Guilherme Cabral
A cidade de João Pessoa é a quinta capital do Brasil onde vai ser lançado o filme intitulado Pedro Osmar, prá liberdade que se conquista, documentário dirigido pelos paulistas Eduardo Consonni e Rodrigo Marques, que vão estar presentes no evento para, com o cantor e compositor paraibano, debaterem o longa-metragem com os espectadores, após a sessão única. E a exibição da cinebiografia, cuja entrada é gratuita para o público, já acontece hoje, a partir das 20h30, no Cine Bangüê da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), localizada no bairro de Tambauzinho. “Sou o ator principal, pois tem a minha fala e o meu jeito, as minhas coisas. Não me assumo como artista, mas tem coisas que produzimos, ao longo do tempo. É o reconhecimento do trabalho que a gente realiza. Nós vamos plantando sementes, com o passar dos anos, e alguns vão se interessando por elas”, disse o próprio protagonista da obra cinematográfica para o jornal A União.
Produzido em 2014, com apoio do projeto Rumos Itaú Cultural, pela Complô de Cinema, que pertence aos diretores Eduardo Consonni e Rodrigo Marques, a cinebiografia - já lançada em São Paulo (SP), Brasília (DF), Belém (PA) e Rio de Janeiro (RJ) - é uma retrospectiva do trabalho de Pedro Osmar desde os anos 1970 até a atualidade. “Foi bom ter sido selecionado para o filme, porque nós temos o que dizer e porque fizemos coisas curiosas, provocadoras. Ninguém imagina - e isso é interessante - que, na Paraíba, existe um grupo que conseguiu trabalhar com a estética da música, que somos nós. A arte coloca as pessoas à frente do tempo”, confessou Pedro Osmar.
“90% das cenas foram gravadas na Grande João Pessoa e o restante em São Paulo. O filme começa comigo em cima de montanhas na praia de Tabatinga, no Litoral Sul do Estado, o que já é interessante. Há, também, imagens de arquivo antigas, obtidas junto ao Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc) da Universidade Federal da Paraíba”, comentou, ainda, Pedro Osmar, acrescentando que o longa-metragem será lançado amanhã, na cidade de Olinda, em Pernambuco, durante o Festival Mimo. E, também no dia 24 deste mês, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). “O documentário vai seguir sendo exibido em festivais pelo Brasil e a previsão é de que entre em exibição em circuito nacional em 2017”, disse ele.
O documentário constrói um universo poético que permeia a obra do multiartista paraibano. Nesse sentido, o filme apresenta as diferentes facetas de Pedro Osmar, não apenas o músico, mas também o artista plástico e performer, poeta, militante, educador, cineasta e o homem no seu dia a dia. Essa obra cinematográfica tem uma estrutura que se apoia no percurso musical do paraibano, com suas canções e a formação - com o seu irmão, Paulo Ró - do grupo Jaguaribe Carne.
O convite para protagonizar o filme surgiu em 2014. “Estava gravando em estúdio, em São Paulo, meu novo disco, intitulado Quem vem lá?, quando um dos diretores, Rodrigo Marques, que é sobrinho do ator paraibano Fernando Teixeira, se interessou pelo meu trabalho”, lembrou Pedro Osmar, que, a propósito, participa, pela segunda vez, de uma obra cinematográfica. A primeira foi em 2004, com a produção Jaguaribe Carne - Alimento da guerrilha cultural, dirigido pelos paulistanos Marcelo Garcia e Fábia Fuzeppi. “É um filme musical, que discute a evolução do Jaguaribe Carne, criado em 1974. Como os demais grupos, começamos pelo meio normal, ou seja, compondo canções, até chegarmos nas experimentações”, lembrou ele.
Já quanto ao novo CD duplo, produzido pelo paraibano Dedé Medeiros, cujo título é Quem vem lá? e reúne 34 músicas, Pedro Osmar disse que está sendo finalizada a mixagem, em São Paulo. “Além de algumas inéditas, esse trabalho solo também é uma retrospectiva, pois reúne canções por mim compostas e gravadas por outros artistas e que, agora, registro com minha voz”, disse ele, acrescentando ser a previsão de lançamento na capital paulista no próximo mês de janeiro, ou fevereiro. E, posteriormente, em João Pessoa, mas, por enquanto, sem data definida.