Mestre da crônica, o jornalista e escritor Gonzaga Rodrigues comemora seus 90 anos de idade nesta semana e, em clima de homenagem, a data é o tema da reportagem de Alexsandra Tavares para a edição do Correio das Artes, que circulará a partir do próximo domingo (dia 25) com um novo projeto gráfico, cujo responsável é o designer gráfico Wesley Dutra. Além de uma grande entrevista, na qual o aniversariante revela que gostaria de ter escrito um romance, o suplemento do Jornal A União, da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), ainda traz ensaios sobre Gonzaga – texto e fotos – assinados por José Nunes e Antonio David, respectivamente.
Diretor de Mídia Impressa da EPC, William Costa ressaltou a importância do novo projeto do Correio das Artes, do qual também foi editor por duas vezes, a última ao longo de oito anos (2011-2019). “É uma renovação gráfica e editorial que o suplemento passa periodicamente, para atender às exigências naturais do tempo. Os projetos editoriais estão em sintonia com o tempo. Os próprios meios de editoração vão se renovando, trazendo uma nova roupagem. É um novo aspecto de beleza visual, aliado à legelibidade, para facilitar a leitura, com outros tipos de fontes, equilíbrio de imagem e texto e conteúdo de qualidade com boas crônicas, poesias, ensaios e reportagens, oferecendo sempre excelência editorial”, disse o jornalista e gestor.
“A homenagem que o Correio das Artes presta a Gonzaga Rodrigues é justíssima. Ele é um ícone do jornalismo e da literatura, com crônicas e contos, com uma longa trajetória, mas também forte vínculo com o Jornal A União e o próprio Correio das Artes. E a EPC participa dessa homenagem a Gonzaga, pela contribuição que dá ao jornalismo, como colunista do próprio jornal, e à literatura”, afirmou William Costa, que ainda falou sobre sua experiência vivida como editor do suplemento. “Tenho o maior orgulho de ter, no currículo, essas passagens pelo Correio das Artes, que é um patrimônio cultural da Paraíba e um dos mais respeitados do Brasil, além de ser bem conceituado entre jornalistas, críticos de artes, professores, escritores e que possui um público fiel. Aprendi muito, seja pela leitura dos textos dos mais variados gêneros, seja pelo contato com os escritores, que também me permitiu firmar amizades. O nosso desafio é manter essa qualidade”, disse ele.
Editor do Correio das Artes desde 2019, o jornalista André Cananéa acredita que a mudança gráfica decorre de um aprimoramento da experiência de leitura da publicação. “Chegou o momento em que percebemos que poderíamos entregar uma melhor experiência ao leitor do Correio das Artes, para que o conteúdo possa ser melhor assimilado”, comentou ele. “É imprescindível, no mundo digital de 2023, que o leitor possa pegar uma revista de papel em mãos e, além de informação, tenha prazer em ler e folhear a publicação. Então, além de buscarmos cada vez mais um conteúdo exclusivo, pautado pela arte e a cultura da Paraíba e executado com carinho e atenção, nos preocupamos, também, que os leitores consumam esse conteúdo da melhor maneira possível. Tudo isso para registrar o pensamento vivo – e bastante lúcido – do nosso grande mestre da crônica no momento em que ele chega aos 90 anos de idade”, disse Cananéa, referindo-se à edição celebrando a vida e obra de Gonzaga Rodrigues, que aniversariou na última quarta-feira (dia 21).
Responsável pelo novo projeto gráfico do suplemento literário, o designer gráfico da Editora A União, Wesley Dutra, informou que, há dois meses, recebeu convite do diretor de Mídia Impressa da EPC para a execução do trabalho. “Isso me deixou eufórico e me dispus a criar o leiaute e levei cerca de 30 dias para concluí-lo, depois de contatos com William e o editor André Cananéa. Como o Correio das Artes abrange muitas coisas, acredito que esse meu projeto tem algumas características, como a ousadia, modernização e inovação. É mais fácil elaborar o projeto quando se parte de uma ideia já existente, o que faz ganhar tempo para a reformulação”, afirmou ele, que atua na profissão há cinco anos, dos quais há dois trabalha na EPC.
Wesley Dutra falou sobre as mudanças empreendidas. “Há tipografias novas para título, legenda e texto. As cores, a exemplo da ciano e magenta, serão muito trabalhadas e aparecerão de forma recorrente, que serão perceptíveis pelos leitores. Nas edições, cada seção terá suas cores e pictogramas, ou seja, ícone, ou imagem. Além do miolo, houve reformulação do logotipo na capa do suplemento. A tipografia é mais encorpada, mas mantendo-se a mesma identidade do Correio das Artes que vinha sendo publicado. No logotipo destaca-se a sobreposição de algumas letras, o que não o deixa tão estático, gerando dinâmica na identidade e que, para destacar, a letra ‘A’ do ‘Artes’ vai se adaptar a cada edição, mudando de cor, conforme o tema da reportagem de capa”, explicou ele.
Diagramador do Correio das Artes há uma década, Paulo Sérgio comentou que o novo projeto deverá deixar o suplemento “mais moderno e com maior versatilidade” para os leitores. “Nesse projeto gráfico anterior, elaborado por Cícero Félix, fiz alguns aperfeiçoamentos, ao longo desse período, como a mudança da fonte e da forma de apresentação dos articulistas, para torná-lo mais moderno. Trabalhar no suplemento tem sido uma experiência nova e de satisfação, por ser uma publicação importante para o desenvolvimento da cultura”, disse ele.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 23 de junho de 2023.