Lucas Silva - Especial para A União
"Quando realizo este trabalho tenho a impressão de que estou cooperando com algo que é responsabilidade de todos: manter a preservação e a harmonia, para minimizar a agressão ao meio ambiente e agregar alternativas que proporcionem bem-estar às comunidades”, contou o escultor, Jurandir Maciel, que amanhã abre oficialmente ao público, às 19h30, a exposição intitulada “Brasil/Nordeste”. Ficando expostas no Centro Cultural São Francisco, as esculturas, que fazem parte do acervo do artista, são feitas a partir de metais retirados da sucata e contam histórias do Nordeste e de sua gente. A mostra ficará aberta à visitação pública até o dia 31 de janeiro com entrada franca.
Fazendo um breve recorte, “Brasil/Nordeste” reúne trabalhos de Jurandir dos últimos 17 anos. Para materializar as obras, o artista transforma sucata, retirada do meio ambiente (tampas, panelas, latas, etc), em esculturas que enfocam as características do Nordeste e de sua gente como, por exemplo, o trabalho, as crenças, os personagens, os folguedos, a gastronomia, a paisagem, a fauna, a flora, lendas, causos e outros tantos elementos que compõem a pluralidade regional.
Além disso, com este trabalho, o escultor pernambucano agrega ainda mais valores a esse rico acervo da arte paraibana. “Sinto-me honrado e feliz em dividir espaço com nomes tão ilustres e que tão bem representam a Paraíba quiçá o Brasil”, disse.
Entretanto, o trabalho de Jurandir não se esgota no caráter estético da arte que desenvolve desde os anos 80, quando participou de exposições, mostras e eventos, realizando projetos em parceria com arquitetos e outros profissionais, conquistando prêmios em várias oportunidades. Em João Pessoa, existem sete esculturas do artista espalhadas pela cidade e que chamam atenção de quem as contempla devido a sua semelhança com as personalidades originárias.
Na lista de esculturas que o público pode encontrar na capital estão Ariano Suassuna (Teatro Pedra do Reino); Augusto dos Anjos (Academia Paraibana de Letras); Barão do Rio Branco (Praça do mesmo nome); Caixa D´Água (Praça Aristides Lobo); Jackson do Pandeiro (Praça Rio Branco); Livardo Alves (Ponto de Cem Réis) e Nossa Senhora da Penha (Praia da Penha).
“Esculpo para aqueles a quem amo e não para mim. Desenvolvo meu trabalho para os que também vêem na arte o cultivo de nossa história e um instrumento e proteção ao nosso patrimônio natural, procurando exercer da melhor forma minha missão de artista”, declarou Maciel.
Quem é Jurandir Maciel
Pernambucano conhecido na cena artística como J. Maciel, o escultor iniciou sua trajetória profissional na década de 1980, quando conceituou todo o seu trabalho na preservação ao meio-ambiente através do desenvolvimento sustentável.
Como dito anteriormente, o artista utiliza como principal matéria-prima o metal, sobretudo, alumínio reciclado na sua fundição artesanal (de seu atelier ao ar livre, situado na Zona Rural do Bairro de Ouro Preto, em Olinda/PE), assim também como outros produtos que são reciclados para a criação e execução das obras esculpidas em diversos moldes e temas, retratando e imortalizando personalidades de diversos segmentos, agraciados com monumentos em múltiplos espaços da cultura do Brasil.