A primeira sessão do ano de 2018 do Cineclube O Homem de Areia, da Fundação Casa de José Américo, acontece nesta quarta-feira (3) com o filme 'Tarde demais' ('The heiress', 1949) do diretor norte-americano William Wyler. A sessão terá a participação especial do crítico de cinema João Batista de Brito, que tecerá comentário sobre o filme, destacando sua genealogia, sua produção e sua qualidade artística.
Uma adaptação livre do romance do escritor Henry James, o filme conta a história dramática de uma moça tímida e recatada, que é humilhada pelo pai e desprezada por um pretendente ambicioso. No elenco estão grandes atores da época, como Olivia de Havilland, no papel da protagonista Catherine Sloper, e Montgomery Clift, como Morris Townsend, o pretendente ambicioso que não visa outra coisa senão a herança da moça. A crítica considera esta a melhor interpretação de Olivia de Havilland, de quem talvez o público lembre mais pelo seu papel de irmã de Scarlet O´Hara em 'E o vento levou...'.
O escritor Henry James foi um dos maiores do século XIX nos Estados Unidos e seu romance, 'Washington Square' (1880), que deu origem ao filme, é considerado uma de suas grandes realizações literárias. De estilo elegante e irônico, pode ser comparado no Brasil a Machado de Assis. Antes de ir ao cinema, seu romance virou peça de teatro, de grande sucesso na Broadway, e o filme de Wyler adapta mais a peça que o livro. De qualquer modo, o filme - que parece uma mera história de amor romântico, mas não é - mantém a elegância e a ironia da literatura de James.
Já William Wyler é um dos maiores cineastas da era clássica de Hollywood, com uma carreira brilhante onde se destacam filmes como 'O morro dos ventos uivantes' (versão de 1939), 'A carta', 'Os melhores anos de nossas vidas', 'Chaga de fogo', 'A princesa e o plebeu', 'Infâmia', e a superprodução de 1959 'Ben Hur'. Como de costume, a exibição do filme tem início às 19h30, na Fundação Casa de José Américo, ao que se segue o comentário do crítico, e em seguida o debate.