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Cinco décadas no palco

publicado: 15/08/2024 09h28, última modificação: 15/08/2024 09h28
Simone canta no Intermares Hall na despedida da turnê em que celebra 50 anos de carreira
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A cantora baiana desfila seus hits, como o sucesso que dá título ao show: “Tô voltando” | Foto: Lorena Dini/Divulgação

por Esmejoano Lincol*

A Paraíba “pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto”: Simone Bittencourt de Oliveira retorna ao nosso estado em apresentação única para encerrar a turnê Tô Voltando, celebração dos 50 anos de carreira da cantora. A música de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, cujos versos abrem esta matéria, também empresta seu título para o show de hoje, que acontece no Intermares Hall, na cidade de Cabedelo, às 20h — com ingressos disponíveis no site Sympla, a partir de R$ 39.

A data que marca a carreira da cantora é a gravação de seu primeiro LP — um disco autointitulado, lançado em 1973 pela EMI-Odeon (hoje Universal Music), com canções de Joyce, Taiguara e Ivan Lins. Ainda que tenha nascido num lar de amantes da música, a carreira que passamos a conhecer não era, a princípio, o caminho que Simone desejava trilhar. Esportista, a cantora mudou-se da Bahia para São Paulo, para atuar em times de basquete paulistas. Iniciou, inclusive, uma graduação em Educação Física na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), tendo na turma um colega ilustre: Pelé.

Lesões afastaram Simone das quadras, mas aproximaram a artista dos palcos. Incentivada pelos mais chegados, ela foi bater à porta de Moacir Machado, gerente de marketing de sua primeira gravadora. O contato lhe rendeu um vínculo de oito anos e sete discos, com sucesso crescente. Pedaços, lançado em 1979, foi o álbum de maior expoente nesta fase, recheado com os clássicos “Começar de novo”, “Sob medida” e “Tô voltando”.

Transferiu-se para a gravadora CBS em 1981, onde lançou sua primeira empreitada na nova casa: Amar. Junto a este novo selo — incorporado pela Sony Music em 1990 — viveu sua fase de maior apelo, diversificando o repertório. Ao passo que mantinha contato com a ala “erudita” da MPB, por meio das exitosas “A outra”, de Ivan Lins e Vitor Martins (1985) e “Iolanda”, de Chico Buarque e Paulo Milanez (1987), abria espaço para compositores populares com “Separação” e “Tudo bem”, de José Augusto e Paulo Sérgio Valle (1987-1988). As regravações de sucessos do rock nacional como “O tempo não para” e “Será”, lançadas antes por Cazuza e Legião Urbana, também foram destaques do período.

Em 1995, houve uma nova transferência de gravadora. Como contratada da Polygram (cujo catálogo também foi absorvido pela Universal), abraçou o projeto do LP que mais repercutiu em sua discografia: 25 de Dezembro, álbum com canções natalinas que também faz referência à data de nascimento de Simone. Com mais de 1,2 milhões de cópias vendidas, o disco eternizou no imaginário brasileiro o hit “Então é Natal”, versão da música escrita por John Lennon e Yoko Ono. Até aquela data, a artista foi a única brasileira a garantir sucesso com disco pautado nesta temática.

Encerrado o contrato com a Polygram, partiu para a Biscoito Fino em 2007, gravadora por meio da qual trouxe a público mais cinco álbuns, incluindo o mais recente — Da Gente, que chegou às lojas de discos e às plataformas digitais em 2022. Esse lançamento trouxe a regravação da música “Estilhaços”, composta pela paraibana Cátia de França e pelo pernambucano Flávio Nascimento em 1980. As autoras femininas, a propósito, sempre tiveram destaque em sua discografia: Sueli Costa e Fátima Guedes produziram, por exemplo, os sucessos “Medo de amar no 2” (1978) e “Condenados” (1979).

 Iniciada no ano passado, a série de shows da turnê Tô Voltando visitou, ao todo, 25 cidades. É a primeira turnê da cantora desde a liberação das medidas sanitárias da pandemia. Mas, mesmo durante o confinamento, Simone não parou: entre 2020 e 2021, produziu 37 transmissões ao vivo, cantando seus maiores sucessos; fez-se presente, inclusive, no dia posterior ao falecimento de sua irmã, Rosinha. Seu lançamento mais recente também tem relação com a Paraíba: em dezembro de 2023, o compacto “Por que você não vem morar comigo” chegou às plataformas — o dueto de Simone e Ney Matogrosso foi composto por Chico César.

SIMONE
- Hoje, às 20h no Intermares Hall (BR-230, km 9, no 9240 B, Amazonia Park, Cabedelo).
- Ingressos: de R$ 39,60 (plateia VIP Vale Cultura) a R$ 250 (plateia térreo/inteira), antecipados no local ou na plataforma Sympla.
Através do link, acesse o site de venda de ingressos

*Matéria publicada originalmente na edição impressa no dia 15 de agosto de 2024.