Guilherme Cabral
Eu Nem Sabia é o título do novo álbum do cantor e compositor carioca Fernando Holanda. No total, o EP (Extended Play) possui quatro canções de autoria própria - uma das quais, o ‘Blues da roupa suja’, composta em parceria com o paraibano Cristiano Oliveira - e faixa bônus, todas inéditas. “É um prazer falar para o Estado da Paraíba sobre este lançamento e este amigo que tanto prezo que é o Cristiano, um virtuoso violeiro”, confessou o músico para o jornal A União.
“É um álbum envolvente, de sonoridade autêntica, desprendido de rotulações e recheado de timbres de cordas friccionadas e dedilhadas, que convidam o ouvinte a um mergulho no mar das composições sinceras e melodias marcantes e inesquecíveis, que são características minhas. Falando de filosofia e auto-descobrimento, ou falando de amor e das complexas relações humanas, e até uma composição feita no meio do oceano Índico, que retrata a conexão entre o artista e o universo, com a experiência de quem atravessou o planeta por três vezes a bordo de um navio, o álbum colore a mente com bons sentimentos e vibrações positivas”, comentou Fernando Holanda, ao se referir aos temas que aborda nas letras das canções que integram esse seu novo trabalho.
O cantor e compositor, que é um carioca da gema, garantiu estar sempre atento aos novos lançamentos e sonoridades. “Tenho grande fascínio pelo Movimento Armorial e a fantástica safra de artistas que o representam”, disse Fernando Holanda. Nesse sentido, ele afirmou que compila, em sua fonte de inspiração, as melodias dos cantadores de viola, que considera “ricas”, e a linguagem urbana. “O resultado é um processo criativo singular, repleto de belas melodias em canções viscerais, que emocionam por suas letras filosóficas, sinceras e cheias de positividade”, garantiu, acrescentando que, agora que os Jogos Olímpicos Rio 2016 foram encerrados, pretende realizar, a partir deste mês de setembro até dezembro próximo, uma temporada de shows de lançamento em locais da Cidade Maravilhosa, a exemplo do Beco das Garrafas e do Bar Semente.
Fernando Holanda também revelou detalhes de como foi composta a canção em parceria com o paraibano. “O ‘Blues da Roupa Suja’ surgiu de maneira muito casual. Cristiano Oliveira é um grande amigo meu e, além de um grande amigo meu, é um exímio violeiro e, além de um grande violeiro, tenho o prazer de tê-lo como meu parceiro no projeto Construindo Ritmos. Projeto sócio-cultural idealizado por nós, no ano de 2013, que tem, por objetivo, contribuir para a inclusão de jovens estudantes da rede pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro nas atividades musicais, criando vertentes e perspectivas de transformação, mudança e cidadania. Durante uma de nossas temporadas, após um pequeno desentendimento com minha parceira, me dirigi ao hotel aonde estava hospedado Cristiano e comecei a desabafar sobre o que havia acontecido. Ele me interrompeu com um Em (Mi Menor) e disse “não foi nada!”. (risos). Dali veio a composição inteira, que é, justamente, um acordo de pazes entre um casal, como o próprio nome sugere”, disse ele.
“Que qualidades artísticas o paraibano possui e que lhe levaram a fazer essa parceria?”, perguntou o repórter Guilherme Cabral para o cantor e compositor Fernando Holanda. O músico carioca respondeu da seguinte maneira: “Cristiano Oliveira é virtuoso instrumentista, que atua no cenário nacional junto a grandes artistas. Nos conhecemos desde 2003, quando ele veio morar no Rio de Janeiro junto com sua então banda Asparêa, que realizou um trabalho incrível no cenário autoral aqui na cidade. Desde essa época, nunca mais nos afastamos, e estamos sempre nos falando e executando projetos em parceria!”.
O repórter de A União ainda quis saber se ambos possuem outros trabalhos em conjunto com o paraibano, além da canção ‘O ‘Blues da Roupa Suja’. “Somos grandes amigos e parceiros. Aprendo muito, musicalmente, com Cristiano, e temos realizado muitas coisas juntos. É sempre uma experiência incrível estar tocando com ele, e estamos em constante processo de criação. Nossa próxima meta é a elaboração de um repertório autoral para futura produção de um álbum em parceria com nossos queridos jovens alunos do projeto Construindo Ritmos! Estamos compondo e em busca de patrocinadores para esta realização”, respondeu Fernando Holanda.
”O EP conta com a produção musical do querido amigo Lui Coimbra e participações mais que especiais de Sérgio Chiavazzoli (cordas dedilhadas), Marcos Suzano (percussão / programação) e Guga Leão (baixo), e foi mixado e masterizado em março de 2016, no Órbita Music Studio - do grande Carlos Trilha - por Marco Agrippa”, ressaltou o músico carioca, acrescentando que, além de ‘Blues da roupa suja’, as demais faixas do álbum são as seguintes: ‘Feliz assim (incidental: ‘Felicidade’), ‘Eu nem sabia’, ‘Já dizia eu irmão’, todas compostas por Fernando Holanda, e ‘Eu nem sabia’, como bônus track.
“Fernando Holanda é um carioca com alma nordestina, extremamente sensível e se combinar em uma parceria foi muito fácil”, confessou, também, para o jornal A União, o músico e arte-educador paraibano Cristiano Araújo, que mantém essa estreita aproximação com o cantor carioca desde 2003, quando passou a morar no Rio de Janeiro, na qual permaneceu até 2008. Ao longo desse período, o resultado foi, até o momento, a composição conjunta de quatro canções, que deverão integrar - com outras faixas - um CD cuja gravação está prevista para acontecer no segundo semestre de 2017. Hoje, ele costuma percorrer a ponte que liga João Pessoa - onde agora reside - à Cidade Maravilhosa, dando continuidade ao Projeto Construindo Ritmos, iniciativa privada idealizada por ambos em 2013
A propósito, o Projeto Construindo Ritmos contempla crianças carentes, na faixa etária dos 7 aos 14 anos de idade, na Ilha do Governador. “O objetivo dessa iniciativa é o de contribuir para a inclusão de jovens estudantes da rede pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro nas atividades musicais, criando vertentes e perspectivas de transformação, mudança e cidadania, proporcionando uma reflexão sobre a nova música brasileira interface ao processo artístico-educacional. Além disso, contribui para a permanência do aluno na escola, estimula a cultura de paz e melhoria do rendimento, utilizando a música como ferramenta pedagógica para inclusão social, através de diversas atividades musicais extra-classe”, informou Fernando Holanda.