O projeto Quintas Dialógicas – realizado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) – recebe, nesta quinta-feira (6), às 20h, Maria Valéria Rezende. A escritora participa de um debate sobre o seu livro ‘Carta à Rainha Louca’. O evento é gratuito e acontece no Cine Teatro São José, em Campina Grande. Aos 76 anos, a autora paulista (radicada na Paraíba há quatro décadas) é destaque nacional nas áreas de contos e romances, já tendo conquistado o Prêmio Jabuti.
‘Carta à Rainha Louca’ – que saiu pela editora Alfaguara, da Companhia das Letras – é um romance que se passa na Olinda (PE) de 1789. Isabel das Santas Virgens, presa no Convento do Recolhimento da Conceição, escreve à rainha Maria I, historicamente conhecida como a Rainha Louca. Em suas cartas, ela, tida por muitos como também com problemas mentais, conta as opressões exercidas pelos homens da Coroa contra mulheres, escravizados e outros vulneráveis.
Por meio dos tormentos passados por ela e por sua senhora Blandina, a narradora expõe o pano de fundo da colonização brasileira e da situação da mulher que ousava desafiar. A história faz um link com o empoderamento das mulheres e a luta feminista. “As coisas ainda têm é de mudar muito... Pois a diferença nem sempre é grande entre o que se passava no século XVIII e hoje!”, compara Maria Valéria.
Em novembro do ano passado, Maria Valéria esteve em São Paulo, para acompanhar a entrega das premiações do Jabuti. Concorreu com ‘A face serena’, publicado pela editora Penalux e conta com 37 contos. É um livro sobre amadurecimento e a difícil relação familiar. Esse exercício relatado no livro revela o nascedouro afetivo de outras descobertas, inclusive da violência dos sentimentos humanos, como inveja e ansiedade.
Maria Valéria Rezende nasceu em Santos (SP), mas é radicada na Paraíba desde os anos 1970. Ela, ano passado, disputou o Jabuti na categoria Contos. E não foi a primeira vez que Valéria teve indicação. A autora já é conhecida como ‘papa Jabuti’ e tem uma pequena coleção de estatuetas em casa, na Capital paraibana.
Na categoria Conto, Valéria disputou com Itamar Vieira Junior, Chico Mendonça, Juliana Monteiro Carrascoza e João Anzanello Carrascoza, Alexandre Arbex, Olavo Amaral, Maria Fernanda Elias Maglio, Gustavo Melo Czekster, Ariane Severo e Marlene de Lima.
Maria Valéria Rezende é autora de vários livros, como ‘Outros cantos’, ‘Vasto mundo’, ‘Quarenta dias’. Formada em Pedagogia e em Língua e Literatura Francesa, e mestre em Sociologia, trabalhou durante 20 anos como educadora em movimentos e organizações populares urbanas e rurais e na formação de educadores. Em 2001, começou a publicar ficção e poesia para adultos, jovens e crianças, tendo recebido importantes prêmios.
O projeto Quintas Dialógicas é uma iniciativa da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc). A ideia é promover um debate entre a sociedade, artistas e acadêmicos, trazendo consigo a ideia de multidisciplinaridade, trabalhando diversos temas que possam se relacionar com o conceito de cultura. A proposta busca fomentar a formação intelectual e artística dos participantes.
Serviço
Quintas Dialógicas – Campina Grande
Participante: Maria Valéria Rezende
(Debate sobre o livro ‘Carta à Rainha Louca’)
Data: 06/06 (quinta-feira)
Hora: 20h
Local: Cine Teatro São José
Entrada: gratuita