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Encerramento do 'Fórum Forró de Raiz' acontece na capital

publicado: 21/11/2017 19h05, última modificação: 21/11/2017 19h07
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Defensores do autêntico forró nordestino elaboraram uma carta com propostas de trabalho sobre sua preservação e sustentabilidade - Foto: Edson Matos

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Leonardo Andrade

Na manhã desta terça-feira (21) aconteceu a mesa de abertura do 'Fórum Forró de Raiz' e a apresentação da carta de diretrizes e proposta de trabalho, com o propósito de debater a preservação e a sustentabilidade do forró. O evento ocorreu às 9h no Auditório 1 do Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. O 'Encontro Nacional de Forrozeiros' teve início na última segunda-feira (20) e será encerrado nesta quarta-feira (22).

Gestores culturais, pesquisadores, produtores e músicos de todo território nacional se reuniram em uma roda de diálogos para discutir o registro do forró enquanto patrimônio imaterial. “Nosso forró é a maior expressão do povo nordestino e o mercado não está colaborando para que a gente consiga levar adiante para uma futura geração. Este fórum é muito importante por unir forrozeiros que trabalham há décadas e os que estão chegando agora. Acredito que juntos podemos fortalecer o forró que não é coisa de velho, é um ritmo para todas as gerações. Não vamos deixar essa chama se apagar”, enfatizou a cantora paraibana Gitana Pimentel, durante o evento.

O cantor e compositor Assisão, que já trabalha com o forró tradicional há 53 anos, também esteve presente. Ele acredita que a única maneira do ritmo retomar sua evidência merecida é se ele for inserindo nas escolas. “Os jovens de hoje é o nosso futuro de amanhã, eles precisam aprender a nossa cultura para manter viva essa tradição que está de ladeira abaixo, precisamos do apoio de todos, o forró não se acabou, mas está ficando sem gosto. Se não houver o incentivo hoje, amanhã não conte com o São João”, destacou o intérprete.

A articuladora do 'Fórum Nacional de Raiz', Joana Alves, falou do principal motivo do movimento. “É muito importante este momento em que o país está passando de desconstrução política, a globalização está trazendo muitos problemas para a cultura popular e tradicional, precisamos compreender este instante. Infelizmente, diversos músicos têm essa dificuldade de compreensão, por ter tempo apenas de produzir. Por esta razão estão se sentindo fora do mercado. Precisamos achar mecanismo para voltarmos ao trabalho com a qualidade essencial, contribuindo para mudar este momento em que o país vive”, evidenciou.

Joana Alves ainda frisou a busca e o objetivo para fortalecer e manter a tradição: “Os nossos músicos vivem em uma luta contínua. Neste encontro temos artistas de todas as regiões do Brasil e até mesmo do exterior, lutando por esta causa, que visa uma solução”, acentuou a articuladora, que convidou responsáveis governamentais de todo o país para o debate e recebeu o apoio dos artistas que também compareceram ao evento.

A ideia é elaborar uma carta de diretrizes voltada não só para o planejamento da instrução técnica de registro, mas endereçada às autoridades. O instrumentista Sivuquinha de Brasília compareceu ao local e está achando maravilhosa a iniciativa. “As pessoas estão evidenciando o forró pé de serra e eu estou aqui como uma forma de apoio”, salientou. Para Verônica Sanfoneira, os forrozeiros precisam de união. “Precisamos fomentar e fortalecer ainda mais este trabalho do forró. Que venham outros eventos”.

Nesta quarta-feira, o encontro será a partir das 8h, com a palestra ‘O museu dos três pandeiros e a construção das memórias’ e a programação contínua durante todo o dia, com encerramento na Praça do Povo, a partir das 19h, com shows de diversos artistas do Nordeste, recebendo atrações renomadas como Genival Lacerda, Alcimar Monteiro, Antônia Amorosa e Ademário Coelho.