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Cine Aruanda exibe filme de Manfredo Caldas nesta 3ª-feira

publicado: 22/05/2018 00h05, última modificação: 22/05/2018 08h33
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O saudoso cineasta paraibano Manfredo Caldas, falecido em novembro de 2016 dirigindo o longa ‘Romance do Vaqueiro Voador’ - Foto: Divulgação

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Guilherme Cabral

Último filme produzido e dirigido pelo agora saudoso cineasta Manfredo Caldas (1947 - 2016), o longa-metragem intitulado Romance do Vaqueiro Voador, que é protagonizado pelo ator - e também paraibano - Luiz Carlos Vasconcelos, será exibido nesta terça-feira (22), em sessão a partir das 17h30, no Cine Aruanda, cuja sala fica instalada nas dependências do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) do Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na cidade de João Pessoa. Trata-se de um documentário de cunho poético que busca recriar o universo mítico do nordestino, o qual, cumprindo o papel de candango, vivencia o lado trágico da verdadeira epopeia que foi a construção de Brasília, localizada na Região Centro-Oeste do Brasil.

“Como todos os outros filmes nos quais eu já atuei, esse também é importante na minha carreira”, confessou, para o jornal A União, Luiz Carlos Vasconcelos, referindo-se ao longa-metragem Romance do Vaqueiro Voador, cuja autoria do roteiro o saudoso cineasta dividiu com Sérgio Moricone. “Trabalhar com Manfredo Caldas também foi muito importante para mim”, disse, ainda, o ator paraibano.

Mescla de drama e documentário, o roteiro do filme - que é baseado no cordel homônimo do poeta cearense João Bosco Bezerra Bonfim, cuja obra relata a saga de Oraci Vaqueiro, um homem simples, que - a exemplo de muitos outros brasileiros - vai trabalhar na construção de Brasília, na esperança de uma vida melhor. No entanto, a ideia de assumir a empreitada de ajudar na edificação revelaria não ser o caminho ideal para um vaqueiro que ama o campo e seus animais. Diante de tal situação, o autor, com delicadeza e sensibilidade, recria um importante momento da história de Brasília.

Apesar do filme Romance do Vaqueiro Voador retratar a construção de Brasília, o que é mostrado ao espectador, no entanto, é a tropa de desconhecidos que participou da obra e o relato de suas histórias. Nesse sentido, aspectos são enfocados, a exemplo da grande quantidade de pessoas oriunda de outras regiões do Brasil - principalmente do Nordeste - e de um projeto que não podia parar, até porque o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, que encampou a ideia de concretizar o empreendimento, pois era uma de suas promessas de campanha eleitoral, tinha pressa em concluí-lo, pois sua intenção - e acabou conseguindo - era inaugurar a nova capital do Brasil ainda dentro do seu mandato, o que aconteceu no dia 21 de abril de 1960.

Os relatos giram em torno da grande quantidade de operários que morreu e, por meio de depoimentos, fica-se sabendo que as pessoas eram enterradas em valas na própria área do terreno da obra. Um dos personagens que o longa foca é um homem que caiu de um andaime, numa representação daqueles que perderam a vida durante a utopia de erguer e habitar a capital do país. O longa-metragem é protagonizado pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos, que aparece em algumas partes entoando os versos de João Bosco Bezerra Bonfim, autor do cordel que foi a fonte de inspiração para o filme, que ainda tem, no elenco, o ator Carlos Careqa e as atrizes Beth Goulart, Djin Sganzerla e Simone Spoladore, com música de Marcus Vinícius.