Notícias

Literatura

Escritores e leitores no Brejo

publicado: 02/05/2024 14h34, última modificação: 02/05/2024 14h36
Primeira edição da Festa Literária de Dona Inês começa hoje, homenageando Maria Valéria Rezende

por Esmejoano Lincol *

A partir de hoje, o Brejo paraibano recebe a primeira edição da Festa Literária de Dona Inês (Flidi), com programação diversa e uma homenagem à escritora Maria Valéria Rezende. O evento se estende por todo o fim de semana, mas tem início na tarde da quinta com um Concurso de Leitura no Ginásio Prefeito José Eugênio Cabral de Melo, no centro da cidade, seguido da cerimônia de abertura oficial, à noite.  

A mesa “Ler é voar para outros mundos” traz Maria Valéria Rezende debatendo literatura ao lado de outros colegas escritores – José Barbosa, Lau Siqueira, José Barbosa, Valeska Asfora e Vera Lima. Na ocasião, a homenageada também lança seu novo livro, Toda Palavra Dá Samba, que reúne 28 contos.

Na sexta-feira, uma programação extensa, com oficinas ofertadas durante todo o dia, com públicos variados, no Espaço da Memória do Museu Municipal, no Centro de Formação de Professores (Cemcap), na Associação da Comunidade Quilombo Cruz da Menina e na Praça do Trabalhador. A partir das 14h, Déborah Dornellas lança Precisamos Matar Nossas Bonecas.

Ainda na sexta, às 19h, mais dois livros ganham promoção no Espaço da Memória: Paraíba na Literatura V, catálogo com organização da Editora A União juntando textos sobre 20 escritores paraibanos; e Pequenas Histórias - Para Quem Tem Preguiça de Ler as Grandes, de Ramalho Leite. O poeta Jessier Quirino apresenta a palestra “A cultura nordestina presente na literatura dos causos”, às 21h, no Ginásio José Eugênio.

No sábado, pela manhã e à tarde, serão apresentadas mesas com autores paraibanos em temáticas diversas. Ainda na tarde deste terceiro dia, o lançamento de três livros: As Madrinhas da Rua do Sol, de João Matias; Era Apenas um Presente Para o Meu Irmão, de Bruno Ribeiro; e Meio Estreito, de Roberto Menezes, todos no Ginásio José Eugênio. Mais tarde, às 20h, dos livros editados recentemente por A União recebem destaque na Flidi: Hipotálamo, de Mestre Fuba; e Maestro Chiquito, o Metalúrgico dos Sons, do músico Adeildo Vieira.

No domingo, último dia, o painel “Dona Inês - Cidade de Cultura e Poesia”, às 10h, terá a participação de escritores locais. A partir das 11h, haverá o relançamento do cordel Dona Inês, Filha de uma Paixão, de Mariano Ferreira da Costa, no Bar da Mata do Seró, no Sítio Caco. A Flidi encerra com a apresentação de um trio de forró local, também no sítio. Ao final de cada dia da feira literária, outros músicos locais marcarão presença. Josenildo Fernandes da Silva, secretário de Cultura e Turismo de Dona Inês, explica que o evento chega para suprir a ausência de outras feiras parecidas que deixaram de acontecer nas regiões do Brejo e do Curimataú na Paraíba. “Desta vez nós conseguimos juntar a literatura às outras manifestações culturais, como a música, para fazermos algo muito bacana”, sinaliza Josenildo.  

A Editora e a Livraria A União estarão na Flidi com amostra do catálogo de livros publicados pela Empresa Paraibana de Comunicação (EPC). O gerente executivo da editora, Alexandre Macedo, e o gerente da livraria, Eduardo Augusto, também integram oficinas de cultura e empreendedorismo em escolas da rede pública de Dona Inês, sobre como publicar o primeiro livro. “Nossa participação na Flidi faz parte do projeto de interiorização da editora”, destaca Alexandre.

Volta a Dona Inês

Nascida em Santos e radicada na Paraíba há quase 40 anos, Maria Valéria Rezende retorna a Dona Inês anos depois de realizar trabalho como educadora popular na região do Brejo paraibano até o final da década de 1980. Ela diz que se sente emocionada com a homenagem, “culpando” a idade e a generosidade dos amigos em escolhê-la para ser o destaque da primeira edição da Flidi.

“O livro de contos que está sendo lançado reúne uma série de textos que fiz para os encontros do Clube do Conto da Paraíba, que está completando 20 anos de existência”, destaca. 

A autora, que este ano também lançou Patrícia Galvão (Pagu), Militante Irredutível que traz memórias de sua convivência com a mítica poetisa santista, celebra a iniciativa da Flidi, destacando a importância da iniciativa. “Acho que isso tem enorme valor cultural e educacional. Não é à toa que, segundo pesquisas, a Paraíba é um dos estados do Brasil que tem maior população de leitores. Espero que continue a crescer”, almeja.

Através do link, acesse a programação completa

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 1º de maio de 2024.