredito que está muito bem representada a cena paraibana nesta edição”, afirma Suarez sobre esta que é uma marca do Alumiô.

A segunda edição do festival acontece também além dos palcos. Uma oficina do cantor cearense Berg Menezes sobre Música e Acessibilidade será ministrada pelo artista em conjunto de sua produtora e um intérprete de Libras. Com duração de 02h30min, a proposta é dialogar sobre a importância da sensibilização e da inclusão em todas as dinâmicas sociais, inclusive na arte e na música. A oficina acontece na Associação Balaio Nordeste, às 13h, do domingo e tem entrada livre. Enquanto isso, no Instituto de Arquitetos do Brasil, vai estar rolando uma feirinha de artesanato e uma praça de alimentação.

Alumiô tem a proposta de alcançar todos os públicos, de todas as idades. A programação do ‘Alumiô para baixinhos’ acontece hoje e amanhã, das 15h às 18h, com momentos de recreação, criatividade e aprendizado para as crianças na Associação Balaio Nordeste. Neste sábado, vai ter contação de histórias com Ligiane Raiane e uma oficina. No domingo, a ordem se repete, mas dessa vez com intervenção artística de Talita Lima e Igor Freire, contando a história de ‘Entrelaçadas: histórias que vão do mar ao sertão’. “O melhor de tudo isso é que todos os coletivos culturais daqui da redondeza abraçaram esse projeto e estamos todos juntos para fazer o Alumiô acontecer da maneira mais bonita possível”, confirma Ramon Suarez.

Atravessando a madrugada e vendo o dia amanhecer junto ao rio de onde a capital paraibana se expandiu, o Alumiô reúne os grupos e artistas que movimentam a cena cultural do Centro Histórico de João Pessoa durante todo o ano. A Virada Cultural é uma forma incomum e original de celebrar a resistência de uma ocupação criativa da cidade. “O pessoal daqui gosta de virada, gosta de ‘virote’. São muitas festas que acontecem com after na cena underground. Mas também tem programação para a família e para a criança. O Alumiô é para trazer um pouco de luz para esse Centro Histórico, e para as bandas e todo o cenário cultural paraibano”, finaliza Suarez.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 23 de setembro de 2023.