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Cineclube “O Homem de Areia” exibe o clássico Dançando na Chuva

publicado: 03/08/2016 00h05, última modificação: 03/08/2016 06h36
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O longa se passa em 1929, e é considerado muito importante por ser metalinguístico, e contar a transição do cinema mudo para o cinema sonoro, ou falado - Foto: Divulgação

tags: Cineclube “O Homem de Areia” , Fundação Casa de José Américo


Guilherme Cabral

"O filme é considerado o melhor de todos os musicais feitos nos Estados Unidos porque tem uma cena famosa, antológica, de um personagem cantando e dançando na rua, debaixo de chuva, numa sequência que dura de quatro a cinco minutos. Além disso, essa obra também é importante porque é um filme metalinguístico, pois conta a transição do cinema mudo para o cinema sonoro, ou falado, que se passa em 1929 e é o seu principal enredo. E outro aspecto que demonstra, ainda, a sua importância é porque faz a integração da narrativa com a música e a dança, o que é a sua grande sacada”, disse para o jornal A União o cinéfilo e membro da Academia Paraibana de Cinema (APC), Mirabeau Dias, ao falar sobre Cantando na Chuva (EUA, 103 minutos, 1952), dirigido por Gene Kelly e Stanley Donen e que o Cineclube “O Homem de Areia”, da Fundação Casa de José Américo (FCJA), localizada em João Pessoa, exibe hoje, a partir das 19h30, com entrada gratuita ao público. A propósito, ele é quem fará os comentários sobre o longa-metragem com os espectadores, após a exibição, em sessão única. A Classificação é Livre.

Produzido pela Metro Goldwyn Mayer (MGM), o musical - mesclado com situações cômicas, cujo roteiro é assinado por Betty Comden e Adolf Gree e ainda inclui, no elenco, os atores Jean Hagen e Debbie Reynolds - conta a história de dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood: Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen). Prova disso é que seus filmes sempre se transformam em sucesso de público. Por essa condição de ídolos, as revistas apostam num relacionamento mais íntimo entre ambos, o que, na realidade, não tem fundamento. No entanto, uma novidade no mundo da Sétima Arte chega para mudar totalmente a situação dos dois: o cinema falado, que logo se torna em modismo entre os espectadores. Decidido a produzir um filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, no intuito de manterem a fama conquistada.

Do tom dramático, os diretores fazem desse longa-metragem uma ode à alegria, mas em formato musical. “O filme foi lançado em 1952 e se passa em 1929, ou seja, dois anos depois do primeiro filme sonoro, intitulado O Cantor de Jazz, que é de 1927”, lembrou o cinéfilo Mirabeau Dias. A marca de Cantando na Chuva é o gingado de Gene Kelly, o que transforma o clima dramático do enredo em alegria, só que em forma de musical. Nesse sentido, o ator e diretor - considerado um dos grandes dançarinos da história, ao lado de Fred Astaire - baila na chuva como expressão de amor e de confiança no mundo, bem como de liberdade.

A propósito, de acordo com o saudoso imortal e crítico cinematográfico paraibano Antônio Barreto Neto (1938 - 2000), Cantando na Chuva celebra a fantasia do espetáculo, de modo geral, e a magia do cinema, em particular, e corrige a “vulgaridade dos musicais (...) A fantasia delirante, o descompromisso total com o prosaísmo da vida – esta a verdadeira magia, o secreto encanto do espetáculo”.

O cinéfilo Mirabeau Dias ainda ressaltou a importância da criação, há pouco mais de um ano, pela Fundação Casa de José Américo, do Cineclube “O Homem de Areia”, pela qualidade dos filmes exibidos. “É de grande relevância pois, em João Pessoa, atualmente, só se pode assistir a grandes clássicos, como esse extraordinário Cantando na Chuva, em cineclubes existentes na cidade”, disse ele.