A parceria do Programa de Inclusão através da Música e das Artes (Prima) com instituições, sobretudo as estaduais, tem se caracterizado com o intuito de, pelas apresentações, incentivar o interesse do público pelo estudo. “O nosso foco é oferecer o ensino musical que possibilite o desenvolvimento e a inclusão social”, disse o gestor do Prima, Milton Dornellas.
Nesse sentido, um exemplo é um calendário de concertos em unidades prisionais, elaborado em conjunto com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), para estimular matrículas de crianças e adolescentes, filhos de reeducandos. A iniciativa começou no último sábado (dia 30), com uma apresentação de quinteto de sopros do Prima, no PB 1, e um outro concerto na segunda-feira (2), na Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão, ambos na cidade de João Pessoa. As apresentações do quinteto serão realizadas nos dias de visita que acontecem nas unidades prisionais.
Milton Dornellas comentou que todo o planejamento para essa série de concertos é feito de forma conjunta, envolvendo os gestores do Prima, representantes da Seap, cujo secretário é João Alves de Albuquerque, e diretores de unidades prisionais. Ele disse que o objetivo é incentivar as crianças e adolescentes de sete a 18 anos a participarem do programa, a partir de 2024 e, com o ingresso, receberão um instrumento e terão aulas gratuitas ministradas por instrutores do próprio projeto, que é do Governo da Paraíba. Depois de manifestado o interesse, Milton informou que as unidades prisionais vão repassar aos gerentes dos polos do Prima as fichas dos filhos dos reeducandos que quiserem estudar música, para que seja viabilizada a matrícula, bem como se fazer o levantamento dos instrumentos disponíveis.
“O mais importante, nessa ação cultural, é intensificar e fortalecer a política pública de inclusão social”, ressaltou Milton Dornellas, para quem parcerias, como a que o Prima, por meio de convites, mantém com a Seap, é importante. “É o reconhecimento da natureza do programa”, disse ele.
Quilombolas e indígenas
O Prima ainda firma parcerias com outras instituições estaduais. Um exemplo é com a Secretaria de Estado da Mulher e Diversidade Humana para implementação de polos do Prima em comunidades quilombolas, indígenas e ciganas. “Já realizamos duas reuniões com representantes de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação para discutir a criação de dois polos do Prima para indígenas naquela região, em 2024. A criação de um polo em Santa Luzia para quilombolas também vem sendo discutida, como também um polo do Prima para os ciganos em Condado”, informou Dornellas.
O Prima possui trio de cordas, quarteto de cordas, quinteto de cordas, quintetos de metais, de madeiras, sopros, orquestras e banda sinfônica e orquestra de cordas. “Esses grupos são formados a partir de 10 integrantes e são montados seguindo de acordo com as necessidades que são solicitadas”, observou o coordenador pedagógico do programa, Rainere Travassos. “Recebemos até cinco convites mensais e, dependendo do local onde será o evento, procuramos verificar onde está o polo mais próximo para escolher os músicos e o repertório a ser apresentado”, explicou ele.
Os músicos do Prima também realizam concertos em outros estados, a exemplo da participação de quinteto de cordas na 43ª edição do Festival Internacional de Música em Londrina, em julho passado. “Para nossos alunos e professores é extremamente importante essas apresentações para a valorização das relações interpessoais, para prática instrumental e a divulgação do programa para pessoas que não conhecem ter acesso e a oportunidade de fazerem parte do Prima”, afirmou Travassos.
O coordenador pedagógico do programa informou que músicos do Prima também se apresentarão na próxima sexta-feira (dia 6), na abertura do Empreender Paraíba, além de um evento da Fiocruz, no dia 25, na Secretaria da Saúde do Estado; e, no dia 26, na programação da Semana do Servidor, da Secretaria de Administração estadual.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 04 de outubro de 2023.