Lucas Silva - Especial para A União
"Com mais uma edição, o Encontro das Traças vem se firmando como uma excelente opção de lazer e cumplicidade entre leitores e livros. E nada melhor que um ambiente gostoso como é o Budega Café”, disse o escritor paraibano, André Ricardo Aguiar, sobre o encontro entre velhos e novos amigos da literatura que tem um único e exclusivo objetivo - o de fazer a troca de livros e disseminar a arte de criar e compor textos que fascinem o imaginário humano. Se você ainda não encontrou a página do livro da qual estou descrevendo, o Encontro das Traças, que acontece hoje, às 17h30, na Budega Arte e Café, nos Bancários, fará com que você se encontre a tantas frases soltas e desfrute de mais uma edição literária. Entrada Franca.
O encontro, que movimenta a cena paraibana, traz atrelado nesta edição uma feira de livros e a participação de alguns autores e editores com livros e revistas. Quem comparecer à tarde de leitura verá que seu funcionamento é bastante dinâmico, onde os presentes ficam a vontade para trocar seus livros usados, fazendo do local um verdadeiro palco para a enunciação e a troca de histórias que apenas as capas de livros não são capazes de contar.
Tendo como seu melhor amigo o microfone, os escritores, pensadores e público presente podem ainda descrever seus autores favoritos e levantar questões, além de propor a permuta literária.
“Sentia falta de reunir o pessoal para trocar livros, por isso, usando da força das redes sociais, criei a primeira edição, de forma improvisada mesmo. O forte interesse dos presentes, fez com que surgisse a segunda edição, mais organizada e em um local com condições de abrigar o evento: o bar do Elvis. Já na terceira edição, procuramos fazer um trabalho de produção mesmo, mantendo a essência do Encontro das Traças, que é a troca de livros, mas ainda agregando outras atividades culturais”, relembrou o escritor André Ricardo Aguiar sobre as três primeiras edições realizadas.
Mergulhando na carreira do escritor e idealizador do projeto, André Ricardo Aguiar nasceu em Itabaiana, Paraíba. Além de escritor, André é poeta, contista e autor de livros infantis. Publicou pela Editora Ideia o seu livro de poemas “A Flor em Construção” (1992), e como fruto de uma viagem a Portugal, escreveu “Bagagem Lírica” (2003), publicado pela Sal e Terra.
Participou de revistas, suplementos e antologias, como Correio das Artes, Jornal Rascunho, Poesia Sempre, Ficções (Portugal) e em revistas eletrônicas como Zunái, Cronópios, Blecaute e Musa Rara. Além de eventos literários como Itaú Cultural (SP) e a Flibo (Boqueirão-PB). É membro-fundador do Clube do Conto da Paraíba e coordenador de projetos de incentivo à leitura.
Para o poeta pernambucano, Fábio Andrade, André conquista por sua estranheza e beleza pelo uso radical da imagem, que está na raiz de sua singularidade. Imagem: metáforas, comparações, toda sorte de figuras de linguagem; que no caso de André Ricardo Aguiar, têm também um poderoso poder de evocação visual.
Desse modo, é perceptível o quão bom pode ser o evento que, além de Aguiar, já contou com a presença de Lau Siqueira, Nina Lima de Rizzi e Maria Valéria Rezende. “Pretendemos nas próximas edições continuar a promover esse intercâmbio artístico”, ressaltou Aguiar.
O nascimento do encontro: O surgimento do Encontro das Traças veio da intenção de reunir amigos em um domingo para bater papo e fazer a troca de livros. Logo após seu ponta pé inicial, o que antes era feito apenas entre poucos amigos caiu no gosto de alguns leitores e o grupo foi aumentando, criando assim a expectativa de novos encontros, o que resultou na realização de cinco eventos.
Sendo essa sua 10ª edição, o encontro se transformou em algo bem maior, abarcando não somente a literatura, mas uma programação que envolve a exibição de vídeos, lançamentos de livros, entre outras coisas interessantes ao universo de leitores.
“O incentivo à leitura é uma das prerrogativas de total valia. Os livros são produtos caros, as livrarias têm uma política mais comercial, de massificação – salvo exceções – e a boa e velha troca de livros ainda é um meio de descobrir interessantes aquisições de leitura. De todo jeito, a existência do Encontro provou ser um meio adaptável, cabendo nele um pouco de tudo”, concluiu o escritor, André Ricardo Aguiar.