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Ciclo de filmes e debates exibe longa de Louis Malle

publicado: 15/05/2018 00h05, última modificação: 15/05/2018 10h50
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O diretor de cinema francês Lousis Malle também era graduado em Ciências Políticas pela universidade parisiense de Sorbonne - Foto: Divulgação

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Produção francesa de 1990, o longa-metragem intitulado Loucuras de uma primavera (Milou en Mai) dirigido por Louis Malle (1932 - 1995), será exibido nesta terça-feira (15), a partir das 16h, no Cine Aruanda da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), localizado na cidade de João Pessoa, dentro da segunda sessão - que mantém o foco no mês de maio de 1968 - do projeto de extensão “Cinema Francófono: Estética, Poder e Relações Interculturais”, o qual é um ciclo que ainda prosseguirá ao longo deste ano. Na ocasião, o filme vai ser debatido pelo professor João Luiz Vieira, coordenador da pós-graduação em cinema da Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro (UFF-RJ), e o crítico de cinema e literatura paraibano João Batista de Brito, sob a mediação da professora Katia Ferreira Fraga, do Departamento de Mediações Interculturais da UFPB. A entrada para o evento é gratuita ao público. No próximo dia 28 também ocorrerá, no mesmo horário, mais uma edição do evento.

“O maio de 1968, sem dúvida nenhuma, marcou o século passado e tem sido lembrado até agora, por ter completado 50 anos. Na época, a revolta dos estudantes na cidade de Paris atraiu os operários e resultou numa greve geral que atingiu a França, mas atingiu outras áreas além da política. E o filme de Louis Malle que será exibido significa Milu em Maio e a tradução em português - que é Loucuras de uma primavera - não tem nada a ver. Esse filme, pouco conhecido, mas muito bom, é do grande diretor Louis Malle, cuja filmografia se caracteriza pela ironia e pitadas de algum erotismo. No caso de Milou en Mai, trata-se de um filme que pode ser classificado de comédia, com elementos românticos, mas sendo mais de comédia”, disse o crítico João Batista de Brito para o jornal A União.

João Batista de Brito comentou que o filme de Louis Malle - um dos últimos do premiado cineasta francês - mostra uma família burguesa que reside em um casarão localizado no campo, no Sudoeste da França, cercado de vinhedos, e que ouve falar dos efeitos do maio de 1968. A avó acaba de falecer e, apesar das greves, a família decide ir para o enterro. Milou, o neto da falecida, vai contra o resto da família, que deseja vender a propriedade. Em outras palavras, o longa-metragem trata de conflitos de ideias e de gerações, compondo uma visão crítica - mas bem humorada - sobre as ilusões e valores da burguesia.

Até o final deste mês, o ciclo de filmes e debates será dedicado ao período histórico do maio de 1968, no intuito de marcar não apenas o transcurso das cinco décadas do seu acontecimento, mas também por continuar sendo um tema ainda pertinente para a discussão de temas atuais. Nesse sentido, dentro dessa abordagem, a programação ainda inclui as exibições das obras cinematográficas intituladas Os Panteras Negras (Black Panthers, 1968), da cineasta belga - radicada na França - Agnès Varda, e Eu, um negro (Moi, un noir, 1958), do francês Jean Rouch (1917 - 2004). E, depois das exibições, haverá debates com a cineasta Carine Fiúza, também ativista e graduanda em Cinema na Universidade Federal da Paraíba; Elio Chaves Flores, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiros e Indígenas da UFPB; o crítico, curador, pesquisador e professor paulista Heitor Augusto e mediação de Gabriela Lucena, graduanda em Ciências Sociais na UFPB. E, em atividade paralela às exibições e debates, acontece um ciclo de leitura, cujo intuito é municiar a recepção dos filmes da mostra com discussões teóricas