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Amanhã, no Teatro Santa Roza, em João Pessoa, multiartista se apresenta junto com Quinteto da Paraíba

Escurinho celebra 60 anos de idade com show

publicado: 20/05/2022 09h12, última modificação: 20/05/2022 09h12
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Fotos: Rafael Passos

por Guilherme Cabral*

O percussionista, compositor, cantor e ator Escurinho comemorará amanhã seis décadas de vida. Com o intuito de celebrar a data, o artista convidou o Quinteto da Paraíba, com o qual realizará, a partir das 20h, o show de aniversário Escurinho 60, no Teatro Santa Roza, localizado na cidade de João Pessoa.

Ao longo de duas horas de duração, do total de 11 músicas do repertório, ele vai apresentar quatro novas canções do seu próximo álbum, que vai se chamar O Bom é Tomar Cuidado, cuja previsão de lançamento é entre os meses de julho e agosto. Os ingressos do show custam R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia) e R$ 50 (social + 1Kg de alimento não perecível).

“Vou priorizar o Quinteto da Paraíba, mas vou fazer a abertura do show com a minha banda, com a qual vou apresentar quatro músicas autorais do meu próximo álbum. A primeira é ‘Nas Sombras’, um bolero romântico, uma história de amor; depois vem ‘Sandália de Dedo’, uma ciranda com pegada romântica; em seguida, ‘Garota Safada’, um carimbó que é uma brincadeira que faço com as bandas de forró de plástico, mas sem crítica nenhuma. É só uma brincadeira; e a outra é ‘Pele Preta’, um rock de temática antirracista. O Bom é Tomar Cuidado, que dá título ao novo álbum, é uma frase da música ‘Passageiro dos Espirros’, que fala sobre a Covid-19”, enumerou Escurinho. Ele informou que o disco terá 10 canções, todas já concluídas, e está na fase de conclusão da mixagem para posterior lançamento.

Depois que apresentar suas quatro músicas, o aniversariante antecipou que vai chamar o Quinteto da Paraíba ao palco para dar prosseguimento ao show popular, mas com sonoridade armorial. Escurinho disse que, nessa parte, também vai mostrar ao público canções autorais com arranjos elaborados pelo músico Xisto Medeiros e o maestro Carlos Anísio, a exemplo de ‘O Princípio Básico’, ‘Savanas’, ‘Boi Tungão’,’Saí de Casa’ e ‘Lá Vem a Onda’, além da música ‘Coco Sem Ganzá’, um coco de Chico César, e ‘Cadê as Flores’, um maracatu do Ceará que Escurinho criou em parceria com esse mesmo compositor paraibano.

Ele disse que a ideia de se apresentar com o grupo, nesse momento especial de celebração surgiu da lembrança de 2018, quando Escurinho participou do projeto ‘Quinteto Convida’, cuja repercussão os levou a se apresentar em outras cidades, a exemplo do Festival Mares de Conde, na Praia de Jacumã, em 2020.

“O meu sentimento é de felicidade, por esse momento especial. Mesmo com a pandemia, eu fiz lives no dia do meu aniversário, nos últimos dois anos, e realizar essa apresentação presencial no Teatro Santa Roza é uma satisfação, pois será ocasião de rever os amigos”, contou o multiartista. “Esse período de pandemia da Covid-19 foi de muita reflexão, pois perdi amigos para essa doença, mas não a contraí. Porém, tive um problema sério de coração. Por causa da inexperiência da juventude, eu pensava que não ia passar dos 40 anos de idade e, portanto, para mim é um sonho chegar aos 60 anos e essa comemoração reflete a minha volta aos shows, ao convívio com os amigos e a experiência coletiva de viver em sociedade”, confessou Escurinho.

“Ficamos muito felizes com o convite. Escurinho é um artista importante da cena musical paraibana, a gente procura colocar nossa sonoridade na música dele sem perder a originalidade dele”, disse Xisto Medeiros, integrante do Quinteto da Paraíba.

O baixista informou que o grupo, criado há quase três décadas, tem participado da Exposição Armorial 50 Anos, cujos próximos shows serão no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, em 11 de junho, além de São Paulo, em agosto, e Brasília, em novembro, mas as datas vão ser confirmadas. “São apresentações presenciais, com capacidade máxima de público, e o repertório é basicamente o repertório do CD Música Armorial, da gravadora inglesa Nimbus Records, gravado em 1995 e que está disponível em todas as plataformas”, informou ele.

Trajetória

Pernambucano da cidade de Serra Talhada, Jonas Epifânio dos Santos Neto, conhecido como Escurinho, tinha 11 anos de idade quando se mudou com a família para o município paraibano de Catolé do Rocha, onde passou a maior parte da infância e adolescência, teve os primeiros contatos com a música e conheceu Chico César, com quem, junto a outros amigos, criaram o Grupo Ferradura, se apresentando pelo interior do estado.

No início da década de 1980, se mudou para João Pessoa e, através da amizade com Pedro Osmar, faz shows com o grupo Jaguaribe Carne. O artista lembrou que, ao longo dos seus 35 anos de carreira como músico profissional, durante a qual lançou quatro CDs e um DVD, possui “um trabalho de MPB, mas com pegada nordestina, que inclui alguns ritmos, como a ciranda e o coco, e temas como o amor, humor, poesia e contestação política”, conforme declarou ele, também conhecido por agregar o regionalismo com pesquisas de sons indígenas e africanos, numa combinação com o rock.

Na capital paraibana, além da música, atuou no teatro, tendo sido, como integrante do grupo Piollin, o responsável pela trilha sonora do espetáculo Vau da Sarapalha (no qual atuou), inspirado na obra de Guimarães Rosa e dirigido por Luiz Carlos Vasconcelos. “Foi uma experiência ótima, maravilhosa”, comentou o músico.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa de 20 de maio de 2022