Jãmarrí Nogueira
“Tudo muito e lindamente pronto. Até os abraços já estão abertos”. A declaração é da mestra Doci, da Escola Viva Olho do Tempo, a respeito da programação artística que vai celebrar seu aniversário, nesta quinta-feira (31), a partir das 8h, em Gramame. O dia será de manifestações de cultura popular, inclusive música. Apresentações acontecem até 14h, marcando, ainda, o aniversário de 20 anos da escola (EVOT).
“Montamos um palco. Quem quiser, chega e faz”, adiantou mestra Doci. Programação de hoje terá Nathalia Bellar, Adeildo Vieira, Gláucia Lima & Família, Déa Limeira & Família, Clara Bione, mestre João da Penha (cirandeiro do Vale do Gramame), mestre Marcos Mituaçu (quadrilheiro do Vale do Gramame). “E vários outros grandes amigos que nos abraçam e encantam nessa linda caminhada”, complementou.
A baiana Maria dos Anjos Mendes Gomes, a Doci, chegou a João Pessoa para investir em uma nova escola e em um novo método de ensino. Implantou, no Vale do Gramame, a Escola Viva Olho do Tempo, que ajuda jovens carentes a descobrirem seus valores. Um trabalho de resgate e empoderamento.
Atualmente a escola atende a mais de 100 crianças e adolescentes, entre seis e 17 anos se idade, com aulas de música, dança, esporte, percussão, leitura, memória, informática e teatro. A instituição de ensino trabalha também com projetos de ecoturismo, estação digital, museu, reflorestamento, ‘Caminhada de São José’ e o São João Rural.
Mestra Doci também é uma das responsáveis pelo processo de reconstrução da identidade das comunidades que integram o Vale do Gramame. Em 2009, Doci foi uma das homenageadas, na área da educação, na entrega do 20 prêmio Mulheres Fazendo História, Patrimônio da Cidade, com a participação de 27 mulheres que se destacaram na cidade de João Pessoa e que tiveram seus nomes lembrados pelo desempenho em nove categorias do prêmio.
Em 2011, Doci recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de João Pessoa: o título de mestre das tradições orais. Ela defende uma “educação casada”. A metodologia adotada pela mestra defende que, através da tradição oral – as brincadeiras, as histórias – é possível trabalhar o caráter e a formação cidadã.